Dólar sobe e retoma o patamar de R$ 5 nas máximas do dia— agora para ficar?
Próximo à abertura do Ibovespa, o dólar renovou a máxima intradiária a R$ 5,0010 (+0,65%) no mercado à vista

Um dos brinquedos mais disputados dos parques de diversões é a montanha-russa. Mas, no mercado financeiro, o movimento de sobe e desce costuma demonstrar a incerteza dos investidores sobre um determinado ativo. Um dos ocupantes do carrinho é sempre o dólar.
A moeda norte-americana volta a subir ante o real nesta segunda-feira (5) e ultrapassou a marca psicológica de R$ 5,00.
Após a abertura do Ibovespa, o dólar renovou a máxima intradiária a R$ 5,0181 (+1,00%) no mercado à vista. Desde então, a moeda permanece no patamar um pouco acima de R$ 5,00
Mas o movimento de valorização do dólar não se restringe à economia brasileira e aos pares emergentes. O indicador DXY, que compara a moeda a cesta de seis moedas globais como euro e libra, avança 0,50%, a 104.441 pontos.
Por que o dólar sobe?
Os movimentos recentes de alta e queda do dólar estão, quase sempre, atrelados à política monetária dos Estados Unidos, que é o país emissor da moeda. Hoje não é diferente.
Sendo assim, as declarações de Jerome Powell nas últimas 24 horas repercutem, como uma forte força na inércia e da gravidade nos trilhos da montanha-russa.
Leia Também
O presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, afirmou que a autoridade monetária deve esperar mais tempo para começar a reduzir os juros na maior economia do mundo.
Em entrevista ao programa “60 Minutes”, da CBS, Powell também disse que deve ser “prudente” para decidir sobre o afrouxamento monetário, visto que a inflação segue acima da meta de 2%,.
Vale lembrar que a inflação e o mercado de trabalho ainda robusto têm dificultado o trabalho do Fed em reduzir os juros.
Na última sexta-feira (2), o relatório oficial do mercado de trabalho apontou a abertura de 353 mil empregos em janeiro, segundo o Departamento do Trabalho do país. O dado veio muito acima do consenso de mercado de abertura de 185 mil postos de trabalho.
Vale ressaltar que o payroll foi divulgado dois dias depois de o Federal Reserve (Fed) manter os juros inalterados, na faixa de 5,25% a 5.50% ao ano, e praticamente descartar a possibilidade de corte em março.
Com o dado de trabalho, o mercado começou a precificar eventual redução nos juros norte-americano em junho ou julho.
Nesta segunda-feira, a probabilidade de corte de juros em julho é de cerca de 95,3%, segundo a ferramenta FedWatch, de monitoramento do CME Group.
A expectativa é que o Fed reduza os juros em três cortes de 0,25 pontos percentuais, o que levaria a taxa da maior economia do mundo ao intervalo de 4,25% a 4,50% no final de 2024.
Juros e dólar: qual a relação?
As declarações de Powell reforçaram a cautela dos mercados. Afinal, quanto mais o Fed demorar em reduzir as taxas de juros, mais o dólar tende a se beneficiar, já que investimentos de renda fixa cotados na moeda se tornam mais atraentes.
Esse movimento pode ser observado nos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasurys — que voltam a operar acima de 4% após a última decisão do Fed.
Hoje, os juros projetados para os títulos de 10 anos, referência para o mercado, sobem a 4,125% e de 30 anos, que são referência para o mercado de hipotecas norte-americano, avançam a 4,317%.
Em linhas gerais, os Treasurys são considerados o investimento mais seguro do mundo, pelo fato de o governo dos Estados Unidos nunca ter dado calote na história e ainda ser o emissor da moeda — no caso o dólar.
Em momentos de maior incerteza nos mercados, esses títulos costumam ser usados pelos investidores como “porto seguro”, o que também influencia os yields.
Powell não é o único culpado
Não há dúvidas de que a força-motriz para uma eventual permanência do dólar acima de R$ 5 é a política monetária.
Mas a cautela doméstica não pode ser descartada. Nesta semana, os trabalhos legislativos são retomados em Brasília e com eles, a volta das negociações de pautas econômicas que ficaram pendentes do ano anterior.
Entre eles, a pauta da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores que mais empregam no Brasil, os vetos do presidente Lula ao Orçamento de 2024 e a segunda fase da Reforma Tributária.
O que esperar do dólar?
A questão que fica agora é se o dólar a R$ 5 (ou perto disso) veio ou não para ficar. Apesar da valorização recente, a percepção do mercado ainda é positiva em relação ao câmbio.
Ou seja, a expectativa é que a valorização da moeda norte-americana em relação ao real seja um movimento temporário. A menos, é claro, que a situação externa piore ou o governo brasileiro dê sinais negativos em relação ao futuro da política fiscal.
Seja como for, apertem os cintos porque a montanha-russa do dólar ainda promete muitas emoções ao longo do ano.
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Agenda econômica: últimos balanços e dados dos Estados Unidos mobilizam o mercado esta semana
No Brasil, ciclo de divulgação de balanços do 4T24 termina na segunda-feira; informações sobre o mercado de trabalho norte-americano estarão no foco dos analistas nos primeiros dias de abril.
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre
Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Braskem (BRKM5) salta na bolsa com rumores de negociações entre credores e Petrobras (PETR4)
Os bancos credores da Novonor estão negociando com a Petrobras (PETR4) um novo acordo de acionistas para a petroquímica, diz jornal
JBS (JBSS3): Com lucro em expansão e novos dividendos bilionários, CEO ainda vê espaço para mais. É hora de comprar as ações?
Na visão de Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações deve impulsionar a geração de valor aos acionistas
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Dólar atinge o menor patamar desde novembro de 2024: veja como buscar lucros com a oscilação da moeda
A recente queda do dólar pode abrir oportunidades estratégicas para investidores atentos; descubra uma forma inteligente de expor seu capital neste momento
Não é só o short squeeze: Casas Bahia (BHIA3) triplica de valor em 2025. Veja três motivos que impulsionam as ações hoje
Além do movimento técnico, um aumento da pressão compradora na bolsa e o alívio no cenário macroeconômico ajudam a performance da varejista hoje; entenda o movimento