Recessão na maior economia do mundo? Por que o dado de emprego de julho deixou o mercado de orelha em pé e derrubou bolsas mundo afora
A semana foi volátil, com o mercado de ações se recuperando na quarta-feira (31), quando o Fed deu uma forte indicação de que um corte de juros estaria sobre a mesa na próxima reunião, mas voltou a cair forte nesta sexta-feira (2)
Cuidado com o que desejas. Há muito pouco tempo o mercado ansiava por dados de emprego mais mornos para que o Federal Reserve (Fed) iniciasse o tão aguardado corte de juros. Nesta sexta-feira (2), o provérbio judaico se provou certo: as bolsas mundo afora despencaram e o dólar disparou por aqui com o payroll mais fraco de julho nos EUA.
A abertura de vagas no mês passado desacelerou mais do que o esperado, enquanto a taxa de emprego subiu para o maior nível desde outubro de 2021.
A economia norte-americana criou em julho 114 mil postos de trabalho, segundo o Departamento do Trabalho, uma desaceleração em relação aos 179 mil de junho e abaixo dos 185 mil esperados pelos economistas consultados pela Dow Jones. A taxa de desemprego, por sua vez, aumentou para 4,3%.
Assim que os números foram divulgados, o mercado acusou o golpe. Por aqui, o Ibovespa recuou e o dólar à vista bateu máxima, chegando a R$ 5,7901. Em Nova York, os yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro dos EUA aceleraram as perdas até as mínimas intradiárias. Os futuros do S&P 500, do Dow Jones e do Nasdaq ampliaram as quedas.
- VEJA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
O mercado tem medo do que?
A semana foi volátil com o mercado de ações se recuperando na quarta-feira (31), quando o Fed deu uma forte indicação de que um corte de juros estaria sobre a mesa na próxima reunião, em setembro.
Mas, após os números fracos de emprego de julho, muitos investidores estão começando a acreditar que talvez o banco central norte-americano devesse ter agido na quarta-feira. O temor é de que, com os juros tão altos — entre 5,25% e 5,50% ano — a economia dos EUA entre em recessão.
Leia Também
Não à toa, as chances de o Fed cortar os juros em meio ponto percentual — para 4,75% a 5,00% — na próxima reunião em reação ao payroll.
Os traders passaram a enxergar uma chance de 61,5% de o banco central norte-americano cortar os juros em 0,50 pp — acima dos 22% de quinta-feira (1) e dos 11,5% de uma semana atrás e de 5,5% há um mês.
- Está no ar o programa “Onde Investir em Agosto”, do Seu Dinheiro em parceria com a Empiricus. Confira mais de 20 recomendações de investimentos para o mês clicando aqui.
Os juros caem ou não caem?
Para o economista-chefe internacional do ING, James Knightley, o relatório de emprego de julho, de forma geral, veio fraco — “a única migalha de conforto é que o salto na taxa de desemprego está sendo causado pelo aumento da oferta de mão de obra em vez de trabalhadores sendo demitidos”.
“Tínhamos três cortes de 0,25 pp precificados para este ano até ontem, mas vamos ver o mercado migrando para 0,50 pp agora”, disse Knightley.
O diretor e economista sênior da TD Economics, Thomas Feltmate, lembra que o enfraquecimento nos fundamentos do mercado de trabalho tem sido evidente em uma série de métricas salariais, que estão todas se aproximando rapidamente de um ritmo anualizado de crescimento que é mais consistente com a inflação de 2%.
“Dado o enfraquecimento nos fundamentos do mercado de trabalho, um corte em setembro é quase uma garantia. O mercado de trabalho não está mais aumentando as pressões inflacionárias e esperar muito mais tempo implica em um risco de levar a dinâmica recente de normalização longe demais”, afirma Feltmate.
