S&P 500 ALCANÇOU OS 5 MIL PONTOS: “NO CREO EN BRUJAS, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY”
Hoje, os investidores estão analisando os últimos dados sobre a inflação ao consumidor na China, que continua em uma trajetória de deflação iniciada em julho do ano passado, com os preços ao produtor em deflação por um período ainda mais extenso.
A queda nos preços ao consumidor em janeiro marcou o ponto mais baixo em mais de 14 anos.
Esta queda é influenciada pelo calendário do Ano Novo Lunar, que foi em janeiro de 2023 e mudou para fevereiro em 2024, afetando os preços dos alimentos e intensificando a percepção de deflação.
Contudo, essa tendência de deflação sinaliza uma demanda interna enfraquecida, gerando preocupações sobre o dinamismo econômico da China.
Há um debate em curso sobre as implicações globais dessa situação: a China estaria exportando deflação para o mundo, ou seria essa uma noção equivocada?
Apesar dessas incertezas, a maioria das bolsas asiáticas registrou alta nesta quinta-feira, motivada pela possibilidade de que uma economia chinesa debilitada leve a novas medidas de estímulo por parte do governo, melhorando o ânimo do mercado.
Os mercados europeus também mostraram otimismo nesta manhã, antecipando potenciais estímulos na segunda maior economia mundial e aguardando declarações de autoridades monetárias.
Enquanto isso, os futuros nos EUA apresentam um comportamento variado, ajustando-se após o S&P 500 atingir um novo recorde de 5 mil pontos no dia anterior.
A ver…
00:56 — Revisar ou não revisar, eis a questão
No cenário econômico brasileiro, a atenção se volta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. A inflação desacelerou de 0,56% em dezembro para 0,42% em janeiro, ante o esperado de desaceleração a 0,36%.
Paralelamente, os investidores ainda estão digerindo os resultados negativos divulgados pelo Bradesco, o que recolocou os holofotes sobre as notícias corporativas nesta temporada de balanços.
Ainda hoje, esperam-se os relatórios de produção e vendas da Petrobras e os resultados financeiros do Banco do Brasil, eventos que prometem influenciar o mercado.
No âmbito macroeconômico, permanece o acompanhamento da questão da reoneração e a potencial revisão da meta fiscal.
O início de ano surpreendentemente positivo na arrecadação federal pode postergar a necessidade de ajustar a meta fiscal de 2024, possivelmente adiando essa revisão para mais tarde no ano, em vez de neste trimestre.
Atualmente, o mercado prevê um déficit de 0,8% do PIB, um desvio considerável da meta de déficit zero estabelecida pelo governo.
Essa situação serve como uma referência fiscal temporária enquanto a equipe econômica busca um acordo com o Congresso.
A posição de Fernando Haddad é particularmente notável neste último ano da presidência de Arthur Lira na Câmara dos Deputados, período que historicamente apresenta desafios e pode influenciar a dinâmica de poder.
01:42 — Uma das maiores quedas da história do banco
Na quarta-feira, o Bradesco enfrentou uma queda acentuada de 15% em suas ações, mesmo após divulgar resultados considerados respeitáveis, mergulhando o banco em uma de suas crises mais severas.
As expectativas de uma recuperação rápida dos desempenhos fracos de 2023 foram frustradas pela administração do banco. Marcelo Noronha, o recém-nomeado CEO, definiu 2024 como um ano de transição, antecipando que somente a partir de 2025 a rentabilidade começará a melhorar.
Embora o plano pareça promissor, sua eficácia ainda está para ser comprovada.
Paralelamente, o Bradesco revelou os contornos de um audacioso plano estratégico, desenvolvido em parceria com a McKinsey, que prevê uma reestruturação organizacional significativa.
No aspecto estratégico de negócios, o banco se compromete a realizar uma virada tecnológica e aprimorar a eficiência operacional, com a criação de um novo segmento voltado para clientes de alta renda e o objetivo de expandir sua fatia no mercado de crédito.
Estruturalmente, planeja enxugar os níveis hierárquicos, um movimento ambicioso para uma instituição que ainda visa atender ao segmento de baixa renda.
Diante dessas mudanças pendentes, o banco se encontra em posição desvantajosa.
Após o declínio expressivo de suas ações, o BTG Pactual ultrapassou o Bradesco em valor de mercado, tornando-se o terceiro maior banco listado na B3, com valor de R$ 162,5 bilhões, em comparação aos R$ 138,6 bilhões do Bradesco, ficando atrás somente do Itaú, com R$ 312,9 bilhões, e do Banco do Brasil, com R$ 169,6 bilhões.
Este ranking não considera o Nubank, que tem ações negociadas no exterior e um valor de mercado de aproximadamente R$ 225,4 bilhões.
02:39 — Os 5 mil pontos nos dizem algo?
O S&P 500 continua a bater recordes. O índice fechou ontem numa máxima histórica pela oitava vez este ano.
Ao mesmo tempo, o Dow Jones Industrial Average chegou ao seu décimo fechamento recorde do ano. Sim, estamos apenas em fevereiro.
O Nasdaq, por conta do desempenho muito ruim em 2022, ainda persegue sua máxima de novembro de 2021, estando a menos de 2% desse patamar.
O impulso geral deriva dos resultados corporativos e da tese em inteligência artificial.
E o rali continua.
Ontem, depois do fechamento, a Arm Holdings apresentou um lucro impressionante e uma perspectiva ainda mais otimista.
A empresa, que fabrica designs de chips para uma série de empresas de semicondutores e fabricantes de hardware, disse que espera que a receita no trimestre de março alcance entre US$ 850 e US$ 900 milhões. Isso representa cerca de US$ 100 milhões a mais do que os analistas esperavam.
Outro destaque veio da Disney, que também bateu as expectativas dos analistas. Com isso, o mercado americano contrata mais um dia positiva, apesar das incertezas sobre a segunda metade de fevereiro, que costuma ser uma das piores janelas do ano para ações. “No creo en brujas, pero que las hay, las hay.”
03:21 — Trump pode estar voltando: o que resta para o México?
Ontem, o México superou a China como o maior exportador para os Estados Unidos, um marco que não era alcançado há mais de vinte anos.
Este desenvolvimento é particularmente notável diante do aumento das tensões sino-americanas e da estratégia dos Estados Unidos de favorecer importações de nações aliadas.
Com a crise migratória na fronteira e a perspectiva de um retorno de Donald Trump à presidência no próximo ano, surgem especulações sobre o impacto que uma nova administração Trump poderia ter sobre essas dinâmicas comerciais, incluindo possíveis novas tarifas e o futuro da estratégia de nearshoring.
A incerteza prevalece sobre o nível de protecionismo que poderíamos ver sob uma hipotética presidência Trump 2.0.
Além disso, esta semana está sendo marcada por decisões judiciais significativas envolvendo Trump.
Um tribunal federal de apelações determinou que ele não possui imunidade contra acusações criminais relacionadas a atos praticados durante seu mandato, especificamente no que tange aos esforços para contestar o resultado das eleições de 2020.
Espera-se que Trump recorra ao Supremo Tribunal, seguindo sua estratégia de postergar os processos judiciais tanto quanto possível, especialmente porque a possibilidade de ser inelegível representa seu principal obstáculo.
Isso levanta um debate crítico sobre o que seria mais prejudicial para a democracia americana: impedir a candidatura do favorito às eleições ou permitir o retorno ao poder de uma figura considerada instável.
04:14 — Petróleo em alta: acordo de cessar-fogo em Gaza parece mais distante
Os Estados Unidos, o Qatar e o Egito estão empenhados em negociar uma nova trégua em Gaza para facilitar a libertação de reféns.
Embora o Hamas tenha indicado uma recepção positiva a uma recente proposta de cessar-fogo temporário, suas demandas por um cessar-fogo duradouro e pelo fim das operações militares israelenses no território apresentam desafios significativos para as negociações.
Um acordo permanece viável, contudo, o caminho para alcançá-lo é complexo, considerando as condições estabelecidas pelo Hamas, que visam assegurar seu controle sobre Gaza, em oposição aos objetivos declarados pelo Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que incluem a neutralização do Hamas, reconhecido por Israel e seus aliados como uma organização terrorista.
Netanyahu vê razões estratégicas para prolongar o conflito, dado que sua permanência no poder pode ser influenciada pela situação. Enquanto essa situação persistir sem resolução, é provável que a instabilidade continue a afetar o mercado global de petróleo.