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“Caçadores de ações”: a empresa que ainda está fora do radar dos investidores, mas é por pouco tempo

A ótima prévia operacional nos deixa mais confiantes de que essa companhia está no caminho certo para voltar a dar lucro ainda em 2024, podendo inclusive se tornar uma boa pagadora de dividendos para quem tem paciência e pensa no longo prazo

26 de julho de 2024
6:08 - atualizado às 10:19
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Imagem: Shutterstock

Grosso modo, o mundo dos investidores está dividido entre duas grandes classes de investidores: os de valor (value investors) e os de crescimento (growth investors). 

Os value investors são aqueles que buscam empresas que estejam negociando abaixo do seu valor intrínseco e que tenham modelos de negócios interessantes e geradores de caixa. Para muitos, o grande segredo dessa estratégia é comprar aquelas que estejam negociando por preços descontados e baixos índices de preço/lucro. 

Os growth investors fazem praticamente o oposto: não ligam de pagar múltiplos caros e muitas vezes nem se importam se a empresa dá prejuízo, o que vale é que ela tenha uma narrativa de crescimento exponencial de resultados no futuro, que mais do que compensam os maiores múltiplos envolvidos – é o caso das empresas de inteligência artificial, por exemplo. 

Antes de continuar, é importante esclarecer que não existe uma estratégia melhor. Os growth investors que investiram na Amazon ou no Google no início dos anos 2000 ganharam muito dinheiro, mas foi com o value investing que Warren Buffett construiu sua fortuna. 

Ações de crescimento sempre terão o seu público fiel, assim como as ações de valor. O problema é quando uma determinada empresa não se encaixa em nenhum dos lados, e fica completamente esquecida pelo mercado. 

Nem growth, nem value

Em qual das caixinhas você colocaria uma empresa que administra estacionamentos: growth ou value? 

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Bom, não dá para colocá-la na mesma categoria de empresas de tecnologia, inteligência artificial, etc, e portanto a etiqueta growth não faz muito sentido neste caso. 

No entanto, o conceito de value também não funciona, porque essa companhia em específico ainda apresenta prejuízo, fazendo com que  os múltiplos fiquem meio "malucos". 

Não entendeu? Calma, explicarei melhor o meu ponto. 

Para saber se uma ação está negociando por múltiplos descontados e merece entrar para sua carteira, muitos value investors fazem o seguinte exercício:

  • Primeiro, baixam uma planilha com todas as empresas da bolsa, com seus respectivos valores de mercado e os seus lucros. 
  • Depois, eles dividem uma coluna pela outra, chegando ao múltiplo "Preço/Lucro" de cada empresa.
  • Por fim, eles ordenam a coluna pelos índices de Preço/Lucro mais baixos, que deveriam indicar as ações mais baratas. 

Por exemplo, vamos supor que a planilha tenha as cinco empresas abaixo e a sua pesquisa trouxe os seguintes resultados: 

EmpresaValor de Mercado (R$ milhões)Lucro (R$ milhões)Preço/Lucro
A10.0002.0005x
B5.00050010x
C20.0001.00020x
D3.00030100x
E800-73-11x

Nesta análise, que parece supérflua mas muita gente faz, os value investors só aprofundariam os seus estudos nas empresas A e B, que têm múltiplos relativamente baixos. As empresas C e D ficariam de fora por parecerem caras, e E não entraria pois dá prejuízo.

O problema dessa análise é que ela não leva em conta os lucros futuros. Por exemplo, se a empresa E reverter o prejuízo no ano seguinte, seu múltiplo negativo maluco passará a ser bem mais interessante e atrativo aos olhos dos value investors, que podem começar a se interessar pelas ações.

Hoje, a Estapar (ALPK3) negocia com um múltiplo bizarro negativo de -11x preço/lucros, porque ainda dá prejuízo.

Mas temos motivos para acreditar que essa bizarrice não vai durar muito tempo, e em breve ela começará a chamar a atenção de muitos investidores. 

O lucro está logo ali

A Estapar foi uma das empresas mais impactadas pela pandemia, quando seus estacionamentos ficaram vazios e praticamente metade das receitas evaporaram. 

Para aumentar o drama, a pandemia chegou quando a companhia tinha acabado de vencer a concessão da Zona Azul da cidade de São Paulo, o que fez a dívida e as despesas com juros dispararem. 

Mas com a retomada das atividades, a companhia vem ajustando as operações para voltar para o positivo. Os contratos de longo prazo, que exigiam altos investimentos, foram trocados por contratos de curto prazo bem mais baratos, as dívidas vêm sendo roladas com custos cada vez mais atrativos e a equipe comercial vem mantendo os níveis de cancelamento (churn) muito abaixo da média.

Tudo isso têm contribuído para resultados cada vez melhores e a companhia deve voltar a ser lucrativa em breve. 

Fonte: Estapar | Elaboração: Seu Dinheiro

Isso já seria positivo por si só, mas lembre-se do que falamos sobre os "caçadores de ações". 

O status de "empresa lucrativa" deve começar a trazer muito mais atenção para os papéis que estão praticamente esquecidos do grande público hoje, e nós entendemos que isso deveria trazer uma reprecificação interessante para ALPK3.

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Prévia animadora

Nos últimos dias, a companhia soltou uma prévia bastante animadora do 2T24. A receita líquida de R$ 385,1 milhões atingiu mais um recorde trimestral, com alta de +15,1% na comparação com o 2T23. 

O aumento foi reflexo principalmente da melhora de ticket médio (receita por vaga) e do aumento líquido de 33,6 mil vagas nos últimos 12 meses, levando o estoque a 484,8 mil vagas (acréscimo de +7,4%).

Número de Vagas | Fonte: Estapar

No referido trimestre, foram inauguradas 15 operações, com destaque para hospitais, instituições de ensino e alguns contratos de shoppings flagships na cidade de São Paulo, que contribuem para o crescimento do ticket mencionado e mostram que ainda há bastante espaço para crescer na capital paulista. 

No entanto, o que mais chamou a nossa atenção foi o churn, que indica a perda de contratos. O número chegou ao menor nível dos últimos anos, o que mostra uma relação comercial bastante eficiente, além de um ambiente de competição aparentemente mais saudável. 

Fonte: Estapar | Elaboração: Seu Dinheiro

Outro avanço interessante foi a penetração da receita digital, que chegou a 18,3% da receita líquida e atingiu o maior nível histórico. 

As receitas digitais são uma avenida importante para a Estapar, não só pelo fato óbvio de ajudar a receita consolidada, mas porque têm se tornado cada vez mais um grande diferencial competitivo na disputa por novos contratos ou até mesmo para a manutenção dos contratos atuais.

A ótima prévia operacional apenas nos deixa mais confiantes de que a Estapar está no caminho certo para voltar a dar lucro ainda em 2024, podendo inclusive se tornar uma boa pagadora de dividendos para quem tem paciência e pensa no longo prazo. Por isso, ALPK3 está na carteira de Bezerras da série Vacas Leiteiras

Se quiser conferir mais sobre ela e várias outras empresas pagadoras de dividendos, deixo aqui o convite

Um grande abraço e até a semana que vem. 

Ruy

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