🔴 NOVO APP QUE PODE GERAR GANHOS DE ATÉ R$680 POR DIA COM 3 CLIQUES – CONHEÇA

Estadão Conteúdo
Saída do gringo

Menos R$ 42 bilhões: fuga de estrangeiros da bolsa brasileira no 1º semestre é a maior desde a pandemia e deve continuar

Juro alto nos EUA e aumento do risco fiscal doméstico enfraquecem o real e tornam a B3 menos atrativa para o gringo, que já retirou mais de R$ 42 bilhões da bolsa neste ano

Estadão Conteúdo
29 de junho de 2024
16:30 - atualizado às 15:37
Arte mostrando um homem segurando um cartão com uma bandeira do Brasil; no primeiro plano, um gráfico em queda, simbolizando o mau desempenho da bolsa e dos ativos brasileiros nos mercados internacionais, como o EWZ
Ibovespa é um dos piores investimentos de 2024. - Imagem: Shutterstock

A saída de capital estrangeiro da B3 no primeiro semestre deste ano já é a mais intensa desde 2020, ano da pandemia de covid-19, e a expectativa é de que o fluxo negativo prevaleça pelo menos nos próximos dois meses, dada a falta de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e diante da deterioração fiscal no Brasil, que mina a atratividade dos investimentos no País.

No mês de junho, até quinta-feira, 20, os investidores estrangeiros retiraram R$ 6,546 bilhões da bolsa brasileira, sendo o pior mês de junho da série histórica compilada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) desde 2007.

Com isso, o saldo negativo no acumulado do ano vai para R$ 42,438 bilhões. É a saída mais intensa de capital desde o primeiro semestre de 2020, quando foi registrado um fluxo negativo de R$ 73,679 bilhões na mesma base comparativa.

Com o real acumulando desvalorização de 3,7% ante o dólar em junho, e de 12% em 2024, o custo de oportunidade para o Brasil se perde na visão dos investidores estrangeiros, segundo analistas ouvidos pelo Broadcast.

"Nos próximos dois ou três meses, os Estados Unidos não devem cortar os juros, e também temos que resolver nossos problemas de discussão fiscal. Então no curtíssimo prazo o estrangeiro não deve voltar para o Brasil", afirma Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos.

Na mesma linha, Fernando Siqueira, head de Research da Guide Investimentos, afirma que o Brasil "precisa fazer o mínimo esforço para diminuir ruídos e ter um próximo presidente do Banco Central com credibilidade, com coesão lá dentro".

Eduardo Carlier, codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, destaca ainda que chama a atenção o fato de que grande parte do afastamento do investidor internacional da B3 deve-se a questões internas, pois costumeiramente são fatores externos que explicam esse quadro.

"Temos uma situação oposta. Enquanto há sinais de melhora de indicadores dos Estados Unidos, o que se reflete nas bolsas e nos juros americanos, o Brasil tem se destacado na contramão", afirma.

Nagai, da SulAmérica, pondera que a desvalorização do real ante o dólar faz o investidor estrangeiro se questionar sobre o que está acontecendo com o Brasil e avaliar que não faz tanto sentido apostar em uma região em que tem menos conhecimento do que nos EUA.

"O grande sugador de fluxo do mundo são os Estados Unidos. Como a alocação em dólar e nos índices americanos está indo bem, o investidor estrangeiro pensa: se estou ganhando dinheiro em dólar, em mercado que entendo, por que ir para emergentes?", questiona Nagai, acrescentando que o Brasil precisa ter um corte de gastos razoável para que a política fiscal fique em pé.

Os índices americanos S&P 500 e Nasdaq Composto acumulam ganhos de 14,75% e 18,05% em 2024, respectivamente, enquanto o Ibovespa recua 10,24% no mesmo período.

"O resto do mundo está com histórias muito mais fáceis de serem vendidas, como no caso das empresas de tecnologia, tanto nos EUA quanto fora", segundo Siqueira, da Guide.

  • LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.

Apesar de a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) na última quarta-feira ter trazido um pouco de alívio, após a decisão dividida de maio, que trouxe ruídos, Carlier, da Azimut, pondera que o mais importante é como será a política fiscal do Brasil no longo prazo. "O mercado está desancorando lentamente, à espera de uma ação concreta em relação ao fiscal", diz.

Neste mês, a devolução de parte da Medida Provisória (MP) do PIS/Cofins, que tratava de uma compensação à desoneração da folha de pagamento, representou uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aumentou a preocupação com o equilíbrio das contas públicas.

Leia também

De setembro em diante

Para Siqueira, da Guide, a virada de chave em termos de fluxo para mercados emergentes – e, dentre eles, o Brasil – pode vir no segundo semestre, pois o ambiente tende a ser mais favorável assim que o Fed cortar juros.

