O “moody” de Rogério Xavier sobre o Brasil: “eu tenho dado downgrade a cada notícia”; saiba o que pensa o gestor da SPX
Na avaliação do sócio-fundador da SPX, gastos parafiscais de R$ 100 bilhões sustentam PIB acima do esperado, mas fazem dívida correr o risco de “explodir”
Se a agência de risco Moody’s ajudou a elevar os ânimos dos investidores no início deste mês com a elevação do Brasil para um passo mais perto do grau de investimento, um dos tubarões da Faria Lima acaba de azedar as expectativas do mercado. “Eu tenho dado downgrade no Brasil a cada notícia que sai”, disse Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital.
Na avaliação de Xavier, o Risco Brasil hoje impera na perspectiva sobre a economia brasileira — e a política fiscal está no centro do pessimismo da gestora com o país.
- Curadoria de notícias, reportagens exclusivas e histórias que mexem com o seu bolso: confira aqui os benefícios de fazer parte do Clube de Investidores do Seu Dinheiro
“Em 1985, eu aprendi que o problema do Brasil não era a inflação, mas sim o fiscal. A inflação é uma coitada consequência do desatino dos governantes no fiscal — e, se a gente não tiver as contas equilibradas, não tem jeito, o câmbio vai andar”, disse o sócio da gestora responsável por R$ 57,4 bilhões em ativos, em painel durante o evento Itaú BBA MacroVision 2024.
O problema fiscal do Brasil: R$ 100 bilhões em gastos parafiscais
Há algum tempo, a dúvida que pairava quando se falava em fiscal era se o governo de Luiz Inácio Lula da Silva conseguiria entregar a meta proposta para 2024, de déficit zero.
No entanto, agora, o maior problema é outro: a volta do que o gestor da SPX chamou de política parafiscal na atual gestão do país, numa nova era de política pública feita fora do Orçamento na casa dos R$ 100 bilhões.
“Temos tido várias contas que não estão passando pelo resultado primário e afetando o desempenho da economia positivamente. São vários fundos usados para estimular e burlar o resultado fiscal”, disse o gestor. “O governo criou um mecanismo de ficar girando dinheiro que não vai ter retorno e cujos recursos não voltam para o Tesouro Nacional.”
Leia Também
Isso porque, apesar dos limites de gastos estabelecidos no arcabouço fiscal, o governo continua a realizar desembolsos bilionários por fora do Orçamento — como é o caso do programa Pé de Meia, segundo o gestor.
“Não entrando no mérito de cada benefício, é o conjunto da obra. O Brasil está com a dívida em aceleração forte, e precisa conter os gastos para que essa dívida não exploda de vez.”
Para Xavier, essa é a origem do resultado do PIB (Produto Interno Bruno) crescer acima do esperado pelo mercado nos últimos anos.
Acontece que a perspectiva do gestor é que o ritmo de gastos do governo só acelere daqui para frente. Afinal, segundo Xavier, o ciclo político natural de um presidente é fazer a parte dura do que precisa ser feito logo no começo do mandato — para que, mais próximo às eleições, possa gastar e tentar a reeleição.
“Como é o ciclo político normal histórico de qualquer país da América Latina, no último ano, o governo gasta mais do que em todos os anos anteriores. Qual foi a medida concreta que o ministro Fernando Haddad apresentou? Só boas intenções, porque de concreto, não tem nada.”
A profecia autorrealizável: o dólar vai continuar subindo
Na avaliação de Rogério Xavier, é quase uma “profecia autorrealizável”: se o fiscal não for endereçado pelo governo Lula, o dólar vai continuar subindo frente ao real.
Há ainda uma possibilidade de pressão adicional à moeda brasileira: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em novembro.
“Especialmente para o Brasil, a eleição do Trump é pior para a economia, porque prejudica a China e nos afeta diretamente”, disse o gestor da SPX. “Estou bem negativo com a China, então a minha visão sobre o dólar é de enfraquecimento adicional do real.”
- SD Select e Market Makers reúnem especialistas em economia para evento gratuito sobre eleições americanas; garanta sua vaga clicando aqui
E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Apesar das visões bastante pessimistas para China e Brasil, o gestor da SPX Capital ainda assim não recomenda que os investidores apostem contra o país — especialmente no curto prazo.
“Não acho que é para ficar short [vendido] no Brasil, até porque o que vai dominar o mercado nos próximos 30 dias são as eleições norte-americanas, e o Brasil vai andar junto com elas. Mas acompanhem o desenvolvimento fiscal do país e se preocupem com as variáveis nominais. Às vezes, o pior acontece e a gente tem que estar preparado”, acrescentou o gestor, no fim do painel.
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil
Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos