Bolsonaro inelegível? Ex-presidente fala sobre o julgamento do TSE e diz que “indicativos não são bons”
O julgamento que vai decidir se ele ficará inelegível por oito anos por abuso de poder político e dos meios de comunicação está marcado para começar na quinta-feira (22)
O dia do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) está se aproximando e ele não está nada otimista com o resultado. Na quinta-feira (22), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai decidir se o ex-presidente ficará inelegível por oito anos por abuso de poder político e dos meios de comunicação.
Bolsonaro, no entanto, já prevê uma derrota no plenário do TSE. Segundo o próprio ex-presidente, "os indicativos não são bons", mas ele está "tranquilo" em relação ao desfecho da votação, cobrando calma de seus aliados.
"Não vamos nos apavorar com o resultado que vier. Obviamente não quero perder os direitos políticos. A gente quer continuar vivo contribuindo com o País", afirmou Bolsonaro.
"Nós temos esse problema agora. Até mesmo uma condenação de inelegibilidade porque me reuni com embaixadores antes do período eleitoral. Vamos enfrentar isso no dia 22 agora. Já sabemos que os indicativos não são bons, mas eu estou tranquilo", acrescentou.
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As acusações
Bolsonaro é acusado pelo PDT de veicular mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas a embaixadores durante a campanha eleitoral do ano passado.
A ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) apresentada pelo partido contra o ex-presidente alega que ele usou a estrutura do Palácio da Alvorada na tentativa de convencer embaixadores de que as eleições brasileiras seriam fraudadas.
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O desfecho do julgamento pode torná-lo o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral decorrente de crimes praticados no exercício do mandato.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, chegou a ficar inelegível por causa de condenações pela Justiça comum no âmbito da operação Lava Jato, o que o enquadrava na Lei da Ficha Limpa.
Anos depois, porém, o petista acabou tendo as condenações anuladas pelo STF, que considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba incompetente para julgá-lo e o ex-juiz Sergio Moro parcial na condução do caso.
Bolsonaro em 2026?
No sábado (17), Bolsonaro voltou a insinuar que as eleições do ano passado, na qual saiu derrotado para o presidente Lula, não ocorreram dentro da normalidade.
"Houve as eleições, que eu acho que todo mundo pode questionar, mas para o STF e o TSE não pode questionar. Não pode falar nada de eleições. Eu acho que pode, mas não podemos falar nada. Eu acho que é página virada", disse.
Bolsonaro convocou seus apoiadores a se organizarem para as eleições municipais do ano que vem e também para a disputa nacional em 2026, que, segundo ele, ocorrerá de maneira mais "tranquila".
"Em 2026, a composição do TSE será outra. O presidente será o Kassio Nunes e o vice será o André (Mendonça). Eu indiquei os dois. Teremos uma eleição mais tranquilo. Não pode enfrentar eleições com suspeitas. A alma da democracia é a lisura", disse.
Ele ainda se queixou das recentes operações da Polícia Federal (PF) que o envolvem. Segundo Bolsonaro, "não é fácil ser ex-presidente recebendo visita da PF em casa procurando cartão de vacina" em alusão ao mandado de busca e apreensão realizado em seu endereço, em Brasília, no início do mês de maio.
"Não tem cabimento", completou.
Antes do TSE, Bolsonaro pede desculpas
Um dia após espalhar informações falsas sobre as vacinas utilizadas na prevenção de casos graves da covid-19 conterem grafeno em sua composição, Bolsonaro recuou da afirmação e disse neste domingo (18), que "houve um equívoco", pedindo desculpas.
"Como é de conhecimento público sou entusiasta do potencial de emprego do óxido de grafeno, por isso inadvertidamente relacionei a substância com a vacina, fato desmentido em agosto de 2021", disse.
No sábado (17), durante evento em Jundiaí, Bolsonaro contou que leu a bula das vacinas de RNA distribuídas no País e identificou que o suposto grafeno presente nos imunizantes se acumula "nos testículos e ovários"
As bulas das vacinas Pfizer, Coronavac e Janssen, que são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não citam a presença do minério na composição.
O grafeno é um material composto por átomos de carbono e tem sido apontado como o futuro da tecnologia, de acordo com o Inmetro.
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*Com informações do Estadão Conteúdo
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