Por que um fundo imobiliário que paga dividendos acima da Selic negocia com 50% de desconto na bolsa? O gestor do BROF11 explica
De acordo com o gestor, a diferença acentuada entre o valor patrimonial e o preço de tela não está ligada a um motivo operacional, mas sim às próprias origens da base de cotistas do FII
![Miniatura de casa e moedas sobe uma balança sustentada pelo símbolo da porcentagem para representar o equilíbrio entre os dividendos, juros e fundos imobiliários](https://media.seudinheiro.com/uploads/2023/10/Fundos-e-juros-1-715x402.jpg)
Com pouco mais de um ano de existência, o BR Properties Corporate Offices (BROF11) registra um feito notável no mercado: o fundo imobiliário distribui dividendos fartos com um yield acima da taxa Selic, mesmo que a criação do FII tenha coincidido justamente com o período de juros altos.
No último mês, por exemplo, o BROF11 pagou R$ 0,54 por cota, o que representa um dividend yield — o indicador que mede o retorno de um ativo a partir do pagamento de proventos — anualizado de 11,3%. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros brasileira foi mantida em 10,5% ao ano neste mês.
Apesar do patamar elevado dos dividendos — que são isentos de Imposto de Renda, vale ressaltar —, as cotas do fundo imobiliário são negociadas com um forte desconto na bolsa de valores.
Nesta sexta-feira (28), por exemplo, o FII operava a R$ 51,59, cifra mais de 51% inferior ao valor patrimonial das cotas, uma medida do que seria o “valor justo” para o BROF11 e calculada de acordo com os ativos reais que compõem seu portfólio.
Mas, de acordo com Gabriel Barcelos, sócio-fundador da BGR Asset Management, a gestora do fundo, a diferença acentuada entre o valor patrimonial e o preço de tela não está ligada a um motivo operacional, mas sim às próprias origens da base de cotistas.
- LEIA TAMBÉM: 5 fundos imobiliários para comprar agora e buscar “aluguéis” na conta em forma de proventos
Base de cotistas herdada provoca queda nas cotas do fundo imobiliário
Barcelos, que foi diretor da BR Properties por 12 anos e deixou o cargo após a GP Investimentos comprar a companhia e fechar o capital no ano passado, contou, durante participação em evento do setor promovido pela Fincare Investimentos nesta sexta-feira (28), que a BGR e o FII nasceram a partir da reestruturação da empresa.
Portanto, boa parte dos cotistas são os antigos acionistas da BR Properties que ganharam cotas do BROF11 durante a cisão da companhia — incluindo muitos investidores institucionais e estrangeiros.
“O portfólio do fundo está todo locado e pagamos um dividendo alto. O grande problema é que alguns desses ex-acionistas não podem e nem devem carregar cotas de FIIs, então quando há janelas de mercado nós temos movimentos de saída”, afirmou o gestor.
Portanto, o grande desafio do BROF11 hoje é migrar de uma base institucional para pessoas físicas. Mas Barcelos destaca que o número de CPFs tem crescido e já ultrapassa os dez mil.
Qual é a estratégia da gestão do BROF11?
Outra cifra significativa para o fundo é o tamanho do portfólio: com apenas dois imóveis, também “herdados” da BR Properties, o fundo imobiliário registra um patrimônio líquido de mais de R$ 1,2 bilhão.
Mas esse número pode mudar em breve. “Não somos colecionadores de ativos, então nós adotamos uma gestão ativa”, diz Barcelos.
O gestor conta que a gestão estuda vender uma fatia de um dos dois ativos para destacar o valor patrimonial do portfólio e “mostrar para o mercado que o fundo existe, é bem gerido e há um grande desconto”.
- Receber aluguéis na conta sem ter imóveis é possível através dos fundos imobiliários: veja as 5 top picks no setor para comprar agora, segundo o analista Caio Araujo
Euro a preço de ouro: moeda vai a R$ 6,00 e dólar segue na casa de R$ 5,60 no primeiro dia de julho
A valorização do euro veio na esteira das eleições legislativas na França, com um avanço expressivo da extrema-direita
Mais um fundo imobiliário da B3 diz ter levado calote da WeWork; confira o impacto da inadimplência nas receitas do VINO11
O contrato com a empresa representa cerca de 4% da área bruta locável e aproximadamente 5% das receitas totais do FII
Ações da Moura Dubeux (MDNE3) abrem a semana em disparada; Santander vê espaço para alta de mais de 50% dos papéis e dividendos
O banco reforçou a recomendação de compra para os papéis e elevou também as estimativas e o preço-alvo da construtora
Dólar de volta a R$ 5,05 e retomada da bolsa brasileira: CEO da Bradesco Asset revela apostas para o 2º semestre
Ex-secretário do Tesouro, Bruno Funchal prevê a intensificação das turbulências no mercado local diante do risco fiscal, mas Ibovespa deve voltar a atrair a atenção em 2024
Privatização da Sabesp (SBSP3): período de reserva das ações começa nesta segunda-feira (1º); veja o cronograma
Interessados terão até 15 de julho para reservar ações da oferta; preço será fixado em 18 de julho
6 ações para comprar: BB Investimentos inicia a cobertura de Nubank (ROXO34), Raízen (RAIZ4) e outras 4 empresas com indicações de compra
Analistas do BB-BI destacam também Cury (CURY3), Rumo (RAIL3), Eletrobras (ELET3) e Vamos (VAMO3), esta última com potencial de alta de 110% até o fim de 2025
Liderados pela BRF (BRFS3), frigoríficos têm as maiores altas do Ibovespa no semestre, junto com Embraer (EMBR3); veja o ranking
Dólar em alta beneficiou exportadores, mas sacrificou companhias aéreas, como a Azul, que amargou o pior desempenho do índice no ano; veja as maiores altas e baixas do semestre
Menos R$ 42 bilhões: fuga de estrangeiros da bolsa brasileira no 1º semestre é a maior desde a pandemia e deve continuar
Juro alto nos EUA e aumento do risco fiscal doméstico enfraquecem o real e tornam a B3 menos atrativa para o gringo, que já retirou mais de R$ 42 bilhões da bolsa neste ano
Dólar à beira dos R$ 5,60: moeda americana tem maior avanço semestral desde a pandemia com juro alto nos EUA e declarações de Lula
Dólar terminou o primeiro semestre em R$ 5,58, maior cotação desde janeiro de 2022, e acumula ganho de 15,14% no período
HGRU11 fecha acordo milionário e compra de 23 novos imóveis ocupados por varejista
Novo contrato prevê a aquisição de todas as ações de uma sociedade de propósito específico (SPE), pelo valor de R$ 223 milhões