Estes títulos do Tesouro Direto já rendem mais de 200% do CDI no ano; veja se ainda vale a pena investir
Alívio na inflação e perspectiva de corte na Selic elevam atratividade do papel, pois motivam sua valorização no mercado
Os títulos públicos prefixados, negociados pelo Tesouro Direto, continuam numa maré positiva em 2023. Há cerca de um mês, eu publiquei aqui no Seu Dinheiro uma matéria que mostrava que a valorização de alguns deles já chegava ao equivalente a 180% do CDI no acumulado do ano. Agora, a alta dos Tesouro Prefixado já chega a ultrapassar os 200% do CDI.
Enquanto o CDI – taxa de juros que baliza a rentabilidade das aplicações de renda fixa – acumula alta de cerca de 4,80% em 2023, a valorização de alguns títulos Tesouro Prefixado já corresponde a mais que o dobro deste percentual. O mais rentável deles, o prefixado com vencimento em 2029, tem ganho de 10,56% até 17 de maio.
Essa remuneração também deixa no chinelo a renda variável – o Ibovespa ainda cai 1% no ano, a despeito da recuperação recente – e os títulos Tesouro Selic, cuja valorização no mercado costuma acompanhar a taxa básica de juros. No ano, esses papéis se valorizam entre 4,87% e 4,98%, a depender do vencimento.
Confira os desempenhos de todos os títulos públicos negociados no Tesouro Direto que dispõem do dado de desempenho acumulado no ano, da maior para a menor valorização:
Melhores e piores desempenhos no Tesouro Direto em 2023
Título público | Desempenho no ano | Desempenho em 12 meses |
TESOURO PREFIXADO 2029 | 10,56% | 16,60% |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2033 | 9,73% | 16,81% |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2031 | 9,45% | 16,44% |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2029 | 8,98% | 16,15% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2055 | 8,67% | 8,36% |
TESOURO IPCA+ 2045 | 8,63% | 2,42% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2050 | 8,59% | 8,23% |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2027 | 8,39% | 15,77% |
TESOURO IPCA+ 2035 | 8,38% | 8,64% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2040 | 8,28% | 7,88% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2030 | 8,27% | 9,89% |
TESOURO PREFIXADO 2026 | 8,27% | 15,42% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2032 | 8,15% | 9,57% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2045 | 8,09% | 8,12% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2035 | 7,97% | 9,07% |
TESOURO IPCA+ 2026 | 7,63% | 9,80% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2026 | 7,31% | 9,64% |
TESOURO PREFIXADO 2025 | 6,06% | 14,05% |
TESOURO PREFIXADO com juros semestrais 2025 | 5,80% | 13,95% |
TESOURO PREFIXADO 2024 | 5,25% | 13,48% |
TESOURO IPCA+ com juros semestrais 2024 | 5,14% | 7,91% |
TESOURO IPCA+ 2024 | 5,10% | 7,73% |
TESOURO SELIC 2027 | 4,98% | 13,68% |
TESOURO SELIC 2024 | 4,87% | 13,72% |
TESOURO SELIC 2025 | 4,87% | 13,77% |
TESOURO IGPM+ com juros semestrais 2031 | 0,69% | -0,13% |
Os títulos públicos prefixados tendem a se valorizar quando há uma perspectiva de queda de juros em momentos de desaquecimento inflacionário.
Vale notar que só embolsa a valorização quem eventualmente vender o título antecipadamente após a alta. Aqueles que ficam com o papel até o vencimento recebem exatamente a remuneração acordada na hora da compra.
Leia Também
Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
A recuperação dos prefixados começou na segunda metade de 2022, quando o Banco Central sinalizou o fim do ciclo de alta nos juros, mas ganhou tração mesmo neste início de ano, com os primeiros sinais de inflação realmente controlada e o anúncio do arcabouço fiscal pelo governo.
- Você investe em ações, renda fixa, criptomoedas ou FIIs? Então precisa saber como declarar essas aplicações no seu Imposto de Renda 2023. Clique aqui e acesse um tutorial gratuito, elaborado pelo Seu Dinheiro, com todas as orientações sobre o tema.
