🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? CONFIRA 30 RECOMENDAÇÕES GRATUITAS DA EMPIRICUS – ACESSE AQUI 

Micaela Santos
Micaela Santos
É repórter do Seu Dinheiro. Formada pela Universidade São Judas Tadeu (USJT), já passou pela Época Negócios e Canal Meio.
MERCADOS

Vai ter Disney? Dólar cai após BC começar o aperto da Selic, mas estes seis fatores devem determinar a trajetória do câmbio

Queda de juros nos EUA e estímulos chineses favorecem o real contra o dólar, mas risco fiscal e incerteza geopolítica pressionam as cotações; entenda

Micaela Santos
Micaela Santos
2 de outubro de 2024
6:12 - atualizado às 17:03
disney ação investir
Imagem: Reprodução Disney

Com o fim do ano se aproximando, muitas pessoas já começaram a se organizar para as tão esperadas férias. E com o dólar acumulando quedas nas últimas semanas, a pergunta inevitável volta ao radar não apenas para os turistas como também para os investidores: afinal, vai ter Disney?

Fato é que as recentes decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos mexeram com o câmbio. Isso porque o diferencial de juros entre os dois países cresceu, reforçando a expectativa de que a moeda americana poderia ficar mais barata por aqui.

Enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) finalmente deu início ao ciclo de corte monetário nos Estados Unidos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) voltou a subir a taxa básica de juros, a Selic, depois de seis cortes. 

Os juros mais altos no Brasil podem atrair investimentos estrangeiros, o que aumenta a demanda pelo real e pode levar à valorização em relação à moeda americana. 

Esse movimento já vinha sendo observado mesmo antes da Super Quarta: o dólar teve sete sessões de queda contra o real e chegou a valer R$ 5,42 nas mínimas recentes.

Com isso, a pergunta que fica é: esse é o melhor momento para comprar dólar ou ainda existe espaço para que o real se valorize mais? 

Leia Também

Embora o mercado acredite em novas quedas do dólar, é pouco provável que a moeda inicie uma sequência de desvalorizações que a leve para perto de R$ 5 tão cedo.

A perspectiva está em linha com as projeções do Boletim Focus. No relatório divulgado na segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC), a expectativa para a taxa de câmbio no fim de 2024 está em R$ 5,40.

É claro que essa projeção considera o cenário atual, que pode mudar ou sofrer uma ruptura a qualquer momento.

Na matéria a seguir, explicamos quais fatores devem contribuir para novas sequências de quedas do dólar frente ao real e o que pode provocar o efeito contrário no câmbio. 

Para esta reportagem, o Seu Dinheiro consultou os seguintes especialistas: Isabela Bessa, especialista em investimentos internacionais da Warren Investimentos; Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad; e Rodrigo Cabraitz, trader de câmbio da Principal Claritas

Juros, risco fiscal, EUA e mais: o que pode deve mexer com o dólar

  • 1 - Diferencial de juros

O diferencial de taxa de juros entre Brasil e os EUA é um dos principais fatores que podem contribuir para que o dólar fique mais barato no curto prazo, segundo os especialistas.

Com a Selic mais alta, a expectativa é de uma entrada maior de dólares no país de investidores que tomam recursos com juros mais baixos lá fora para aplicar aqui. No mercado, esse movimento é conhecido como carry trade.

“Além do diferencial de juros, outros fatores que podem levar a uma queda nas cotações do dólar incluem o crescimento econômico da economia brasileira, a relativa estabilidade política e uma balança comercial favorável”, afirma Isabela Bessa, especialista em investimentos internacionais da Warren Investimentos. 

  • 2 - Cenário “Cachinhos Dourados” nos Estados Unidos

A economia dos Estados Unidos deve entrar em um processo de desaceleração em breve, mas de forma organizada. Esse é o cenário-base projetado por parte do mercado financeiro.

Os dados do relatório mensal sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em agosto, mais conhecido como payroll, indicou que o mercado americano deu mais um indício de enfraquecimento, mas sem apontar para uma recessão. Esse fator, inclusive, também motivou o início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro. 

Em um cenário de soft landing nos EUA — ou seja, uma desaceleração econômica que não gere recessão —, os países emergentes, principalmente aqueles com moedas mais voláteis e ligadas a commodities, voltam a atrair interesse em meio a um dólar fraco a nível global.

Esse cenário ideal, com juros mais baixos no exterior, mas sem recessão na maior economia do planeta, também é chamado de “Cachinhos Dourados”, em referência à conhecida fábula infantil.

“Nesse sentido, os mercados emergentes podem se beneficiar com: apreciação da moeda, curva de juros mais controlada e cenário mais positivo para risco e, consequentemente, para a bolsa”, afirma Rodrigo Cabraitz, trader de câmbio da Principal Claritas.

Por outro lado, uma desaceleração mais forte ou uma recessão nos EUA devem ter um efeito oposto e levar a uma alta do dólar.

