Dólar e bolsa na panela de pressão: moeda americana bate R$ 6 na máxima histórica e Ibovespa renova mínimas fora dos 127 mil pontos com pacote do governo
Sem Nova York, investidores brasileiros reagem negativamente à coletiva de Haddad e, em especial, à proposta do governo de ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
O pacote de corte de gastos do governo colocou o mercado brasileiro em uma panela de pressão: o dólar bateu os R$ 6 na máxima histórica, enquanto o Ibovespa renova uma série de mínimas e perde os 127 mil pontos. Na renda fixa, os juros futuros avançam.
Sem a bolsa de Nova York — que está fechada por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA — o investidor digere as contenções de despesas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em meio a um cenário de desconfiança, o dólar à vista bateu os R$ 6 na máxima histórica por volta de 11h30. No ano, a moeda norte-americana acumula valorização de 23,5%. O Ibovespa, por sua vez, opera em queda de 1,16%, aos 126.190,73 pontos, renovando uma série de mínimas na sessão.
Os juros futuros seguem em alta, mas desaceleraram das máximas após o leilão do Tesouro antecipar a divulgação das ofertas de lotes de LTN e NTN-F, com volumes reduzidos. O objetivo foi conter a volatilidade do mercado por conta do risco fiscal.
Os investidores reagem negativamente à coletiva de Haddad e, em especial, à proposta do governo de ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. O Seu Dinheiro detalhou a proposta e você pode conferir tudo aqui.
A promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve comprometer o arcabouço fiscal, mesmo com a adoção das medidas de contenção de despesas anunciadas, segundo especialistas.
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As ações que ganham e perdem na bolsa hoje
Entre as ações listadas no Ibovespa, poucas são as que operam no azul nesta quinta-feira (28). O destaque vai para as empresas frigoríficas, que operam em alta, em linha com a valorização do dólar.
Liderando a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira, JBS (JBSS3) avança 3,32%, a R$ 36,38. Marfrig (+0,69%), Minerva (+0,53%) e BRF (+1,18%) acompanham o avanço.
Esses papéis ainda ganham impulso de uma revisão do Goldman Sachs. O banco norte-americano reajustou as projeções para o setor, elevando seu preço-alvo para Marfrig, BRF e JBS.
As blue chips Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) também operam com ganhos de 0,36% e 1,03%, respectivamente.
Do lado negativo do Ibovespa, os papéis do setor imobiliário lideram as perdas com MRV (MRVE3) caindo mais de 7%, seguida de Localiza (RENT3), que também recua mais de 7%, e de Azzas 2154 (AZZA3), que perde mais de 6%.
O CONGRESSO NACIONAL faz de TUDO para atrapalhar o andamento do GOVERNO
O pacote de gastos
Após anunciar na noite de ontem (27) o pacote de corte de gastos com uma economia fiscal da ordem de R$ 70 bilhões, na manhã de hoje, Haddad e a equipe econômica detalharam as medidas.
O pacote de contenção de gastos do governo federal terá um impacto econômico de R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026 e de R$ 327 bilhões entre 2025 e 2030.
Na estimativa anual, as medidas de contenção de despesas terão um impacto de R$ 30,6 bilhões em 2025; R$ 41,3 bilhões em 2026; de R$ 49,2 bilhões em 2027; de R$ 57,5 bilhões em 2028; de R$ 68,6 bilhões em 2029; e de R$ 79,9 bilhões em 2030.
O Seu Dinheiro acompanhou a coletiva de Haddad e trouxe os principais pontos para você; confira aqui.
Antes de entrar na reunião com líderes no Senado, o ministro da Fazenda, disse que há expectativa de aprovação do pacote de corte de gastos ainda este ano.
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