‘Ibovespa pode subir mais de 30% em 2023 e atingir até 198 mil pontos ao fim de 2024’, defende analista; veja porque o rali do IBOV ainda não chegou ao fim 

Se alguém te dissesse que o Ibovespa pode bater os 198 mil pontos ao final de 2024, você acreditaria? Se a resposta foi não, reconsidere. Essa é uma das projeções divulgadas no recente relatório do CEO da Empiricus Research, Felipe Miranda.

Se essa projeção parece ser absurda para você, saiba que Miranda possui um histórico de acertos impressionantes no mercado financeiro. 

Neste ano, o analista já entregou retorno de 18,73% aos seus leitores  na carteira recomendada de “Oportunidades de uma Vida”, superando o rendimento de 11,18%  do Ibovespa e os 7,15% do CDI.

O CEO da casa de análise, que antecipou a redução de 0,50 ponto percentual na Selic em agosto, está otimista quanto à valorização do principal índice da bolsa brasileira. 

Para Miranda, o Ibovespa pode atingir os 198 mil pontos no fim de 2024. E, a seguir, explicamos a tese por trás dessa projeção.

As projeções do Ibovespa para o 2º semestre: 120 mil pontos são só o começo?

Mesmo sob cenários conservadores, o Ibovespa ainda pode caminhar cerca de 30% ainda este ano, na visão de Felipe Miranda. E esse potencial valorização se deve, principalmente, por dois fatores: 

1. O ritmo mais intenso de cortes na taxa Selic, diante de uma inflação que se mostra comportada

Desde o início do ano, a inflação caiu de 5,8% para os atuais 3,2% ao ano. As expectativas de inflação dos analistas para o final de 2023 também vêm recuando de 5,36% para 4,84% ao ano, de acordo com o relatório Focus do Banco Central. O mesmo movimento acontece nas inflações implícitas de mercado. 

Já o comportamento da taxa de câmbio e a dinâmica da inflação de serviços no IPCA-15 caminham na direção favorável, validando a tese de um início do ciclo de cortes da Selic um pouco mais agressivo, explica o estrategista-chefe em seu relatório.

2. A melhoria de comportamento das ações do setor de siderurgia e mineração, com destaque para Vale

A Vale (VALE3), mineradora multinacional brasileira, é a empresa que possui a maior participação no Ibovespa: cerca de 13%, como é possível observar no gráfico abaixo: 

Mapa dos ativos em relação à participação das empresas no Índice Bovespa. Vale ocupa a posição de maior peso (13%). Fonte: Status Invest - Acesso: 06/08/2023

Enquanto a performance negativa da companhia de -24,43% no ano dificulta voos mais altos do índice Bovespa, o CEO da Empiricus acredita que alguns fatores podem alavancar as ações da Vale para o segundo semestre do ano. 

O relatório de produção da companhia no 2T23 foi bem mais positivo do que aquele reportado no primeiro trimestre. "Agora, a empresa está na rota do cumprimento do ano, algo que vinha sendo importante fator de preocupação", explica.

Em paralelo, a imprensa reporta a possibilidade da Vale fechar, a qualquer momento, a venda de 10% de participação em sua operação de metais básicos para uma joint venture entre fundos soberanos sauditas: 

Fonte: Seu Dinheiro 

Embora o acordo seja esperado, o “efeito-certeza" pode destravar valor para a ação VALE3, além de validar a hipótese de um dividendo extraordinário neste ano, afirma Miranda. 

Por último, a China tem se mostrado mais propensa a estimular sua economia, em especial o setor imobiliário, o que alimenta a expectativa por maior demanda sobre minério e aço. 

Por conta de todos esses fatores, Miranda espera um momento mais positivo até o final do ano no setor de siderurgia e mineração, o que pode alavancar o Ibovespa para além dos 120 mil pontos.

Mas como o Ibovespa pode alcançar os 198 mil pontos até o final do ano que vem? O Seu Dinheiro conseguiu abrir os cálculos feitos por Miranda em seu relatório: 

Até onde pode ir o rali do Ibovespa? Veja os cálculos e projeções de Felipe Miranda para 2023 e 2024 

Antes de qualquer coisa, vale lembrar ao investidor que é impossível prever o futuro. O que Felipe Miranda busca fazer é desenhar cenários diante de uma projetada distribuição de probabilidades. 

Para o analista, se as coisas continuarem caminhando de maneira semelhante à trajetória dos últimos meses, o potencial de valorização pode ser muito mais intenso do que o sugerido pelo consenso de mercado.

Para 2023:

Abrindo os cálculos do CEO da Empiricus, o Ibovespa negocia hoje a um Preço sobre Lucro de 8 vezes, contra uma média histórica de 10,9 vezes. 

"Se fôssemos só voltar para a média, estaríamos falando de um potencial de valorização de 36%, o que levaria o Ibovespa aos 165 mil pontos em 2023", explica. 

Para 2024:

O consenso de mercado sugere um crescimento dos lucros do Ibovespa de 10% para 2024. "Dessa forma, para o mesmo Preço sobre Lucro, as cotações precisam subir mais 10%", justifica o analista. "Em sendo o caso, chegaríamos a 181 mil pontos no final do ano que vem, só para convergirem à média histórica".

E os 198 mil pontos? 

Miranda ressalta: "Tenho visto uma série de revisões para cima nos lucros corporativos, numa dinâmica potencialmente incompleta, resultado da maior resiliência da atividade econômica e de uma redução mais acentuada das taxas de juro".

"Talvez o consenso de mercado passe a convergir para um crescimento dos lucros entre 15% e 20% no ano que vem, o que, repetindo o exercício, nos levaria a 189 mil e 198 mil pontos para o Ibovespa ao final de 2024", conclui o CEO da Empiricus

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