Casas Bahia, Pão de Açúcar, Minerva… É hora de comprar as ações do Ibovespa que mais caíram em 2023?
Das cinco ações que mais caíram no ano passado, apenas uma hoje representa uma oportunidade de comprar barato; veja a lista e a escolhida dos analistas
A estratégia de “comprar na baixa e vender na alta” é um dos mantras do mercado financeiro mais perseguido pelos investidores na bolsa de valores — e uma das mais difíceis também.
Isso porque nem sempre a queda acentuada de determinada ação de uma companhia em um determinado período de tempo é sinônimo de que o papel “ficou barato”.
Mas será que essa estratégia é válida para as ações que mais caíram em 2023? Para responder essa pergunta, conversei com analistas sobre as cinco companhias que tiveram o pior desempenho do Ibovespa no ano passado.
Em resumo, apenas uma delas representa uma oportunidade de comprar barato, de acordo com os especialistas. Confira a seguir a perspectiva para cada um dos papéis que ficaram na “lanterna” do Ibovespa.
Casas Bahia (BHIA3): -81,03%
A líder absoluta de quedas do Ibovespa, as ações das Casas Bahia (BHIA3) fecharam 2023 com queda de impressionantes 81,03%.
Pressionada pelo longo processo de reestruturação da companhia, que incluiu a troca de nome e ticker na B3 de Via (VIIA3) para Casas Bahia (BHIA3), a varejista precisou fazer um grupamento de ações depois que passou a ser cotada na casa dos centavos na bolsa.
Leia Também
Mas para quem acredita que a queda pode representar uma oportunidade de compra, aí vai um balde de água fria. As expectativas para este ano não mudaram: a varejista ainda deve permanecer com as margens financeiras apertadas e alto endividamento em 2024.
Um dos motivos é a forte competitividade do setor e a consolidação de empresas estrangeiras no Brasil.
“A Casas Bahia, assim como o Magazine Luiza, operam com lojas físicas, cuja performance não vingou em 2023, enquanto outros players que operam mais focados em marketplace 100% digital, como Amazon e Mercado Livre, performaram melhor”, afirma Lucas Rietjens, analista da Guide.
Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus, a Casas Bahia ainda carece de um diferencial competitivo, em termos de produto. “A empresa ainda não conseguiu encontrar um nicho em que consiga atuar com rentabilidade.”
Além disso, outro fator prejudicou o desempenho operacional e das ações da varejista. O “fantasma” da Americanas, que assombrou o setor de varejo, aumentou a restrição de crédito e pressionou as contas da Casas Bahia, tornando o custo da operação mais elevado — apesar do efeito benéfico da redução da concorrência.
Em resumo: a visão sobre a Casas Bahia (BHIA3) ainda é de cautela, o que significa que as ações não devem recuperar o fôlego tão cedo. Ou seja, a visão de que não é hora de comprar os papéis BHIA3 é unânime entre os analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro.
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -40,64%
As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) recuaram quase 41% no ano em que o grupo controlador francês Casino decidiu se desfazer dos ativos na América Latina, o que culminou na cisão e venda da participação na rede colombiana Éxito.
Os resultados mais recentes da companhia vieram fracos, principalmente a linha do balanço de lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda), o que mostra, na visão de Lucas Rietjens, da Guide, um maior endividamento da companhia e afasta o investidor, com a ausência de sinais de melhora no curto prazo.
A forte queda dos papéis também é explicada por uma estratégia técnica dos investidores. Em dezembro, o GPA anunciou a intenção de aumentar o capital social em cerca de R$ 1 bilhão, e desde então muitos investidores passaram a ficar vendidos nas ações — ou seja, começaram a “apostar” na queda (short) dos papéis.
Parte da disparada de mais de 20% das ações do Pão de Açúcar neste início de ano inclusive foi impulsionada por investidores que precisaram desmontar as posições vendidas após as notícias de que a empresa considera adiar a capitalização.
A alta recente, contudo, não mudou a visão da maior parte dos analistas. As ações PCAR3 possuem hoje apenas duas recomendações de compra e oito de manutenção, de acordo com dados da plataforma TradeMap.
- LEIA TAMBÉM: A bolsa ainda está barata e estas 13 ações são as favoritas dos analistas para investir em 2024
Minerva (BEEF3): -38,87%
O ano de 2023 foi agitado para Minerva (BEEF3) e seus investidores. Entre as principais notícias, a companhia adquiriu ativos da concorrente Marfrig (MRFG3) no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Chile — o que, no primeiro momento, trouxe incertezas sobre o endividamento da companhia.
