Grupo Wagner: a força mercenária recrutada por Yevgeny Prigozhin que lutou pela Rússia e ousou desafiar Putin
O empresário que liderava a facção estaria a bordo de um avião que caiu nesta quarta-feira (23), dois meses após liderar um motim contra Vladimir Putin

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a ideia era dominar o país com uma invasão rápida e incontestável. Mais de um ano depois, o que se vê é Kiev resistindo com o apoio do Ocidente e o presidente russo, Vladimir Putin, se desdobrando no front da guerra.
Uma das estratégias usadas pelo chefe do Kremlin para manter a supremacia russa foi recrutar reservistas — um plano que provocou uma fuga em massa do país, já que os cidadãos em idade de combate temeram a convocação.
Não foi suficiente, e Putin teve que lançar mão de forças paralelas para enfrentar uma Ucrânia armada pelos EUA, pela Europa e outros aliados. Foi aí que o grupo Wagner, uma força liderada por mercenários que contava com o apoio do empresário russo Yevgeny Prigozhin, entrou em cena.
O grupo atua recrutando imigrantes ilegais, especialmente os vindos da África, e presos, com a promessa de cidadania e liberdade caso sobrevivam aos confrontos mortais na Ucrânia.
- Como construir patrimônio em dólar? Estratégia de investimento desenvolvida por físico da USP possibilita lucros na moeda americana; conheça aqui
Wagner entra em ação
Desde que a guerra começou, o grupo Wagner passou a vasculhar os centros penitenciários russos em busca de centenas de prisioneiros nacionais ou estrangeiros — muitas vezes com o próprio Prigozhin recrutando os combatentes.
Antes de ir ao front, essas pessoas são recrutadas. Em poucas semanas, elas aprendem métodos de combate comuns, que são extremamente resumidos, o que torna a missão na guerra ainda mais perigosa.
Leia Também
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
A ação do Wagner é tão intensa que chegou a impactar a população carcerária na Rússia. Um levantamento feito em novembro pelo site Mediazona revelou que, em dois meses, o número de homens nas prisões do país teve uma queda de 23 mil, de um total de 349 mil.
A DINHEIRISTA — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça?
O tiro pela culatra de Putin
O plano de Putin parecia perfeito: trocar sentenças e ilegalidade por liberdade e cidadania após a luta na guerra da Ucrânia — mas o tiro saiu pela culatra.
O homem forte do Kremlin não contava com dois entraves: os recrutados estavam morrendo em massa no front de batalha, desencorajando outros presos a se alistarem, e o Wagner começou a ficar poderoso demais.
O grupo ficou tão poderoso que, em junho deste ano, Prigozhin se rebelou contra o governo russo e liderou uma insurgência, que ameaçou lançar Moscou em uma guerra civil e derrubar Putin. O empresário, no entanto, recuou, acabou exilado em Belarus e foi visto poucas vezes em público desde então.
Putin, claro, manifestou sua indignação na ocasião do motim fracassado e prometeu punir todos os envolvidos na "rebelião armada", acusando-os de traição ao estilo "facada nas costas".
Nesta quarta-feira (23), a imprensa internacional repercute a notícia de que o nome de Prigozhin constaria na lista de passageiros de uma aeronave da Embraer que caiu durante um voo entre Moscou e São Petersburgo com sete passageiros e três tripulantes a bordo.
- Leia também: A carta na manga de Putin? Rússia chama grupo Wagner de volta para lutar na guerra — mas impõe uma condição
Putin e Prigozhin: anjos e demônios
A atuação do Wagner na Ucrânia trouxe à cena a figura de Prigozhin, oligarca que controlava várias empresas russas. Elogiado e demonizado, era crescente o debate sobre o quão perto ele realmente estaria de Putin quando liderava os mercenário, de quais privilégios desfrutava e até mesmo se ele nutria ambições presidenciais.
Prigozhin agia como pessoa física — sua relação com o Estado era informal e, portanto, frágil, e poderia terminar sem aviso prévio. Ele nunca esteve perto o suficiente de Putin para ser confiável em nível governamental.
A notoriedade do empresário começou após a anexação da Crimeia. Os conflitos em Donbass, como é conhecida a região leste da Ucrânia, mais o impasse da Rússia com o Ocidente abriram espaço para táticas geopolíticas cinzentas que as instituições oficiais teriam dificuldade em oferecer.
O oligarca começou a usar ferramentas informais de influência — mercenários e mecanismos de mídia — que eram novas na Rússia e permitiam que o país operasse fora de vista e sem ser responsabilizado.
Prigozhin atingiu o alvo: se o governo fosse incapaz de resolver certas tarefas — ou não quisesse ser visto na execução delas —, essas ferramentas quase estatais poderiam preencher a lacuna. Putin gostou da abordagem, que também está sendo usada na guerra na Ucrânia.