  • 3 - O “despertar” da China

Outro fator que deve beneficiar os mercados emergentes e, portanto, fazer o preço do dólar cair, é o pacote econômico anunciado pelo governo da China. Isso porque os incentivos devem fazer com que o real se fortaleça como moeda de país exportador de commodities. 

Na semana passada, logo após o anúncio dos estímulos, o Ibovespa chegou a disparar, impulsionado pela alta nas ações de empresas de mineração, como a Vale (VALE3). Já o dólar chegou a cair mais de 1%, com a moeda americana sendo negociada a R$ 5,46.

  • 4 - Risco fiscal no Brasil

Passando para os fatores internos que mexem com o dólar, nenhum deles é tão crucial neste momento quanto o risco fiscal.

A desconfiança do mercado sobre a política fiscal do governo Lula colocou uma nuvem cinza de incerteza sobre a economia. Nesse sentido, um quadro prolongado de déficit nas contas públicas deve trazer pressão sobre o câmbio.

O governo vem tentando equacionar o problema principalmente pelo lado da arrecadação. Neste ano, a meta fiscal parece mais crível diante do crescimento acima do esperado da economia e das medidas de tributação, como a taxação dos super-ricos e fundos exclusivos. 

“São fatores que provavelmente não teremos em 2025”, diz Cabraitz. “No orçamento do ano que vem, haverá pouco espaço para o congelamento de despesas discricionárias, e será preciso muita negociação política para que o governo consiga cortar mais gastos”. 

  • 5- Novo presidente do Banco Central (BC) e inflação acima da meta

Após o fim do mistério sobre o indicado do governo para a sucessão de Roberto Campos Neto, o mercado estará de olho na condução de Gabriel Galípolo na política monetária brasileira e se o atual diretor da autarquia continuará o trabalho de seu antecessor. 

Além disso, uma inflação acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e com desancoragem das expectativas também pode impedir uma queda maior no dólar. Afinal, quando a inflação é alta, o poder de compra da moeda local (no caso o real) diminui. 

Isso pode fazer com que os investidores estrangeiros percam confiança no real e prefiram manter seus ativos em moedas mais estáveis, como o dólar. Como resultado, a demanda pela divisa americana aumenta e o real se desvaloriza. 

  • LEIA TAMBÉM: SD Select entrevista analista e libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
  • 6 - Intensificação dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio

Por fim, a dinâmica geopolítica também pode ter um impacto significativo nas taxas de câmbio e na economia global, e os conflitos internacionais podem afetar o dólar de várias maneiras.

A escalada de tensões no Oriente Médio — os conflitos entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza e agora com o Hezbollah no Líbano — e a guerra entre Rússia e Ucrânia tendem a fazer com que investidores busquem ativos considerados seguros, como o dólar. 

Em resposta a crises, o Federal Reserve também pode ajustar suas políticas monetárias, e a instabilidade pode levar a um aumento nos fluxos de capital para os EUA, resultando em maior demanda pelo dólar. Tudo isso deve levar à valorização da moeda americana.

“É por isso que todo investidor precisa ter uma parte do seu patrimônio investido no exterior. Além da clássica estratégia de diversificação, o fato dos ativos estarem em dólar, na verdade, adiciona uma camada de proteção ao patrimônio”, afirma Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Em resumo, mesmo que você não tenha planos de viajar para o exterior, vale a pena manter uma parcela da carteira em ativos em moeda estrangeira para estruturar um portfólio equilibrado e diversificado

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MERCADOS HOJE

Após renovar máxima no dia, Ibovespa perde os 134 mil pontos, mas fecha em alta de 0,77% com ajuda da Moody´s; dólar cai a R$ 5,4448

2 de outubro de 2024 - 12:18

O principal índice da bolsa brasileira chegou mirar a marca dos 135 mil pontos, com renovações consecutivas de máximas intradia, mas perdeu um pouco do fôlego perto do fim das negociações

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil

2 de outubro de 2024 - 7:58

Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva

CRYPTO INSIGHTS

Altseason à vista: chegou a hora das criptomoedas alternativas baterem os ganhos do Bitcoin (BTC)?

1 de outubro de 2024 - 19:40

Desde o recente corte nas taxas de juros nos Estados Unidos, a dominância do Bitcoin começou a dar sinais de queda. Podemos estar à beira de um novo ciclo de valorização para as altcoins?

DOCE OU TRAVESSURA?

