Lula fora de combate: com petista de molho, ministros mandam recado e não poupam ninguém
A ministra do Planejamento, Simone Tebet; o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, falaram de temas caros ao presidente
O fato de Luiz Inácio Lula da Silva estar fora de combate para tratar de um quadro de pneumonia e influenza A o impediu de ir até a China, mas não de mandar mensagens duras de seu governo — dessa vez os porta-vozes foram os ministros do petista.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, por exemplo, voltou a afirmar nesta segunda-feira (27) que o novo arcabouço fiscal vai estabilizar a dívida pública brasileira, zerar o déficit fiscal e ser socialmente comprometido com o Brasil.
Tebet disse que a "moldura" do arcabouço já está pronta e que agora a decisão é política, do presidente da República.
"No arcabouço fiscal, nós temos como meta, até o final do próximo ano, que possamos zerar o déficit. A gente zera o déficit de duas formas. Aumentando receita sem aumentar imposto. Isso já está acontecendo. E com reonerações. E sobre a ótica de qualidade de gastos públicos, de corte de despesas desnecessárias ou de políticas pública ineficientes. Nós temos dois anos para chegar nessa meta que é totalmente possível", disse a ministra.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, também falou sobre a nova regra fiscal. Ao ser perguntado hoje se há algum dispositivo que o impede de se tornar suscetível a manobras que o enfraqueçam como ocorreu com o teto de gastos, fez questão de separar a regra dos parâmetros.
“Você precisa mostrar ao mercado e à sociedade o seu comprometimento em buscar o resultado fiscal que vai permitir uma trajetória bem mais comportada da relação dívida/PIB, mas simultaneamente mostrar não passar uma relação que vai ter em algum momento um regime que funciona por exceção”, disse.
Leia Também
Tebet falou que um tema caro a Lula
Outro tema sensível a Lula foi tratado por Tebet hoje: a taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano.
Segundo ela, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira (22) apresentou um tom "errado" e trouxe um recado equivocado para a equipe econômica do governo Lula.
"Quero repisar a questão de ter achado que o documento saiu no tom errado. Como é um documento político, eu tenho a liberdade de me posicionar sobre ele. Acho a discussão [sobre o assunto] saudável, temos que quebrar tabus", afirmou.
A ministra também avaliou que o colegiado "esticou a corda" no texto.
"Quando o Copom vêm dizendo que 'não exitaremos em' [no texto do comunicado], pode até ter querido sinalizar para o mercado de que são independentes, de que não vão ceder ao jogo político, mas, acredito que não precisavam ter esticado a corda como esticaram porque também mandaram um recado equivocado, a meu ver, para a equipe econômica e para o núcleo político ou para a política brasileira", afirmou a ministra.
Tebet disse ainda que comentou o tema com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
"Respeito o presidente do BC e fiz esse comentário a ele, e ele comentou assim: ‘Simone, sempre foi assim’ e ‘esse sempre foi assim’ não me agrada, porque [se] sempre foi assim, em determinado momento, não deve ser assim", disse Tebet.
- O Seu Dinheiro está cobrindo os fatos mais relevantes dos 100 primeiros dias do Governo Lula. Clique aqui para acompanhar.
Fala, Padilha
O ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também falou de banco central hoje — especificamente sobre os novos diretores a instituição.
Segundo ele, os nomes ainda não foram “totalmente” definidos, mas há expectativa para os próximos dias.
"À medida que os nomes forem definidos por Haddad e anunciados por Lula, não terá dificuldade de marcar sabatina”, afirmou o ministro a jornalistas, acrescentando que “se tem alguém que sabe escolher bem presidente e diretores do BC é Lula”.
“Só pode vir coisa boa dessa dupla Haddad e Lula na definição dos nomes do Banco Central”, afirmou.
Silveira e a privatização da Eletrobras
Outro assunto sensível ao governo petista foi trazido à tona pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ele afirmou hoje que o governo tem "todo direito" de fazer uma discussão em relação à privatização da Eletrobras.
Para Silveira, o modelo adotado no processo foi "injusto", mas que, como ministro da área, deve tratar a empresa com a natureza jurídica atual, cobrando plano de investimento e assistência à população.
Em declarações recentes, Lula sinalizou que pretende, se houver condições, reestatizar a Eletrobras, afirmando que o que foi feito na empresa foi um "crime de lesa-pátria". A empresa foi privatizada no ano passado, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A saúde de Lula e a viagem à China
Foi Padilha, que é médico, que trouxe notícias de Lula: "Lula continua muito bem em sua saúde, evolução muito positiva", disse o ministro.
Ele detalhou que, desde sábado (25), a medicação recebida pelo presidente é por via oral: "Recuperação ótima".
O ministro afirmou ainda não ter uma nova data definida em relação à viagem de Lula à China, adiada pelas questões de saúde do presidente.
"Vão trabalhar uma nova data de recepção do presidente Lula", declarou, afirmando que há muito interesse do país asiático em receber o chefe do Executivo brasileiro.
