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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Rentabilidade em alta

Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ volta a pagar 6% mais inflação nos prazos mais longos; maioria dos vencimentos do Tesouro RendA+ também está neste patamar

Com alta dos juros futuros devido à cautela global e temores com o fiscal, retornos dos títulos públicos voltaram a subir

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
27 de setembro de 2023
11:35 - atualizado às 11:36
Ilustração sobre investimento de longo prazo
Títulos Tesouro IPCA+ que vencem perto de 2050 já estão novamente pagando mais de 6% + IPCA. Imagem: POMB/Seu Dinheiro

Os retornos dos títulos Tesouro IPCA+ mostraram, nesta quarta-feira (27), que estão voltando para o seu patamar historicamente mais elevado, acima de 6% ao ano mais a variação da inflação medida pelo IPCA.

Tais taxas já aparecem nos papéis de vencimento mais longo, que tendem a ser mais rentáveis e também mais voláteis.

Para quem comprar o Tesouro IPCA+ 2055 com Juros Semestrais (NTN-B) na manhã de hoje, o retorno no vencimento será de 6,00% ao ano + IPCA; já quem comprar o Tesouro IPCA+ 2045 (NTN-B Principal) receberá 6,04% ao ano + IPCA no vencimento.

As altas rentabilidades aparecem também entre os títulos Tesouro RendA+, voltados para a aposentadoria, e Tesouro Educa+, voltados para a educação.

No primeiro caso, quase todos os vencimentos, com exceção do mais curto (com data de conversão em 2030), estão pagando mais de 6,00% ao ano mais IPCA.

Já no caso do Educa+, os dois vencimentos mais longos (com datas de conversão em 2040 e 2041) estão pagando, respectivamente, 6,00% e 6,04% ao ano mais IPCA até o vencimento.

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Juros futuros em alta engordam taxas do Tesouro Direto

Apesar da Selic em queda, as rentabilidades prometidas pelos títulos públicos negociados no Tesouro Direto voltaram a subir com a alta recente dos juros futuros no Brasil, devido à cautela no exterior e aos temores fiscais domésticos.

São os juros futuros os responsáveis por balizar as remunerações dos títulos públicos, bem como os seus preços. Assim, enquanto as taxas engordam para os investidores que compram novos papéis, os preços dos títulos caem, o que faz com que os investidores que já detêm esses títulos na carteira vejam seu patrimônio diminuir.

Nos últimos 30 dias, por exemplo, os títulos prefixados apresentam desvalorizações entre 0,49% e 3,74%, a depender do vencimento, enquanto os Tesouro IPCA+ têm quedas entre 1,06% e 9,89%.

Os juros futuros têm sido impactados, por um lado, pela alta das taxas dos títulos públicos americanos, que refletem a expectativa dos mercados globais de que os juros nos Estados Unidos permanecerão altos por mais tempo, com base na última decisão de juros do Federal Reserve.

Na frente doméstica, por outro lado, os juros futuros também refletem as crescentes preocupações dos investidores locais com o fiscal, já que as medidas geradoras de receita das quais o governo depende para atingir suas metas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso.

Além disso, nas últimas semanas o Banco Central manifestou preocupação com o aperto monetário no exterior e com o fiscal por aqui, frustrando a expectativa do mercado de que a Selic poderia vir a cair mais rapidamente, num futuro próximo.

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