O Ibovespa vai voltar a bater recordes em 2024? Na contramão, gestora com R$ 7 bi em ativos vê escalada da bolsa a 145 mil pontos e dólar a R$ 5,30
Ao Seu Dinheiro, os gestores Matheus Tarzia e Mario Schalch revelaram as perspectivas para a bolsa, juros e dólar — e os principais riscos para a economia brasileira
Detentor da coroa de melhor investimento de agosto, o Ibovespa enfrentou forte volatilidade depois de bater uma sequência de recordes no mês passado. Para boa parte dos "tubarões" da Faria Lima, a bolsa tem pouco espaço no curto prazo para novos voos, mas a Neo Investimentos segue com uma visão positiva para a bolsa.
Para Matheus Tarzia, sócio e gestor de ações da Neo — que atualmente administra quase R$ 7 bilhões em ativos —, ainda há espaço para uma valorização da ordem de 10% da bolsa brasileira até o fim do ano.
Considerando o patamar atual do principal índice de ações da B3, essa alta levaria o Ibovespa para algo próximo dos 145 mil pontos, projetou o gestor em entrevista ao Seu Dinheiro.
- Você está preparado para ajustar sua carteira em setembro? Apuramos as principais recomendações dos analistas da Empiricus no novo episódio do “Onde Investir”; confira aqui
O que falta para o Ibovespa andar?
Na visão de Tarzia, a “pernada” do Ibovespa em agosto pode ser atribuída à retomada parcial do apetite dos investidores estrangeiros pela bolsa.
No entanto, os investidores locais ainda não estão tão otimistas com o mercado acionário brasileiro — e mesmo de olho nos gringos, o mercado encontra-se “muito leve”, com poucas pessoas compradas em ações, segundo o gestor.
“Os investidores estrangeiros foram os grandes compradores, então vimos um fluxo relativamente mais forte para a bolsa que o normal. Isso já foi suficiente para dar um pontapé inicial no Ibovespa. Mas os locais ainda não estão muito animados”, disse.
Leia Também
“Assim que os gringos voltarem para a bolsa e o investidor local se sentir confortável com o fiscal e os juros para aumentar a posição — que realmente está muito baixa —, podemos ver um movimento maior de alta da bolsa.”
É preciso destacar, porém, que a visão otimista da Neo Investimentos para o principal índice de ações da B3 está condicionada a uma melhora do cenário macroeconômico local e internacional.
O que tem na carteira de ações da Neo
A Neo Investimentos atualmente possui três investimentos principais em ações brasileiras.
O primeiro deles é a construtora de baixa renda Cury (CURY3), que deve vivenciar um crescimento importante daqui para frente, impulsionado pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV).
“É um setor que está crescendo muito enquanto gera caixa, e a Cury é uma ação boa que ainda tem uma expectativa de valorização futura. Na nossa visão, a empresa deve continuar com desempenho robusto e distribuindo bons dividendos”, disse o gestor de ações.
Outra dupla que figura entre as maiores posições da Neo na bolsa brasileira pertence ao setor elétrico: a Eletrobras (ELET3) e a Equatorial (EQTL3).
“Temos expectativa de que o preço de energia elétrica fique pressionado, o que seria benéfico para a Eletrobras, já que ela é uma grande geradora de energia. Já a tese da Equatorial é baseada na disciplina e alocação de capital da companhia, além do potencial de valorização pelo investimento que fizeram na Sabesp recentemente.”
- “Preferimos estar concentrados em empresas de alta qualidade de execução”, diz a analista Larissa Quaresma; veja as 10 ações que compõem seu portfólio atual
Oportunidades e riscos para a bolsa, segundo a Neo Investimentos
Para Mario Schalch, sócio fundador e gestor da visão macroeconômica da Neo, atualmente existem muitos ruídos em duas variáveis importantes para o mercado brasileiro: a política monetária e a fiscal.