Além disso, mesmo com as rusgas entre o governo federal e o BC em torno do patamar da taxa de juros e as críticas ao arcabouço fiscal, cresce no mercado a percepção de que a Selic não conseguirá ficar nesse nível tão alto por muito mais tempo, sob o risco de estrangular a economia.
Mais recentemente, o avanço do arcabouço fiscal no Congresso, ao lado da expectativa de que o texto fique um pouco mais duro ao passar pelo Parlamento, também levou a um forte alívio dos juros futuros.
Dos Estados Unidos, o crescimento do temor de recessão e a recente crise bancária também elevam a percepção de que o Federal Reserve não poderá apertar muito mais a política monetária, além de levar a uma desvalorização da moeda americana. Por lá, os investidores avaliam que os juros já chegaram ao topo do ciclo.
Os sinais de que a inflação brasileira de fato está cedendo se somam a esses outros fatores e contribuem para uma queda dos juros futuros que valoriza os prefixados e ainda os torna mais atrativos, no momento, que os títulos atrelados a índices de preços, como o Tesouro IPCA+.
“Essa redução das expectativas de inflação deve favorecer as posições prefixadas em detrimento principalmente de títulos indexados à inflação (IPCA+) de curto prazo”, escreve Laís Costa, analista de renda fixa da Empiricus, em relatório publicado na semana passada.
Ainda vale a pena comprar Tesouro Prefixado?
Há cerca de um mês, as fontes ouvidas para a reportagem sobre os prefixados diziam acreditar que já fazia sentido começar a se posicionar nesses títulos, principalmente os de prazos intermediários, com vencimentos em 2027 e 2029. Quem fez isso, como você pôde notar, já está ganhando dinheiro.
Agora, com a visão de que a Selic deve ser cortada no segundo semestre já mais estabelecida, essa migração de parte da carteira de renda fixa dos pós-fixados para os prés faz ainda mais sentido.
Em relatório no início deste mês da série Super Renda Fixa, da Empiricus, uma das fontes daquela reportagem, a analista Lais Costa, recomenda três títulos privados (um CDB, uma LCI e uma LCA) com vencimentos entre 2024 e 2026, todos prefixados. É possível ter acesso a esse tipo de papel via plataformas de investimentos.
Já no Tesouro Direto, estão disponíveis para a compra, atualmente, três títulos Tesouro Prefixado, com vencimentos em 2026, 2029 e 2033, sendo que este último paga juros semestralmente.
Para além da perspectiva de valorização desses papéis, todos eles ainda estão pagando uma remuneração atrativa para quem os levar ao vencimento, acima de 11% ao ano.
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Na contramão do mercado de ações: oportunidade de renda fixa cresce 113% em captações – veja como buscar até CDI + 3%
Categoria de renda fixa está conquistando investidores e pode entregar lucros de até 15% ao ano em um cenário de Selic nas alturas; conheça
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Com Selic em 11,25%, renda fixa conservadora brilha: veja quanto passa a render R$ 100 mil na sua reserva de emergência
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (06), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Campos Neto acelerou: Copom aumenta o ritmo de alta da Selic e eleva os juros para 11,25% ao ano
A decisão pelo novo patamar da taxa, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
“O Banco Central tem poucas opções na mesa”: Luciano Sobral, da Neo, diz que Copom deve acelerar alta da Selic, mas mercado teme que BC perca o controle da inflação
Na visão de Sobral, o Copom deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, para 11,25% ano
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
“Campos Neto está certo”: André Esteves, do BTG Pactual, diz que mercado está mais pessimista com o fiscal do que fundamentos sugerem
Para o chairman do banco de investimentos, o mercado está “ressabiado” após a perda de credibilidade do governo quanto à questão fiscal
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado
Selic: Copom pode subir juros em 0,5% na próxima reunião; como ficam seus investimentos?
Decisão acontecerá no dia 6 de novembro; saiba como ajustar sua carteira para se beneficiar do ciclo de alta de juros
“Fundo do poço tem alçapão”. Mercado perde a paciência com Lula e governo só tem uma saída
Com dólar nas alturas e alta de juros no radar, investidor deveria fazer o “básico bem feito”, disse Rafael Fedalto, da Libra Investimentos, ao podcast Touros e Ursos