Governo Lula não tem dinheiro para 2027
Questões fiscais estão sendo empurrados pela barriga e o mercado financeiro está precificando em meio aos discursos do presidente

O governo Lula tem um crítico problema para encarar: a máquina pública consegue girar em 2024, 2025 e 2026 (fim do seu mandato), mas os números indicam que faltará dinheiro para 2027, pós-eleições presidenciais. Ou seja, uma bomba que pode explodir no colo do próximo presidente, que terá que encontrar uma saída para esse enrosco fiscal.
Explico abaixo, mas antes quero adiantar um convite: você encontra mais análises assim na CompoundLetter, que é a newsletter do Market Makers, um hub de conteúdo e serviços financeiros com Comunidade de investidores, podcast e fundo de ações (Market Makers FIA). É um conteúdo gratuito com análises e insights exclusivos sobre o Brasil e o mercado financeiro. Inscreva-se neste link.
Sem mais delongas, vamos à explicação que eu, Matheus Soares, e nosso time de análise fizemos:
O quadro abaixo é o resumo do resultado do Governo Central divulgado na última semana de maio. Despesas crescendo fortemente em 2024 vs 2023. Despesas com previdência social chamando atenção.
O resultado de maio especificamente pode ser considerado o pior da série histórica (desde 1997), já que em maio de 2020 os gastos ocorreram devido à Covid.
Leia Também
Família Trump entra no setor de mineração de bitcoin — American Bitcoin mira o topo da indústria
Guido Mantega na Eletrobras (ELET3): governo indica ex-ministro da Fazenda para conselho fiscal, dizem agências
No acumulado do ano, em termos reais, também pode ser considerado o pior resultado da série, já que em 2020 e 2021 ocorreram gastos extras devido à Covid.
No próximo gráfico, observem que, mesmo após a reforma da Previdência, os gastos desta conta estão subindo muito rapidamente. Além disso, projeção do ministério do Planejamento indica que a nova política de reajuste do salário mínimo (inflação + PIB) irá custar R$1,3 trilhão em 10 anos, 50% a mais do que a economia da Reforma da Previdência de 2019.
- Para mais conteúdos assim, assine a CompoundLetter, a newsletter do Market Makers com insights exclusivos, histórias e bastidores do mercado financeiro. Só clicar aqui.
Resumo: a percepção da trajetória da dívida pública piorou em maio e as inúmeras falas do Lula contribuíram para azedar ainda mais as projeções que a gente mostrou.
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingiria 92,7% em 2033, agora, 98,6% do PIB, com aceleração da dívida após 2026:
O gráfico abaixo é a foto da dívida líquida do Setor Público (DLSP) em relação ao PIB:
A diferença entre a dívida líquida e a bruta basicamente são as reservas, que não entram no cálculo da dívida bruta e é mais aceito internacionalmente. O recorde da série histórica é setembro de 2002, 62,45%. Batemos em maio 62,16% e estamos próximos de atingir o pico. Ou seja, o governo não tem dinheiro para 2027.
O relatório de acompanhamento de receitas e despesas do dia 22 de julho será crítico.
O governo manteve a estimativa de arrecadar R$ 55,6 bilhões com os acordos do voto de desempate do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O IFI (Instituto Fiscal Independente) projeta R$ 45 bi.
Temos outros pontos aqui:
É necessário cortar 1 milhão de benefícios da previdência para atender a meta dos R$ 26 bilhões de corte. Será que isso vai acontecer
Este ano, o governo prometeu economizar R$ 10 bilhões de pente fino (só fizeram R$ 1 bilhão de economia). Cortou só 60k benefícios (10% da meta).
RESUMO DA ÓPERA: o governo pode até resolver o problema deste ano e o do ano que vem, mas 2027 não resolve. Vão empurrar o problema pra frente. Se nada for feito, o problema vai estourar novamente.
O mercado financeiro está antecipando a questão por conta dos discursos
Diante deste cenário, o governo precisa fazer algo para restaurar a confiança.