Agenda econômica: Decisões de juros no Brasil e nos EUA são destaque em “Super Semana” de decisões de política monetária
Além das decisões dos juros das principais economias globais, a agenda econômica também aguarda índices de inflação no Reino Unido, Zona do Euro e Japão
Fazenda atualiza estimativas e eleva previsão para inflação em 2024; veja quais são os ‘vilões’ do IPCA
Segundo o boletim macrofiscal, a expectativa da Fazenda é de que a inflação volte a cair no acumulado em doze meses após outubro
O tamanho que importa: Ibovespa acompanha prévia do PIB do Brasil, enquanto mercados internacionais elevam expectativas para corte de juros nos EUA
O IBC-Br será divulgado às 9h e pode surpreender investidores locais; lá fora, o CME Group registrou aumento nas chances de um alívio maior nas taxas de juros norte-americanas
O Ibovespa vai voltar a bater recordes em 2024? Na contramão, gestora com R$ 7 bi em ativos vê escalada da bolsa a 145 mil pontos e dólar a R$ 5,30
Ao Seu Dinheiro, os gestores Matheus Tarzia e Mario Schalch revelaram as perspectivas para a bolsa, juros e dólar — e os principais riscos para a economia brasileira
Itaú revisa projeção para Selic e agora vê juros a 12% em janeiro de 2025, mas espera dólar (um pouco) mais barato
Relatório do banco aponta ciclo de alta da Selic até atingir certa desaceleração da economia, podendo voltar a cair no final do ano que vem
Disclaimer nas bolsas: Wall Street ganha uma ajudinha da inteligência artificial, enquanto mercado aguarda corte de juros na Europa
Durante o pregão regular de ontem (11), a Nvidia, joia da coroa do setor, chegou a saltar mais de 8% e animou os índices internacionais nesta quinta-feira
Rodolfo Amstalden: A afirmação seguinte é verdadeira, e a anterior é falsa
No início da semana, o Focus – que andava dormente em relação à Selic – trouxe um salto repentino de 10,50% para 11,25% ao final de 2024
‘Efeito Kamala’ faz bitcoin (BTC) cair após debate com Donald Trump, mas dado de inflação salva criptomoedas hoje
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,2% em agosto, em linha com as previsões
Kamala Harris domina debate, e Donald Trump demonstra pouco preparo, afirma analista Nate Silver – mas ele ainda enxerga disputa acirrada pela Casa Branca
O bom desempenho de Kamala Harris durante o debate contra Donald Trump abre oportunidades para novos eventos. Democratas ainda enfrentam obstáculos na corrida eleitoral pela presidência dos EUA
Donald Trump vs Kamala Harris: os melhores momentos do primeiro debate entre os candidatos à presidência dos EUA
Donald Trump e Kamala Harris se enfrentaram pela primeira vez na corrida eleitoral pela presidência dos Estados Unidos; os candidatos falaram sobre economia, guerra na Ucrânia e aborto
O que dizer sobre Trump e Kamala? Em dia de inflação nos EUA, mercados reagem ao desempenho dos candidatos à presidência
Além disso, os investidores aguardam os dados do índice de inflação dos EUA, o CPI, serão divulgados nesta quarta-feira, às 9h30
Felipe Miranda: Testando o cercadinho
Scott Galloway costuma dizer que uma das dificuldades de se lidar com Elon Musk deriva do fato de que seu efeito líquido sobre a sociedade é claramente positivo
Banco Central já devolveu mais de R$ 1 bilhão em fraudes e falhas do Pix; instituição recebeu mais de 6 milhões de pedidos de reembolso
A maior parte dos pedidos feitos e valores liberados se referem a fraudes: de um total de 6.685.239 solicitações, 2.057.246 foram aceitas e 4.627.993, rejeitadas
Bitcoin (BTC) finge que vai — mas não vai: entenda por que criptomoeda não deve ver disparada de preços tão cedo
Amanhã (11) será divulgado o CPI de agosto nos Estados Unidos e, na semana que vem, acontece a decisão de juros do Federal Reserve
Morar e comer ficou mais barato: veja o que levou a inflação a cair pela primeira vez em mais de um ano. E agora, Campos Neto?
O IPCA de agosto caiu 0,02% no mês de agosto; a mediana das projeções dos especialistas ouvidos pelo Broadcast apontava para uma alta de mesma intensidade
Debates e embates: Ibovespa acompanha IPCA de agosto em dia de debate entre Donald Trump e Kamala Harris
Principal índice da B3 tenta manter os ganhos do dia anterior na esteira dos dados de agosto, que serão conhecidos às 9h desta terça-feira
‘It’s time!’: O tão aguardado dia do debate da eleição americana entre Donald Trump e Kamala Harris finalmente chegou
Antes da saída de Biden, muitos consideravam Kamala Harris uma candidata menos competitiva frente a Trump, mas, desde então, Harris surpreendeu com um desempenho significativamente melhor
Por que investir no exterior é importante mesmo quando os rendimentos em renda fixa no Brasil estão tão atraentes?
Especialistas discutiram como os eventos globais estão moldando as estratégias de investimento e a importância da diversificação internacional
Stuhlberger pessimista com a bolsa. Por que o fundo Verde reduziu exposição a ações brasileiras ao menor nível desde 2016 depois da pernada do Ibovespa em agosto
Para a gestora do lendário fundo, a situação fiscal do Brasil encontra-se na “era da política pública feita fora do Orçamento”
Boletim Focus se rende ao mercado e eleva projeção da Selic para 2024 pela primeira vez em onze semanas
Com isso, a perspectiva de juros passou de 10,5% ao ano para 11,25% ao ano, uma alta de 0,75 ponto percentual (p.p.)