“Uptober” ou “Spooktober”: veja o que esperar do bitcoin (BTC) e das criptomoedas “no melhor mês” do ano para ativos digitais

1 de outubro de 2024 - 9:48

Em outubro o bitcoin tende a ter uma valorização média maior do que todos os outros meses do ano — o que garante a alcunha de “Uptober” para este período

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma semana de ouro: Depois de salto das bolsas da China, investidores miram dados de emprego nos EUA em dia de agenda fraca no Brasil

1 de outubro de 2024 - 8:02

Ibovespa acumulou queda de pouco mais de 3% em setembro, mas agenda fraca por aqui tende a deixar a bolsa brasileira a reboque de Wall Street

BALANÇO DO MÊS

Bitcoin e ouro lideram novamente o ranking dos melhores investimentos em setembro, enquanto Ibovespa volta a amargar perdas; veja o ranking

30 de setembro de 2024 - 18:55

Nem mesmo o corte de juros nos EUA e os estímulos econômicos na China foram capazes de animar a bolsa brasileira; veja o ranking dos melhores e piores investimentos do mês

MERCADOS HOJE

Juros bem baixinhos nos EUA? S&P 500 fecha em recorde, mas Ibovespa não acompanha. O que fez a bolsa subir lá fora e cair aqui

30 de setembro de 2024 - 18:27

O S&P 500 acumulou ganho de 2%, registrando o primeiro setembro positivo desde 2019. Já o Ibovespa perdeu mais de 3% no mês e foi acompanhado pelo dólar no mercado à vista

CRIPTOS HOJE

O que faz o bitcoin (BTC) cair mais de 3% hoje e puxar o mercado de criptomoedas para baixo?

30 de setembro de 2024 - 8:47

Os investidores seguem a direção das bolsas internacionais, que amanheceram no vermelho na manhã de hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolsas da China vão do ‘dragão de madeira’ ao ‘touro de ouro’ com nova rodada de estímulos — mas índices globais caem de olho em dados da semana

30 de setembro de 2024 - 8:07

Nos próximos dias serão publicados os números de emprego nos Estados Unidos, que darão pistas sobre o futuro dos juros norte-americanos

SD ENTREVISTA

Exclusivo: Mercado Livre ainda está no meio da curva de crescimento — e desta vez não vai abrir mão da rentabilidade, diz cofundador

30 de setembro de 2024 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, Stelleo Tolda revelou que quer manter o ritmo de crescimento na América Latina — e Mercado Pago e iniciativas em inteligência artificial são pontos centrais da estratégia

DÉCIMO ANDAR

Wake me up when september ends

29 de setembro de 2024 - 8:00

Até aqui, setembro tem sido um mês desafiador para os FIIs. Quais lições e oportunidades podemos tirar do período?

BOMBOU NO SD

Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana

28 de setembro de 2024 - 12:51

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana

INCERTEZAS

A Selic não vai parar de subir? Campos Neto diz como ficam os juros com melhora da inflação; presidente do BC também manda recado sobre a questão fiscal

27 de setembro de 2024 - 19:40

Eventos como a aprovação do teto dos gastos e do arcabouço fiscal, disse, abriram espaço para trabalhar com uma taxa Selic menor

MERCADOS HOJE

Euforia com a inflação dos EUA não dura e Ibovespa fecha em queda de 0,21%; dólar acompanha e baixa a R$ 5,4361

27 de setembro de 2024 - 12:03

De acordo com especialistas, a inflação segue na direção certa — embora haja risco no caminho —, só que outro dado é a prioridade do banco central norte-americano agora e ele preocupa

QUASE PLENO EMPREGO

Campos Neto não curtiu? Desemprego atinge o menor nível para agosto — mas parte dos economistas acha isso ‘ruim’

27 de setembro de 2024 - 11:42

Além da queda da taxa de desemprego próxima de uma situação de pleno emprego, o rendimento real dos trabalhadores cresceu

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um rolê no parquinho da bolsa: Ibovespa tenta reduzir perda acumulada em setembro em dia de Pnad e Caged, além de PCE nos EUA

27 de setembro de 2024 - 8:08

A dois pregões do fim do mês, Ibovespa acumula queda de 2,2% em setembro, mas ainda pode voltar para o alto da roda gigante

Ranking do Tesouro Direto

Só os conservadores se salvaram: títulos públicos sofrem em setembro, mês que teve até greve do Tesouro Direto; veja as maiores altas e quedas

26 de setembro de 2024 - 19:30

Tesouro Selic foi o único título do Tesouro Direto a apresentar retorno positivo em mês marcado pelo início de um novo ciclo de alta na taxa básica de juros

ERROS POSSÍVEIS

Campos Neto errou? Presidente do BC responde sobre condução da taxa de juros após relatório de inflação

26 de setembro de 2024 - 14:41

Comentários de Campos Neto foram feitos durante entrevista coletiva para falar do Relatório Trimestral de Inflação

RALI ANTECIPADO?

Criptomoedas em alta: Saiba o que fez o bitcoin (BTC) saltar para os US$ 65 mil em poucas horas hoje

26 de setembro de 2024 - 14:30

Analistas do mercado atribuem o movimento de alta ao ajuste de posições em bolsas e criptomoedas, juntamente com os dados positivos do dia

MERCADOS

Vale (VALE3) leva a melhor no cabo de guerra com a Petrobras (PETR4) e ajuda Ibovespa a fechar em alta; dólar recua a R$ 5,4447

26 de setembro de 2024 - 11:53

No mercado de câmbio, o dólar à vista opera em queda, mas longe das mínimas do dia

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar