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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Vacas leiteiras

As ações que devem pagar mais dividendos em 2024 – Petrobras está na lista

Ranking da Economatica projeta as empresas que devem ter os maiores retornos com dividendos na bolsa neste ano, para além do Ibovespa; veja as campeãs

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
9 de janeiro de 2024
14:10 - atualizado às 14:11
vacas leiteiras dividendos ação
Ações que pagam bons dividendos são apelidadas de 'vacas leiteiras'. Imagem: Shutterstock

Ano novo, hora de rever a carteira de investimentos e, para aqueles que investem com foco na geração de renda, talvez caçar novas "vacas leiteiras". Como já é tradição, a consultoria Economatica divulgou, nesta semana, sua lista de ações que devem pagar mais dividendos no ano, com base nas projeções de dividend yield de cada empresa, isto é, retorno com proventos.

O levantamento leva em consideração não só ações do Ibovespa, mas também papéis negociados fora do principal índice da bolsa. Mesmo assim, ficaram entre as prováveis maiores pagadoras de dividendos de 2024 as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que já foram as campeãs de proventos do ano passado.

O dividend yield esperado para os papéis da petroleira pela Economatica é de cerca de 20%, mas a estatal é apenas a vice-líder do ranking. A campeã, segundo a consultoria, deve ser a Mahle Metal Leve (LEVE3), fabricante de autopeças cujas ações não integram o Ibovespa. O retorno com dividendos projetado para a companhia em 2024 é de nada menos que 30%.

Veja o ranking completo da Economatica a seguir, composto por 18 empresas e 21 papéis:

Ações que devem pagar mais dividendos em 2024

EmpresaCódigoSegmentoDividend Yield projetado em 2024
Mahle Metal LeveLEVE3Automotivo30,30%
Petrobras PNPETR4Óleo e gás19,50%
Petrobras ONPETR3Óleo e gás18,60%
CopasaCSMG3Água e saneamento14,10%
BB SeguridadeBBSE3Seguradoras10,30%
Bradesco ONBBDC3Bancos10,10%
Bradesco PNBBDC4Bancos9,90%
Banco do BrasilBBAS3Bancos8,30%
Kepler WeberKEPL3Máquinas e equipamentos industriais7,90%
Caixa SeguridadeCXSE3Seguradoras7,80%
IraniRANI3Embalagens7,80%
CPFL EnergiaCPFE3Energia elétrica7,50%
PositivoPOSI3Computadores e equipamentos7,40%
MinervaBEEF3Carnes e derivados7,40%
SLC AgrícolaSLCE3Agricultura6,60%
Engie BrasilEGIE3Energia Elétrica6,40%
CuryCURY3Incorporações6,30%
Klabin PNKLBN4Papel e celulose6,10%
Klabin unitKLBN11Papel e celulose6,10%
FerbasaFESA4Siderurgia5,90%
Jalles MachadoJALL3Açúcar e álcool5,60%
Fonte: Economatica

Critérios de seleção da Economatica

Para fazer a seleção, a Economatica levou em conta uma metodologia para "filtrar empresas com sólida performance financeira e potencial de manter ou aumentar a distribuição de dividendos no futuro próximo." Os critérios são os seguintes:

  • As empresas devem ter registrado lucro em 2022 e nos três primeiros trimestres de 2023;
  • O lucro nos três primeiros trimestres de 2023 deve ser pelo menos 75% do total de 2022, indicando uma expectativa de lucro anual estável ou crescente para 2023;
  • É necessário um histórico de pagamento de dividendos em 2023;
  • O dividend yield projetado para o final de 2023 é calculado com base no preço da ação no último dia útil do ano e na distribuição de dividendos igual à de 2023;
  • As empresas devem apresentar um Volume Financeiro médio diário (ADTV) em 2023 superior a R$ 5 milhões, para garantir liquidez e mitigar o risco de manipulação de preços.

Trata-se, portanto, de um método que se baseia em dividendos passados, no preço atual da ação e na presunção de que a política de distribuição de proventos permanecerá constante em relação ao valor atual dos papéis.

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Uma projeção mais fidedigna requereria métodos como análise de fluxo de caixa descontado, além de análises do setor e do cenário macroeconômico.

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A Mahle Metal Leve, por exemplo, teve um crescimento no dividend yield nos últimos anos, mas o de 2023 (35,8%) foi bem superior aos dos anos anteriores (13,9% em 2022 e 4,4% em 2021, por exemplo).

A Petrobras, por sua vez, apresentou altos dividend yields nos últimos três anos (29,6% em 2023, 58,8% em 2022 e 19,9% em 2021). De qualquer forma, pela natureza do negócio da empresa e pelo fato de ser uma estatal, é difícil cravar como vai ser a distribuição de proventos a partir de dados passados.

"Como uma gigante no setor de commodities e sendo uma estatal, a Petrobras tem sua distribuição de dividendos atrelada à volatilidade dos preços do petróleo e à sua habilidade em gerenciar custos e investimentos de forma eficiente. As políticas de distribuição de lucros e reinvestimento também desempenham um papel crucial na definição desses valores", explica a Economatica.

No ranking aparecem, por outro lado, companhias que atuam em setores considerados defensivos, devido à sua previsibilidade de receitas e custos, o que torna a distribuição de dividendos mais estável e consistente.

É o caso, por exemplo, da empresa de saneamento Copasa e das seguradoras ligadas a bancos estatais, BB Seguridade e Caixa Seguridade.

Na imagem a seguir, que você pode clicar para ampliar, é possível ver a tabela elaborada pela própria Economatica com o ranking, os dividend yields passados, o médio e o mediano de cada empresa:

Ações que devem pagar mais dividendos em 2024 - Economatica

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