Lula prestigia Haddad, mas volta a cobrar reajuste do salário mínimo acima da inflação
Falando para representantes sindicais, o presidente também defendeu uma mudança na tabela do imposto de renda que amplia a isenção para a baixa renda
Reforma tributária do consumo, mudanças no Imposto de Renda e reajuste do salário mínimo — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece realmente disposto a cumprir pelo menos parte de suas promessas de campanha logo no início do mandato.
Falando a representantes sindicais nesta quarta-feira (18), Lula endossou a sinalização feita no dia anterior pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o governo quer aprovar no Congresso uma reforma tributária do consumo no primeiro semestre deste ano.
"Vamos começar a fazer uma reforma tributária no primeiro semestre. Para isso, é preciso de muita discussão. É exatamente porque o Lula é presidente que vocês precisam fazer pressão. Porque, nos outros presidentes, você não consegue fazer pressão", disse Lula.
O petista ainda garantiu que fará mudanças no Imposto de Renda, para aumentar a faixa de isenção para aqueles que recebem até R$ 5 mil.
"O pobre que ganha R$ 3 mil paga proporcionalmente mais do que quem ganha R$ 100 mil. Vamos mudar a lógica, diminuir imposto para o pobre e aumentar para o rico. Vamos colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda", afirmou.
E o presidente não parou por aí. Aproveitando a cerimônia que instalou Grupo de Trabalho interministerial que deve formular uma política de valorização do salário mínimo, Lula falou sobre a renda do brasileiro.
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O petista defendeu que o mínimo precisa crescer de acordo com a expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
“É possível aumentar o salário mínimo e essa é a melhor forma de fazer a distribuição de renda no brasil. A economia cresceu, o povo tem que receber de acordo com esse avanço”, afirmou.
O salário mínimo deve seguir em R$ 1.302,00 — valor estabelecido por Medida Provisória ainda no governo de Jair Bolsonaro — até maio, de acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A ideia do novo governo era de um mínimo de R$ 1.320,00, mas não houve consenso com a equipe econômica, que alega falta de recursos para implementar o novo valor.
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