O chefe do Kremlin concordou em terceirizar certas funções do governo, mas não legitimou Prigozhin. Pelo contrário, o presidente russo, vislumbrando a ascensão do empresário, começou a ordenar, nos meses antes da insurreição, que o Wagner tirasse o pé do acelerador no front de batalha.
Foi então que os problemas entre o governo russo e Prigozhin se acentuaram, com o empresário criticando decisões do Ministério da Defesa e liderando um motim contra Moscou.
O canto da sereia (de Trump) é irresistível até para Putin
O russo conversou com o republicano por telefone e deu o primeiro passo na direção de um cessar-fogo na Ucrânia, mas fez um alerta
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
Amigos & rivais: a ligação de Trump para Putin e a visita de Xi Jinping a Washington
Se a vida imita a arte, o republicano é a prova disso: está tentando manter os amigos perto e os inimigos ainda mais próximos
As múltiplas frentes de batalha de Donald Trump
Disputas comerciais, batalha contra os serviços públicos, participação indireta em conflitos no Oriente Médio e tentativa de paz pela força na Ucrânia fazem parte das várias guerras nas quais o republicano se meteu
A terceira grande guerra bate à porta: Trump vai abrir?
Presidente norte-americano discursa no Departamento de Justiça dos EUA e fala que uma guerra global agora não teria precedentes porque seria patrocinada por armas nucleares
Trump golpeia, Otan se esquiva — mas até quando?
Mark Rutte, chefe da aliança transatlântica, esteve na Casa Branca nesta quinta-feira (13) para tentar convencer os EUA a se manterem na linha de frente da luta pela Europa
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes
Hegemonia em disputa: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de IPCA, dados de emprego nos EUA e balanços
Temporada de balanços volta a ganhar fôlego enquanto bolsas têm novo horário de funcionamento, inclusive no Brasil
Trump e Putin: uma amizade sem limites — até quando?
O republicano rebateu críticas de que sua administração está sendo leniente com a Rússia — na avaliação dele, apesar da boa relação com o russo, há ações sendo feitas para pressionar Moscou
Putin tem medo do que? A única coisa que pode conter a máquina de guerra da Rússia agora — e está ao alcance de Trump
Enquanto o presidente norte-americano tenta um acordo de paz pouco ortodoxo na Ucrânia, economista do Brooking Institute diz qual é a única coisa que pode segurar o russo no momento
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
Içando a âncora fiscal: a proposta do novo governo alemão para flexibilizar o “freio da dívida” e investir em defesa após recuo dos EUA
Os partidos de centro concordaram em lançar um fundo de 500 bilhões de euros (R$ 3,1 trilhões) para investir em setores prioritários como transporte, redes de energia e habitação
Após discussão entre Trump e Zelensky na Casa Branca, Europa anuncia plano de paz próprio para guerra entre Rússia e Ucrânia
Primeiro-ministro do Reino Unido diz que país concordou com França e Ucrânia em trabalhar num plano de cessar-fogo
O visto dourado de US$ 5 milhões: a nova proposta de Trump para quem quer ser cidadão americano
Detalhe na declaração do presidente norte-americano sobre os chamados golden visas chama atenção – inclusive de Vladimir Putin
O homem mais poderoso do 1° governo Trump fala sobre Brasil, tarifas, imigração, guerras — e revela um segredo
O antigo chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, bateu um papo com o chairman e sócio sênior do BTG Pactual nesta terça-feira (25) e falou o que pensa sobre a volta do republicano à Casa Branca
Trump: a guerra que “todo mundo” avisou — e que pode sobrar até para o Brasil
Enquanto o presidente norte-americano tenta acabar com conflitos ao redor do mundo, uma guerra começa a surgir em seu quintal
Alemanha quer Europa ‘independente’ dos EUA — e os motivos do chanceler eleito vão além do apoio do governo Trump à extrema-direita alemã
Postura de Trump em relação à Europa parece ter sido a gota d’água para Friedrich Merz, o próximo chanceler alemão, mas não é só
Ditador! O dia em que Trump atraiu fúria na tentativa de chegar à paz
Declaração do presidente norte-americano nesta quarta-feira (19) colocou mais fogo na guerra que está prestes a completar três anos
Como não ser pego de surpresa: Ibovespa vai a reboque de mercados estrangeiros em dia de ata do Fed e balanço da Vale
Ibovespa reage a resultados trimestrais de empresas locais enquanto a temporada de balanços avança na bolsa brasileira
Trump, Putin e o grande encontro que pode colocar fim a uma guerra
Delegações dos EUA e da Rússia se reuniram nesta terça-feira (18) para preparar o terreno para o que pode ser o fim da guerra na Ucrânia e a retomada das relações diplomáticas permanentes entre Washington e Moscou — só que há pedras nesse caminho