A Bolsa EM DÓLARES bateu praticamente o piso que vinha batendo em relação aos últimos anos.
Para mais análises assim, assine a CompoundLetter, nossa newsletter gratuita com conteúdos exclusivos, insights de mercado, histórias e muito mais. É só clicar aqui.
Se você já assina a CompoundLetter e quer se aprofundar ainda mais no ecossistema Market Makers, entre para a lista de espera da nossa Comunidade, um clube premium com networking entre investidores, contato com CEOs de empresas listadas na Bolsa, recomendações de ações e muito mais. Só acessar este link.
Vamos abrir novas vagas no início de agosto.
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil: o que muda para cada faixa de renda se proposta de Lula for aprovada
Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, governo prevê redução de imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil; já quem ganha acima de R$ 50 mil deve pagar mais
Na presença de Tarcísio, Bolsonaro defende anistia e volta a questionar resultado das eleições e a atacar STF
Bolsonaro diz que, “mesmo preso ou morto”, continuará sendo “um problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF)
Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, picanha e crédito para reforma de imóvel: as promessas de Lula
Segundo o presidente, a maior isenção fiscal, que será oficialmente anunciada no dia 18 de março, visa aliviar a carga tributária sobre a classe trabalhadora
Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante
Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial
Brasil contra Trump, aço versus ovo: muita calma nessa hora
Enquanto o Brasil lida com as tarifas sobre o aço e o alumínio que entraram em vigor nesta quarta-feira (12), se prepara para aumentar as exportações de ovos para os EUA, que também sofrem com aumento de preços
Consignado para quem é CLT: o passo a passo do programa que promete baratear o crédito com garantia do FGTS
A estratégia do governo é direta: ampliar o acesso a empréstimos mais baratos e tirar os trabalhadores das armadilhas do superendividamento
Sem exceções: Ibovespa reage à guerra comercial de Trump em dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA
Analistas projetam aceleração do IPCA no Brasil e desaceleração da inflação ao consumidor norte-americano em fevereiro
Decisão polêmica: Ibovespa busca recuperação depois de temor de recessão nos EUA derrubar bolsas ao redor do mundo
Temores de uma recessão nos EUA provocaram uma forte queda em Wall Street e lançaram o dólar de volta à faixa de R$ 5,85
Haddad solta o verbo: dólar, PIB, Gleisi, Trump e até Argentina — nada escapou ao ministro da Fazenda
Ele participou na noite de sexta-feira (7) do podcast Flow e comentou sobre diversos assuntos caros ao governo; o Seu Dinheiro separou os principais pontos para você
O último pibão de Lula? Economia brasileira cresce 3,4% em 2024, mas alta dos juros já cobra seu preço
Depois de surpreender para cima nos primeiros trimestres de 2024, PIB cresce menos que o esperado na reta final do ano
Governo zera impostos de importação de alimentos em tentativa de conter alta dos preços — e já indica que vem mais medidas por aí
Governo zera tributos para a importação de alimentos. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, revelou que Lula aprovou uma série de outras medidas para conter a alta dos preços dos alimentos
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Janela de oportunidade na Eletrobras (ELET3): ação ainda não se valorizou e chance de dividendos é cada vez maior
Além da melhora de resultados, o fato de se tornar uma boa e frequente pagadora de proventos é mais um fator que deve ajudar os papéis a subir, agora que a disputa com o governo ficou para trás
Vai pingar na conta: pagamento do saldo retido do FGTS para quem aderiu ao saque-aniversário começa nesta quinta (6)
De acordo com o Ministério do Trabalho, serão liberados R$ 12 bilhões a 12,2 milhões de trabalhadores; saiba quem tem direito a receber
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
A conta de luz não vai subir: Lula assina decreto para impedir reajuste graças ao “bônus Itaipu”
Com a assinatura da medida, o petista suspendeu o aumento de 6% na tarifa de Itaipu Binacional que estava previsto para este mês