Pessimista com China, fundo Verde volta a apostar contra a moeda do gigante asiático, mas monta posição tática na bolsa; entenda
Mesmo com a visão negativa sobre o mercado chinês, a gestora aproveitou a “onda” de produtos estruturados similares aos COEs brasileiros
A China tem enfrentando muitos problemas e não é de hoje. A grave crise imobiliária no país e as crescentes incertezas sobre a demanda e o crescimento da segunda maior economia do mundo têm afastado a atenção — e as apostas — dos investidores no país.
Mas há sempre oportunidades à vista e foi isso que a Verde Asset encontrou. Segundo Luiz Parreiras, gestor de fundos multimercados, o fundo lendário tem uma posição comprada — aposta de valorização — em ações na bolsa chinesa via calls de índice de small caps.
A exposição à China ainda é pequena. De acordo com o gestor, a posição comprada equivale a pouco mais de 1% do fundo.
“A gente está comprado na bolsa chinesa e num índice que, provavelmente, ninguém ouviu falar que é o índice de small caps”, afirmou o gestor no 87° episódio do Market Makers.
O investimento aproveitou a “onda” de produtos estruturados por bancos chineses, similares aos COEs brasileiros, que foram vendidos na China e estavam com “cheio de puts” — opção de venda — de índice de small caps e criaram um “deslocamento de mercado” para o gigante asiático.
“Na hora que a gente olhou isso, achamos maneiras de comprar a reversão desse fenômeno usando calls, uma estrutura de opções”, afirma Parreiras.
Leia Também
Ou seja, o investimento trata-se de “um movimento técnico”.
“Não é só entender a China muito no detalhe, mas, às vezes, determinados movimentos técnicos que acontecem nos mercados, oportunidades aparecem quando há um deslocamento tão grande, implementar uma posição de uma maneira que tem pouco a perder, a coisa acaba sendo muito interessante”, diz Parreiras.
Assista a seguir a íntegra do programa, que também contou com a participação de Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus:
- LEIA TAMBÉM: China não é ameaça aos EUA — ao menos não no campo econômico, diz Stuhlberger, da Verde Asset
Pessimismo com China
Apesar da aposta tática, o fundo Verde não mudou sua visão sobre a China.
Segundo Parreiras, a perspectiva negativa ainda permanece devido a, pelo menos, dois motivos: as incertezas sobre o mercado chinês e a “defasagem” da moeda do país em relação à situação econômica atual. Assim, o fundo volta a ter posição contra o yuan.
“Um dos nossos desafios é o perigoso hábito de extrapolar demais as tendências, o que é plenamente possível de acontecer mesmo que a China esteja em uma tendência estrutural muito negativa. Nada descarta a possibilidade de o país ter um ano positivo porque o governo resolveu dar mais estímulos ou estabelecer novas normas no mercado”, afirma Parreiras.
Nessa cautela também há também um pouco de “flashback”. Entre 2015 e 2016, o Verde fez um short — operar vendido, ou seja, apostando na queda — no renminbi, a moeda da
China, e só perdeu dinheiro.
Na época, a taxa de juros na China era mais próxima de 4%, enquanto nos Estados Unidos, a taxa de juros estava zerada, o que gerou fortes oscilações no renminbi.
Além disso, o governo chinês fez uma micro desvalorização da moeda em quase 10% em relação ao dólar — o que atraiu investidores, de um lado.
Do outro, a China queimou cerca de US$ 1 trilhão nas reservas para defender a moeda e fechou a conta de capital do país — impedindo a fuga de capitais, ou seja, os investidores não poderiam mais tirar o dinheiro de lá..
E, nesse meio tempo, quando a moeda finalmente caiu, o fundo Verde já tinha zerado a posição vendida na moeda.
Moeda chinesa: o momento é outro
Apesar das más lembranças, a visão negativa do fundo Verde sobre China é expressa na própria moeda do país por um simples motivo: o governo controla o preço da moeda ao ponto em que ela não reflete a situação econômica do país.
“A economia vai se deteriorando e a moeda não anda”, diz Parreira, da Verde
“A China é superavitária em conta corrente, então ela não precisa do recurso externo para defender sua própria moeda. Então, na nossa cabeça, o renminbi está no preço errado, no mínimo ,para refletir os desafios macroeconômicos que a própria China tem.”
Confira a íntegra do episódio:
- Análises aprofundadas, relatórios e recomendações de investimentos, entrevistas com grandes players do mercado: tenha tudo isso na palma da sua mão, entrando em nossa comunidade gratuita no WhatsApp. Basta clicar aqui.
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
Quais os planos da BRF com a compra da fábrica de alimentos na China por US$ 43 milhões
Empresa deve investir outros US$ 36 milhões para dobrar a capacidade da nova unidade, que abre caminho para expansão de oferta
De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais
Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países
Brasil e China: em 20 anos, comércio entre países cresceu mais de 20x e atingiu US$ 157,5 bilhões em 2023
Em um intervalo de 20 anos, a corrente do comércio bilateral entre o Brasil e a China passou de US$ 6,6 bilhões em 2003 para US$ 157,5 bilhões
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
Mais barato? Novo Nordisk lança injeção de emagrecimento estilo Ozempic na China com ‘novidade’
Em um país onde mais de 180 milhões de pessoas têm obesidade, o lançamento do remédio é uma oportunidade massiva para a empresa europeia
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
2025 será o ano de ‘acerto de contas’ para o mercado de moda: veja o que as marcas precisarão fazer para sobreviver ao próximo ano
Estudo do Business of Fashion com a McKinsey mostra desafios e oportunidades para a indústria fashion no ano que vem
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
G20: Ministério de Minas e Energia assina acordo com a chinesa State Grid para transferência de tecnologia
A intenção é modernizar o parque elétrico brasileiro e beneficiar instituições de ensino e órgãos governamentais
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula