Por que o Congresso não gostou do pacote anunciado por Haddad? Setores falam em ‘insegurança jurídica’ com MP
Para o senador Angelo Coronel (PSD-BA), que relatou o projeto de lei no Congresso, isso pode gerar uma crise política para o governo Lula em 2024
As reuniões de final de ano costumam gerar muitos encontros positivos, mas também muitas rusgas entre pessoas que, até poucos minutos atrás, estavam se dando bem. Parece que foi o caso com o Congresso Nacional e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Isso porque o Congresso reagiu mal ao anúncio da medida provisória (MP) apresentada ontem (28) pelo chefe da Fazenda. As medidas, segundo ele, têm o objetivo de recuperar receitas.
Entre dispositivos da MP está a revogação de uma lei aprovada pelo Congresso no dia 14 deste mês que desonera a folha de pagamento de 17 setores da economia que mais empregam no País.
Destrinchando o texto de Haddad
O texto invalida ainda o abatimento de impostos da folha de salários de funcionários de prefeituras de até 142 mil habitantes e cria um teto para que as empresas que ganharam ações contra o Fisco possam descontar de seus impostos.
As três iniciativas serão objeto de uma única MP, que já está na Casa Civil, e cuja data de publicação depende do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A lei que previa as desonerações no setor privado e nas prefeituras foi promulgada após a derrubada de um veto de Lula à proposta. Agora, a nova MP vai ter de ser discutida pelos parlamentares em até 120 dias.
Leia Também
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
- MELHORES INVESTIMENTOS PARA 2024: Receba o guia completo e gratuito do Seu Dinheiro, com recomendações das maiores casas de análise, bancos e corretoras do Brasil.
Contraponto
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que relatou o projeto de lei no Congresso, criticou a iniciativa do governo.
"O mais certo era deixar andar a lei como já foi promulgada e, no decorrer do exercício futuro, discutir outra maneira de ajustar via projeto de lei. E não por medida provisória, cujos efeitos são imediatos", disse.
Para ele, isso pode gerar uma crise política para o governo Lula em 2024.
"Isso dá uma fragilizada na relação do Poder Executivo com o Congresso já que foi um projeto aprovado com ampla maioria na Câmara e no Senado, o governo vetou e o veto foi derrubado também com maioria esmagadora. Aí vem uma medida provisória em cima desse texto? Acho muito perigoso e tende a ferir, a fragilizar a relação do Congresso com o governo", disse Coronel, que integra a base do governo no Senado.
Na visão do governo
O governo alegou que a desoneração da folha é inconstitucional, pois a reforma da Previdência, em 2019, vedou a concessão de benefícios tributários sobre contribuições da seguridade social.
Os parlamentares afirmaram, porém, que se trata da prorrogação de um benefício existente desde 2011 e que havia sido instituído na gestão Dilma Rousseff (PT).
Haddad disse ontem esperar que o Congresso receba bem a MP. Para ele, as alternativas apresentadas pela equipe econômica não representam uma "afronta" ao Congresso.
O que diz a indústria sobre as medidas de Haddad
Setores afetados pela decisão do governo de revogar a desoneração da folha de pagamento afirmaram, em nota conjunta divulgada na tarde de ontem, que a medida provisória de Fernando Haddad "traz insegurança jurídica para as empresas e para os trabalhadores já no primeiro dia do ano de 2024" e criticaram o modo como o governo atuou.
"Não é, em absoluto, razoável que ela (a lei nº 14784/23, que prorroga a desoneração da folha de pagamento por quatro anos) seja imediatamente alterada ou revogada por meio de uma MP, contrariando uma decisão soberana do Congresso, ratificada pelas duas Casas na derrubada ao veto presidencial", diz o texto publicado pelas entidades setoriais.
Impactos
As associações afirmaram também que as propostas não "estão claras e sinalizam alterações importantes que não foram discutidas com o Congresso, com o setor empresarial e tampouco com os representantes dos trabalhadores".
"São propostas que não devem ser impostas à sociedade sem discussão prévia ampla e abrangente, por meio de MP".
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, Haroldo Ferreira, disse que a lei promulgada pelo Congresso "mantém os empregos e a competitividade" para os 17 setores afetados.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) "reconhece o esforço do governo para atingir o déficit zero, porém não poderia deixar de se preocupar com a reoneração, que pode impactar parte dos 1,5 milhão de empregos do setor".