“É um ruído bem maior do que eu costumo ver em outros países, e isso deve levar a um aumento de juros no Brasil neste mês de setembro já sinalizado pelo Copom para controlar a inflação. Mas com o decorrer do tempo, essa medida deve levar a visões mais positivas para o mercado local, especialmente em relação a juros e ao mercado de câmbio”, disse ao Seu Dinheiro.
Outro grande fator de risco para a bolsa brasileira é o futuro das eleições nos Estados Unidos.
“O cenário externo traz ventos favoráveis no curto prazo, mas a eleição americana é um foco de volatilidade, especialmente se Donald Trump for vencedor, porque ele é um indivíduo pouco previsível”, afirmou Schalch.
“A bolsa e os ativos de risco não gostam de imprevisibilidade, e se tem uma coisa que não ajudaria a performance desses investimentos seria uma pessoa pouco previsível como presidente dos Estados Unidos. A entrada da Kamala na Casa Branca traria um risco um pouco menor, porque há a visão de que seria mais do mesmo.”
O que esperar dos juros e do dólar
Na visão da Neo Investimentos, a trajetória dos juros no Brasil deve ser de alta até o fim do ano. A gestora prevê apertos de 0,25 ponto percentual na Selic a cada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
Se a projeção se materializar, os juros sairiam dos atuais 10,50% ao ano para a marca de 11,25%.
“Surgiram vários ruídos, mas a sinalização do Banco Central é que o BC fará o que for preciso para fazer a inflação convergir para perto da meta de 3%. Uma alta de juros em setembro seria mais uma indicação de que existe uma concordância em relação ao que ser feito em termos de política monetária”, afirmou Schalch.
“A política monetária será apertada enquanto não enxergarmos uma desaceleração mais forte de atividade e de emprego e um câmbio mais baixo, que permitam projeções de inflação mais baixas do que existem.”
O gestor ainda acredita que há espaço para uma apreciação do real nos próximos meses. “A moeda brasileira tem potencial para uma performance boa em relação ao dólar”, afirmou.”
Em meio ao início do relaxamento monetário nos EUA combinado ao novo ciclo de alta de juros por aqui, a moeda norte-americana pode chegar a R$ 5,30 no fim deste ano, nas projeções da gestora.
AgroGalaxy (AGXY3) pede recuperação judicial na esteira de debandada do CEO e derrocada de 90% das ações na B3 desde o IPO
Conselho de administração aprovou em caráter de urgência o envio do pedido de recuperação judicial, que corre em segredo de justiça
Esta ação do setor elétrico está com valuation atraente e pode pagar bons dividendos no curto prazo, segundo o Itaú BBA — e não é a Taesa (TAEE11)
Para os analistas, existe um nome no setor de energia que tem espaço para pagar dividend yield próximo dos dois dígitos: a Isa Cteep (TRPL4)
Número de investidores da Petrobras (PETR4) salta 170% e companhia atinge marca inédita de 1 milhão de acionistas na bolsa
Além disso, atualmente o percentual de investidor pessoa física no capital social da companhia é maior que o dos investidores institucionais brasileiros
Fed inicia primeiro ciclo de alívio monetário em 4 anos nos EUA com corte de 0,50 ponto porcentual nos juros
O início de um ciclo de corte de juros em 2024 nos EUA vinha sendo antecipado pelos participantes do mercado desde o fim do ano passado
‘Gatilho’ a ser acionado nesta quarta-feira (18) pode beneficiar este grupo de ações, aponta o BTG Pactual
Nos últimos 26 anos, este grupo de ações apresentou valorização superior ao de seus pares em 5 dos 6 ciclos de corte de juros, segundo o BTG
Com processo de fusão em andamento, acionistas da Cobasi compram ações da Petz (PETZ3) e papéis engatam alta
Enquanto a fusão entre a Petz e Cobasi aguarda avanços, a família Nassar e a Kinea compraram 5,8% das ações PETZ3
Debandada na AgroGalaxy (AGXY3): CEO e mais 5 conselheiros deixam a empresa em meio a queda acumulada de 68% nas ações e prejuízos nos resultados em 2024
Companhia do varejo de insumos agrícolas elegeu Eron Martins como presidente-executivo após renúncia de Axel Jorge Labourt
Rodolfo Amstalden: Qual é a exata distância entre 25 e 50 bps?