Só os conservadores se salvaram: títulos públicos sofrem em setembro, mês que teve até greve do Tesouro Direto; veja as maiores altas e quedas
Tesouro Selic foi o único título do Tesouro Direto a apresentar retorno positivo em mês marcado pelo início de um novo ciclo de alta na taxa básica de juros
Campos Neto errou? Presidente do BC responde sobre condução da taxa de juros após relatório de inflação
Comentários de Campos Neto foram feitos durante entrevista coletiva para falar do Relatório Trimestral de Inflação
Criptomoedas em alta: Saiba o que fez o bitcoin (BTC) saltar para os US$ 65 mil em poucas horas hoje
Analistas do mercado atribuem o movimento de alta ao ajuste de posições em bolsas e criptomoedas, juntamente com os dados positivos do dia
Banco BV lança CDB que rende até 136% do CDI e com resgate até nos finais de semana; veja como investir
O novo título faz parte da ação que comemora os 36 anos do banco neste mês de setembro
Vale (VALE3) leva a melhor no cabo de guerra com a Petrobras (PETR4) e ajuda Ibovespa a fechar em alta; dólar recua a R$ 5,4447
No mercado de câmbio, o dólar à vista opera em queda, mas longe das mínimas do dia
Dia agitado na bolsa: Ibovespa reage a RTI, Campos Neto, PIB dos EUA, Powell e estímulos na China
Relatório Trimestral de Inflação vem à tona um dia depois de surpresa positiva com o IPCA-15 de setembro
E agora, Campos Neto? IPCA-15 contraria projeções e desacelera, mas será suficiente para mudar postura do Banco Central com os juros?
Prévia da inflação oficial desacelera de 0,19% para 0,13 na leitura mensal e cai a 4,12 no acumulado em 12 meses, segundo o IBGE
Transformando um inimigo em aliado: Com influência de estímulos da China perto de limite, Ibovespa mira no IPCA-15
Analistas projetam aceleração da prévia da inflação em setembro em relação a agosto, mas desaceleração na leitura anual
Quanto rende investir R$ 1.000 por mês? Como usar o poder dos juros compostos a seu favor
O grande inimigo de quem contrai dívidas também pode se tornar um dos principais aliados na construção do patrimônio com uma troca de papéis
Felipe Miranda: O Fim do Brasil não é o fim da História – e isso é uma má notícia
Ao pensar sobre nosso país, tenho a sensação de que caminhamos para trás. Feitos 10 anos do Fim do Brasil, não aprendemos nada com os erros do passado
Do embargo de Cuba a alfinetada em Elon Musk: os 5 principais temas do discurso de Lula na ONU
O presidente tocou em temas sensíveis em nível global, citando as tentativas de resolução dos conflitos, extremismos políticos e regulação de empresas de tecnologia
Campos Neto vê exagero dos mercados na precificação dos riscos fiscais; veja o que o presidente do Banco Central disse dessa vez
Durante evento do Banco Safra, nesta terça-feira (24), RCN também falou sobre perspectiva em relação à economia norte-americana e os impactos das queimadas no Brasil nos preços
Gigante Asiático ‘na direção certa’: entenda o pacote de estímulos da economia da China que dá ânimo às ações da Vale (VALE3) e faz o dólar cair 1%
O banco central chinês divulgou uma série de medidas que pode “ressuscitar” a economia da China, e bolsas do mundo todo reagem com otimismo – veja o que você precisa saber
Ficou mais caro comprar casa própria no Brasil com juro alto — e a classe média é quem mais sofre, diz Abrainc
Participação do mercado de médio padrão no Valor Global Lançado (VGL) caiu de 60% para 50% no segundo trimestre de 2024
“Brasil não acertou ao subir juros primeiro, nós erramos e agora tentamos corrigir”, diz dono da MRV (MRVE3)
Para Rubens Menin, o maior problema em relação às decisões de política monetária no Brasil é a comunicação do Banco Central
Ata do Copom mantém tom duro e amplia apostas de que BC vai acelerar alta da Selic
Embora o Copom não tenha indicado claramente qual será seu próximo passo, a expectativa é de que alta dos juros seja acelerada na próxima reunião, marcada para o início de novembro
Entre estímulos e desestímulos: corte de juros na China anima bolsas internacionais, mas Ibovespa espera a ata do Copom
Iniciativas do banco central chinês incluem a redução do compulsório bancário e corte de juros para financiamentos imobiliários e compra de um segundo imóvel
Corte de juros nos EUA não resolve tudo na bolsa: bomba fiscal põe em risco fim de ano do mercado de ações no Brasil
Da mesma forma, o aumento dos juros por aqui é insuficiente sem um compromisso firme do governo com a responsabilidade fiscal
Dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) anuncia R$ 350 milhões; Grupo Mateus (GMAT3) e outras empresas também depositam; saiba quanto
Conselho das companhias aprovaram mais uma distribuição de juros sobre o capital próprio para quem estiver na base acionária em setembro
Roberto Campos Neto vai colocar o pé no acelerador dos juros? Ao menos, é o que sugere o Boletim Focus
De acordo com a edição desta semana, os próximos encontros da autoridade monetária devem elevar a Selic para o patamar de 11,50% ao ano no fim de 2024