O coro de Lula: Haddad e ministros entram em cena para mais um ato contra a política monetária do BC
O Diretório Nacional do PT também deve atuar na ofensiva contra o presidente do banco central, Roberto Campos Neto, para pressionar pela redução da taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano
Vencedor do Grammy e do Emmy Award, o Coro da América é conhecido como o maior coral do mundo. Mas seus dias de fama podem estar ameaçados — pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não, Lula não virou cantor, mas é cada vez maior o número de ministros que engrossa o coro de críticas que o presidente tem feito ao banco central.
Dessa vez quem assumiu o palco foi o ministro da Fazenda. Fernando Haddad disse nesta segunda-feira (13) que os juros no Brasil são totalmente "fora de propósito" e que impedem o crescimento do país.
Em uma exposição de aproximadamente 40 minutos, o ministro da Fazenda afirmou que em nenhum país do mundo esse patamar é tão alto — vale lembrar que há alguns dias Haddad e o ministro Rui Costa estavam atuando nos bastidores tentando acalmar os ânimos do governo contra o BC.
Logo depois entrou em cena o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, para quem a política do banco central precisa ter outra direção.
"As políticas econômica e monetária precisam ter preocupação com o equilíbrio fiscal, mas também têm de envolver outras metas, como as de crescimento, geração de emprego e combate à fome", argumentou Pimenta.
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Segundo ato de Lula: a meta de inflação
Depois da frente de ministros, o Diretório Nacional do PT prepara um segundo ato no qual pretende ampliar a ofensiva contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para pressionar a autoridade monetária a reduzir a taxa básica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano.
Na próxima quinta-feira, Haddad volta à cena na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), ao lado de Campos Neto e da ministra do Planejamento, Simone Tebet.
O Palácio do Planalto e a cúpula do PT querem que o CMN trate, nesse encontro, da mudança da meta de inflação de 3,25%. Lula já propôs que a meta fique em 4,5% para poder ampliar os gastos públicos.
Diante da plateia formada por dirigentes e parlamentares do PT, Haddad pediu apoio às propostas que serão apresentadas em breve pelo governo, na tentativa de estabilizar a economia.
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