Por outro lado, a operação aumentou a participação da companhia e os preços de exportações, além de a companhia assumir a liderança nas exportações do Uruguai, o que refletiu nos resultados positivos no terceiro trimestre do ano passado.
A exposição da companhia ao dólar e a diversificação geográfica na América do Sul, com acesso a gado mais barato, são fatores que também favorecem a empresa.
Além disso, “uma eventual melhoria no ciclo de bovinos no Brasil deve reduzir os preços do boi e contribuir para margens melhores na operação doméstica”, afirma um relatório recente da Genial Investimentos.
Para a XP Investimentos, os papéis da Minerva (BEEF3) estão atraentes pelo valuation descontado e reforçado pela dinâmica positiva do ciclo do boi, que deve durar até 2025. A recomendação é de compra.
Ou seja, no caso da Minerva a queda das ações pode sim ser uma oportunidade de comprar barato.
Petz (PETZ3): -36,70%
Uma das empresas de crescimento mais acompanhadas pelo mercado, as ações da Petz (PETZ3) caíram quase 37% em 2023.
Mas como o plano da rede de pet shops envolve altos investimentos e aberturas de novas lojas, a alta da taxa básica de juros (Selic) acabou abatendo a empresa em pleno voo.
O fator competição também teve sua contribuição para a queda das ações da Petz em 2023. “Há três anos, o portfólio de produtos para pets na Amazon, por exemplo, era muito inferior ao que se tem hoje. Isso reduz a atratividade da loja física”, disse Fernando Ferrer, da Empiricus.
O cenário macroeconômico reduziu o ticket médio, ou seja, o valor de compra médio pelo cliente. O que, para Lucas Rietjens, da Guide, corrobora para a visão de que a varejista tem “dificuldade de repassar preço” ao consumidor final.
Outro ponto importante para a piora no desempenho da companhia foi a aquisição da Zee Dog, em agosto de 2021, que acabou virando “um tiro no pé” para as contas da Petz.
“Na época, a compra foi positiva com um cenário de juros mais baixos e com a população com renda disponível. Mas o cenário mudou, e o que parecia ser uma excelente compra acabou sendo um detrator de rentabilidade para a companhia”, afirma Ferrer, da Empiricus.
Após a queda, a ação da Petz parece estar barata, mas os riscos de competição tiram a atratividade do papel, segundo o analista. “Eu prefiro ficar de fora a despeito de parecer que [a ação] está negociando em múltiplos atrativos e ser um segmento de expansão bastante amplo.”
Vale ainda ter no radar, a possível compra da Cobasi pela Petz. Os rumores de fusão entre as companhias ganharam força em agosto do ano passado. Para os analistas, é possível a continuidade da conversa entre as empresas.
De todo modo, a maior parte das recomendações para as ações hoje é de compra, de acordo com dados do Trademap.
Ações da Alpargatas (ALPA4): -32,89%
A dona da Havaianas foi mais uma das companhias prejudicadas no Ibovespa pelo cenário macroeconômico. Mas não só.
A Alpargatas é uma companhia considerada de qualidade pelo mercado e, na visão dos analistas, os papéis já negociavam a preços mais esticados — ou seja, tinham espaço para cair.
A empresa também sofreu por decisões consideradas equivocadas, como a aquisição da participação na empresa norte-americana Rothy’s.
“A compra foi cara, não estratégica. Os executivos tiveram que dividir as atenções, o que acabou tirando o foco no negócio principal, ou seja, na prioridade da companhia de vender as Havaianas, além da queima de caixa [com a aquisição]”, afirma o analista da Empiricus.
Para ele, o risco-retorno da companhia não é atrativo, mesmo com a queda dos papéis.
Já para o analista Lucas Rietjens, da Guide, as ações também estão negociadas próximas ao 'preço-justo', considerando o preço do papel na oferta pública de aquisição (OPA) realizada em maio de 2023.
De modo geral, os analistas concordam com essa avaliação. Das cinco recomendações para as ações da Alpargatas compiladas pelo Trademap, todas são de manutenção.
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Bolsa caindo à espera do pacote fiscal que nunca chega? Vale a pena manter ações na carteira, mas não qualquer uma
As ações brasileiras estão negociando por múltiplos que não víamos há anos. Isso significa que elas estão baratas, e qualquer anúncio de corte de gastos minimamente satisfatório, que reduza um pouco os riscos, os juros e o dólar, deveria fazer a bolsa engatar um forte rali de fim de ano.
Em recuperação judicial, AgroGalaxy (AGXY3) planeja grupamento de ações para deixar de ser ‘penny stock’; saiba como será a operação
Empresa divulgou um cronograma preliminar após questionamentos da B3 no início deste mês sobre o preço das ações ordinárias de emissão da varejista
Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem
Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente