Rachadura no poder de Putin: A revolta de Wagner pode ajudar a contraofensiva da Ucrânia?
Para o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, a insurreição do grupo mercenário é “o primeiro estágio” para o fim do regime Putin
Um dia após a Ucrânia afirmar que a principal contraofensiva ainda estava por vir, o opositor Vladimir Putin vivenciou um dos seus maiores pesadelos — a rebelião do grupo paramilitar Wagner, importante aliado do governo russo contra os ucranianos.
A insurreição das tropas mercenárias aconteceu no último sábado (24), após o líder Yevgeny Priogozhin, acusar a liderança militar russa de ataque a um dos acampamentos do Wagner com uma "grande quantidade" de mortes.
O movimento, na visão de autoridades ucranianas, abriu uma rachadura no poder de Putin como o "primeiro estágio" para acabar com o regime russo.
"Prigozhin é apenas parte do grupo e parte do plano, a ponta do iceberg do processo de desestabilização", disse o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em publicação nas redes sociais.
Ainda nas palavras de Danilov, "o regime de Putin foi apunhalado pelas costas, se não um golpe instantaneamente mortal, mas certamente inevitável, embora atrasado no tempo". E, para ele, "a contagem regressiva começou".
Mesmo em meio à tensão, o governo russo reiterou que a rebelião de um dos seus principais aliados armados não afetará a ofensiva militar na Ucrânia. Também, não houve retirada imediata dos soldados da Rússia na linha de frente da guerra contra Kiev.
Por fim, ainda não é possível saber quais serão os impactos da crise das forças russas e se, de fato, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e o exército podem capitalizar a desordem que abalou o Kremlin.
Fraqueza da Rússia é óbvia, diz presidente da Ucrânia
Antes mesmo do acordo entre o grupo Wagner e o governo russo, Volodymyr Zelenshy, se manifestou nas redes sociais e afirmou que "a fraqueza da Rússia é óbvia".
"Em um dia, eles perderam várias de suas milhões de cidades e mostraram a todos os bandidos russos, mercenários, oligarcas e qualquer outra pessoa como é fácil capturar cidades russas e, provavelmente, arsenais com armas", disse o presidente ucraniano.
Um presságio ucraniano?
Na última sexta-feira (24), três oficiais ucranianos enviaram o sinal mais claro até agora de que a parte principal da contraofensiva ainda não começou e que "o pior [para a Rússia] ainda estava por vir".
Segundo o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak, as operações ofensivas das Forças Armadas da Ucrânia continuam em várias áreas e operações de formação estão em andamento para preparar o campo de batalha.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, disse que os eventos principais da contraofensiva estavam por vir. "E o golpe principal ainda está por vir. De fato, algumas das reservas serão ativadas mais tarde", disse Maliar à televisão ucraniana.
Na última semana, a Ucrânia diz ter recuperado oito aldeias — apesar dos ganhos "mais lentos do que o desejado", segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky.
Ainda segundo as autoridades, as forças ucranianas retomaram Piatykhatky e avançaram até sete quilômetros nas linhas russas em duas semanas, capturando 113 quilômetros quadrados de terra.
Rachaduras que não existiam antes
Em entrevista à CNN americana, o secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, disse que a tentativa de insurreição do grupo Wagner foi um “situação extraordinária” e que criou “rachaduras que não existiam antes”.
“Trata-se de uma questão em andamento e não vimos o final dela ainda, por isso é muito cedo para dizer o que vai acontecer”, disse Blinken neste domingo (25).
O secretário ainda destacou que as forças russas, há pouco mais de 16 meses, estavam "na porta de Kiev, achando que iriam tomar a cidade em poucos dias”, mas que a partir de agora o país precisa se defender dentro do próprio país — referindo-se ao grupo Wagner, que era um importante aliado paramilitar de Putin.
“Isso levanta uma série de questões que deverão ser respondidas nas próximas semanas.”
*Com informações de CNBC, CNN e Reuters
Debates e embates: Ibovespa acompanha IPCA de agosto em dia de debate entre Donald Trump e Kamala Harris
Principal índice da B3 tenta manter os ganhos do dia anterior na esteira dos dados de agosto, que serão conhecidos às 9h desta terça-feira
Depois de virar as costas para o bitcoin (BTC), Rússia começa a testar pagamentos internacionais com criptomoedas neste mês
Apesar da recente legislação, a proibição da Rússia de usar criptomoedas para pagamentos domésticos continua em vigor
Como uma visita de Putin à Mongólia pode se transformar em um problema para o Brasil no G-20
Pelo tratado do TPI, a Mongólia deveria ter cumprido um mandado de prisão expedido contra Putin por causa da guerra na Ucrânia
China se opõe a sanções dos EUA sobre empresas chinesas com supostos laços com guerra da Rússia na Ucrânia
Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram sanções adicionais a empresas de vários países, acusadas de fornecer produtos e serviços que permitem o esforço de guerra de Moscou
Mais uma vingança de Putin: Rússia promete resposta sem piedade às ofensivas da Ucrânia na fronteira
O ataque à fronteira começou na última terça-feira (6) e pareceu pegar Moscou de surpresa; confira o que o chefe do Kremlin disse sobre os últimos ataques, que voltaram a colocar a usina nuclear de Zaporizhzhia em risco
Uma guerra em larga escala vem aí? Irã ameaça retaliar Israel após assassinato de líder do Hamas em Teerã; petróleo dispara
Ataque atribuído a Israel eleva temores de que a situação saia de controle no Oriente Médio; EUA negam envolvimento em morte de líder do Hamas
Governo Lula cobra transparência nas eleições da Venezuela e passa o ônus da prova para Maduro
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Nicolás Maduro teria vencido as eleições da Venezuela; governos e entidades multilaterais cobram transparência na apuração dos votos
Ibovespa repercute Orçamento congelado, privatização da Sabesp e pane em sistemas da Microsoft
Governo anuncia congelamento de R$ 15 milhões no Orçamento de 2024 em tentativa de cumprir meta fiscal
O “quarteto mortal”: os países que vão tirar o sono dos EUA e da Europa e podem levar a uma nova guerra global
Especialistas destacam o poder econômico do Ocidente, mas reconhecem que a missão de conter o avanço do grupo de quatro países não é fácil
Fed anima e Ibovespa emplaca melhor sequência desde 2018 — mas vale a pena pagar para ver de novo?
Desaceleração da inflação nos EUA e sinalização de Powell levam investidores a projetarem corte de juros em setembro — e isso pode ajudar o Ibovespa
Uma gafe daquelas: Biden troca nomes, chama o presidente da Ucrânia de Putin e complica ainda mais as chances de reeleição
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e desde então os dois países se enfrentam em uma guerra que não dá sinais de trégua
A Ucrânia vai finalmente entrar para a Otan? O que esperar da cúpula que pode virar o pesadelo da Rússia
Os líderes dos 32 países-membros da Otan se reúnem a partir de terça-feira (9) em Washington para uma cúpula e a adesão da Ucrânia à aliança volta a bater na porta de Moscou
Depois de 5 altas seguidas, Ibovespa tenta igualar a melhor sequência do ano até agora, mas não terá vida fácil
Ata da última reunião do Copom tende a dar o tom dos negócios no Ibovespa hoje, mas perda de fôlego da inteligência artificial lá fora pode pesar
União Europeia dobra a aposta e impõe sanções contra o gás da Rússia em meio a guerra com Ucrânia
Mais 116 pessoas e organizações passam a sofrer sanções, o que significa que ficam impedidas de ter acesso a bens que tenham em países europeus
Poucos amigos, mas perigosos: o saldo da visita de Putin à Coreia do Norte que deixou o mundo em alerta
Isolados por severas sanções internacionais, Moscou e Pyongyang juntam forças para continuarem de pé; entenda toda essa história
Putin não aguenta mais? Rússia diz qual é o preço para acabar com a guerra na Ucrânia — e Ocidente manda a própria fatura
Pelo menos 90 países e organizações se reuniram na Suíça — sem a participação de Moscou — para tentar encontrar o caminho para a paz
Acabou para o dólar? FMI confirma perda gradual e constante da dominância da verdinha — e moedas que ganharam espaço surpreenderam
Ainda que as incertezas econômicas contribuem para a valorização do dólar, alguns países começaram a incluir outras moedas nas reservas cambiais
Putin trocou o dólar pelo real? Rússia dá as costas para “moedas tóxicas” e abre espaço para o Brasil
Segundo o presidente russo, quase 40% do volume de negócios do país é agora em rublos, uma vez que a parcela realizada em dólares, euros e outras moedas ocidentais “não amigáveis” diminuiu
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
O líder chinês iniciou nesta quinta-feira (16) uma visita de Estado de dois dias à Rússia e muito mais do que uma parceria comercial está em jogo, mas o momento para Pequim é delicado
O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio
Ainda esta semana, o presidente chinês fará escalas na Sérvia e na Hungria, aliados da Rússia que cortejaram o investimento chinês