Em mais uma Super Quarta, os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciam hoje o futuro das taxas básicas de juros
Braskem (BRKM5) agora é buy? 3 motivos pelos quais os analistas do UBS enxergam um potencial de alta de quase 50% para as ações
Na visão dos analistas do banco suíço, o ciclo de baixa do setor petroquímico chegou no seu ponto mais baixo; veja os motivos
CSN (CSNA3) prorroga exclusividade na compra da InterCement — mas acordo depende da recuperação extrajudicial
As empresas e a controladora da InterCement chegaram a um acordo para prorrogar até 16 de outubro o direito de exclusividade para a negociação de uma potencial aquisição
Na mira de Luiz Barsi: Megainvestidor aumenta o “calibre” e atinge 10% das ações da Taurus (TASA4)
O bilionário elevou a participação na fabricante brasileira de armas, cujas ações acumulam queda de mais de 25% no ano
Aqui está o motivo por que os investidores de bitcoin (BTC) esperam pelo melhor no quarto trimestre de 2024
A maior criptomoeda do mundo se aproxima do seu melhor trimestre histórico, com uma “tempestade perfeita” se formando à frente
Dia de uma super decisão: bolsas amanhecem voláteis em meio à espera das decisões sobre juros no Brasil e EUA
Enquanto as apostas de um corte maior crescem nos Estados Unidos, por aqui o Banco Central está dividido entre manter ou elevar a Selic
Inflação vai “explodir” e Selic voltar a 13,50% se Banco Central optar por ajuste gradual, diz Felipe Guerra, da Legacy
Responsável pela gestão de R$ 20 bilhões, sócio-fundador da Legacy defende ajuste maior da Selic, mas espera alta de 0,25 ponto pelo Copom hoje
Não é a Nvidia: Amazon fecha parceria multibilionária com outra gigante para a fabricação de chips de IA
Parceria da Amazon Web Services (AWS) com esta outra big tech pode transformar um estado dos EUA em uma potência de inteligência artificial
Ações da Azul (AZUL4) já sobem mais de 47% nos últimos dias e companhia diz o que está por trás da disparada na bolsa
A aérea respondeu um ofício da B3 que solicitou esclarecimentos a respeito das fortes oscilações registradas na cotação dos papéis desde o início do mês
Como a decisão de juros do Fed nos EUA pode tirar o bitcoin (BTC) da faixa do “zero a zero” após o halving — e ainda iniciar novo rali das criptomoedas
As decisões do Fed sobre os juros impactam diretamente o cenário macroeconômico, que influencia o desempenho dos ativos de risco
É o fim da Tupperware? Ação da “rainha dos potes” desaba 57% em Nova York em meio a rumores de falência
Segundo a Bloomberg, a companhia estaria se preparando para pedir falência nos Estados Unidos ainda nesta semana após acumular mais de US$ 700 milhões em dívidas
Gigante de eletrodomésticos da China, Midea Group faz maior IPO do ano em Hong Kong — mesmo com economia e bolsas patinando
A listagem de US$ 3,98 bilhões da Midea ultrapassou a oferta pública inicial de US$ 315 milhões da Sichuan Baicha Baidao Industrial, gigante chinesa de lojas de chá, em abril
‘O mundo pode mudar’ a partir da decisão do Fed, afirma estrategista: saiba se o seu patrimônio está preparado para a decisão de juro mais importante dos últimos anos
Federal Reserve deve cortar juro depois de 4 anos e definir “um novo paradigma para os mercados”, afirma estrategista-chefe da Empiricus; entenda o que pode mudar