*Com informações do Estadão Conteúdo
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
Um pé em cada barco: presidente do Senado defende corte de gastos, mas faz ressalva para reajuste de servidor público
Apesar da atenção aos servidores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), demonstrou preocupação com as contas públicas, defendendo cortes de gastos e celeridade na regulamentação da Reforma Tributária
Eleições EUA: Por que a votação é sempre na terça? Trump e Kamala podem empatar? Saiba a resposta para essas e mais 8 perguntas
O intrincado funcionamento do Colégio Eleitoral é apenas uma das muitas peculiaridades das eleições presidenciais nos EUA; confira este guia rápido com tudo o que você precisa saber
Indústria gera mais emprego e com preferência pelos jovens — mas com salário menor
Do total dos novos postos de trabalho criados pela indústria nos nove primeiros meses de 2024, 57,4% das vagas foram ocupadas por jovens de 18 e 24 anos
O que a indústria espera da Black Friday deste ano? Abinee faz aposta em um segmento específico
A maioria dos fabricantes de aparelhos eletrônicos espera crescimento das vendas de seus produtos na Black Friday, que acontece no dia 29 de novembro
Braskem (BRKM5): maior volume de vendas no mercado nacional e exportações mais fracas; veja os principais números do relatório de produção
Venda de resinas caiu 2% na comparação anual; exportações dos principais produtos químicos da Braskem caíram
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo
Greve volta a paralisar venda de títulos públicos do Tesouro Direto nesta terça-feira (15); resgates serão mantidos?
Esta é a terceira vez que a greve dos servidores do Tesouro Nacional paralisa as operações do Tesouro Direto em menos de um mês
Quem foi Ratan Tata, magnata morto aos 86 anos que liderou o maior conglomerado empresarial da Índia
À frente do grupo, Tata foi responsável por transformá-lo em um império global por meio de uma série de negócios de destaque, como as aquisições da Jaguar e da Land Rover
Gabriel Galípolo no Senado: como o indicado a comandar o Banco Central enxerga a Selic, a meta de inflação e a relação com Lula
Galípolo respondeu perguntas dos senadores em sabatina e teve o nome aprovado pela CAE para assumir o BC
Sabatinando Galípolo: Senado vota hoje indicado de Lula para suceder Campos Neto no Banco Central, mas Ibovespa tem outras preocupações
Além da sabatina de Galípolo, Ibovespa terá que remar contra a queda do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Último confronto em SP: debate de hoje na Globo terá direita dividida entre Nunes e Marçal, em empate triplo com Boulos; veja o que esperar
Marcado para às 22h, o evento poderá ser acompanhado em cobertura ao vivo realizada pelo Estadão, bem como pelos canais da emissora e o portal de notícias G1
Cuidado com o celular: golpes digitais atingiram 24% da população brasileira no último ano, revela DataSenado
De acordo com o estudo “Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, a distribuição dos golpes é uniforme em todas as regiões do país
Novo título de renda fixa com isenção de IR e os rumores sobre a venda bilionária de ações da JBS (JBSS3) pelo BNDES: os destaques do Seu Dinheiro na semana
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a nova renda fixa pode ser disponibilizada no mercado em breve; veja as matérias mais lidas da última semana
Confira as mudanças que o Congresso quer fazer na Lei das Bets para limitar as apostas
Inadimplência das famílias e problemas com vícios em apostas online levaram deputados e senadores a reverem a lei das bets – veja o que muda
Braskem (BRKM5): governo vai aumentar a tarifa de importação para 20% em produtos químicos — e por que isso é uma boa notícia para a petroquímica
A medida, aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), terá vigência de um ano; indústria reclamava de concorrência desleal da China
Corte de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.? Nada disso: senadores democratas pedem diretamente para o chefe do BC dos EUA que Fed corte juros em 0,75 p.p.
As autoridades dos EUA acrescentam que “claramente” chegou a hora de reduzir as taxas, diante da desaceleração dos preços e de dados indicando o arrefecimento do emprego
Câmara aprova reoneração gradual da folha de pagamento; veja como vai funcionar
A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base que determina a reoneração da folha de pagamento, mas texto-base foi alterado e a decisão final da proposta foi adiada para hoje (12)
Samsung planeja cortar 30% da força de trabalho pelo mundo, diz agência; ações caem ao menor nível em 16 meses
Empresa passa por ajustes internos, mas confidenciais; demissões podem afetar unidades em quase todo o mundo, exceto na Coreia do Sul