Mas a maioria do mercado precifica que o tão aguardado início de afrouxamento na política monetária dos EUA deve acontecer em setembro, conforme ferramenta de monitoramento do CME Group.

Nagai pondera ainda que o Brasil não será o primeiro local para o qual o investidor estrangeiro olhará. Para ele, "um bom candidato para receber o fluxo será a Índia, por conta do crescimento do PIB [alta de 7,8% no primeiro trimestre de 2024 ante mesmo período de 2023]".

O superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos também afirma que o investidor estrangeiro não irá ignorar a China, pelo fato de se tratar da segunda maior economia do mundo. Apesar das incertezas com o setor imobiliário, "quem investe na China provavelmente vai para consumo ou bancos", avalia.

Já o head de Research da Guide pondera que "no fundo vai acabar sobrando dinheiro para todo mundo quando o Fed cortar juros, porque muito do fluxo de entrada e saída dos estrangeiros se dá por fatores externos".

OS FUNDOS DE RENDA FIXA COM DUPLA ISENÇÃO DE IR: UMA CONVERSA SOBRE FI-INFRAS COM AYMAR ALMEIDA, DA KINEA

Compartilhe

RUMORES NEGATIVOS

Governo vai taxar fundos imobiliários e fiagros? Novo imposto pode afetar dividendos e provoca queda nas cotas dos FIIs

1 de julho de 2024 - 18:06

Segundo informações da imprensa, a ideia do governo é taxar a receita dos fundos, mas deputados refutaram a tributação

TENSÃO RENOVADA

Dólar sobe a R$ 5,65: As falas de Lula sobre Campos Neto, Banco Central e a Selic que levaram a moeda ao maior patamar em 2 anos

1 de julho de 2024 - 17:38

Nesta manhã, Lula aproveitou uma entrevista à Rádio Princesa para tecer novos comentários sobre o BC e o panorama brasileiro de juros e inflação

MERCADOS HOJE

Euro a preço de ouro: moeda vai a R$ 6,00 e dólar segue na casa de R$ 5,60 no primeiro dia de julho

1 de julho de 2024 - 15:40

A valorização do euro veio na esteira das eleições legislativas na França, com um avanço expressivo da extrema-direita

NOVA INADIMPLÊNCIA

Mais um fundo imobiliário da B3 diz ter levado calote da WeWork; confira o impacto da inadimplência nas receitas do VINO11

1 de julho de 2024 - 12:08

O contrato com a empresa representa cerca de 4% da área bruta locável e aproximadamente 5% das receitas totais do FII

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Moura Dubeux (MDNE3) abrem a semana em disparada; Santander vê espaço para alta de mais de 50% dos papéis e dividendos

1 de julho de 2024 - 11:27

O banco reforçou a recomendação de compra para os papéis e elevou também as estimativas e o preço-alvo da construtora

ONDE INVESTIR

Dólar de volta a R$ 5,05 e retomada da bolsa brasileira: CEO da Bradesco Asset revela apostas para o 2º semestre

1 de julho de 2024 - 6:03

Ex-secretário do Tesouro, Bruno Funchal prevê a intensificação das turbulências no mercado local diante do risco fiscal, mas Ibovespa deve voltar a atrair a atenção em 2024

Anote na agenda

Privatização da Sabesp (SBSP3): período de reserva das ações começa nesta segunda-feira (1º); veja o cronograma

30 de junho de 2024 - 17:21

Interessados terão até 15 de julho para reservar ações da oferta; preço será fixado em 18 de julho

Potencial na bolsa

6 ações para comprar: BB Investimentos inicia a cobertura de Nubank (ROXO34), Raízen (RAIZ4) e outras 4 empresas com indicações de compra

30 de junho de 2024 - 15:00

Analistas do BB-BI destacam também Cury (CURY3), Rumo (RAIL3), Eletrobras (ELET3) e Vamos (VAMO3), esta última com potencial de alta de 110% até o fim de 2025

Altas e baixas

Liderados pela BRF (BRFS3), frigoríficos têm as maiores altas do Ibovespa no semestre, junto com Embraer (EMBR3); veja o ranking

29 de junho de 2024 - 17:56

Dólar em alta beneficiou exportadores, mas sacrificou companhias aéreas, como a Azul, que amargou o pior desempenho do índice no ano; veja as maiores altas e baixas do semestre

Pressão no câmbio

Dólar à beira dos R$ 5,60: moeda americana tem maior avanço semestral desde a pandemia com juro alto nos EUA e declarações de Lula

29 de junho de 2024 - 15:15

Dólar terminou o primeiro semestre em R$ 5,58, maior cotação desde janeiro de 2022, e acumula ganho de 15,14% no período

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar