Não engoliu a derrota? Governo da Argentina aumenta imposto sobre o dólar tarjeta a poucos dias da posse de Milei
O presidente Alberto Fernández deixa o cargo em 17 dias; entenda por que ele resolveu adotar novas medidas cambiais agora
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, deixará o cargo em 17 dias, quando o economista ultraliberal e de ultradireita, Javier Milei, toma posse. Antes, no entanto, o atual ocupante da Casa Rosada anuncia as últimas medidas à frente do governo.
Nesta quinta-feira (17), Fernández mirou no câmbio e levou parte dos impostos sobre um dos tipos de dólar existente no país.
A Administración Federal de Ingresos Públicos (AFIP) da Argentina elevou parte dos impostos sobre o dólar tarjeta — aquele dólar usado para compras de cartão de crédito no exterior.
Com a mudança, o dólar tarjeta de 748 na quarta-feira (22) a 950 pesos hoje, segundo a imprensa local.
Com a nova resolução, essa taxa de câmbio terá uma arrecadação de 100% de imposto sobre o rendimento e de 25% de imposto sobre bens imóveis, que se soma aos 30% de imposto PAIS (Imposto por uma Argentina Inclusiva e Solidária).
No total, 155% serão atribuídos ao dólar oficial, que fechou quarta-feira em 355 para compra e 375 para venda, segundo o banco central argentino.
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Por que essa mudança na Argentina agora?
Embora possa parecer uma espécie de vingança pela derrota de Sergio Massa, o candidato governista, no segundo turno das eleições de domingo (19), as medidas anunciadas hoje por Fernández estão mais para um movimento de ajuste.
De acordo com a própria imprensa argentina, o dólar tarjeta estava muito abaixo de outras cotações, nos vários câmbios do país.
O dólar MEP — o dólar legal no mercado financeiro — ficou 30% acima do dólar do cartão na quarta-feira. O MEP fechou em US$ 979, valor muito semelhante ao do dólar CCL, outro instrumento que as empresas utilizam para transferir dinheiro para o exterior.
Vale lembrar que esse aumento na cotação influi em operações como a compra de dólares para poupança; a compra de bens e serviços no exterior; serviços e transportes via agências de viagens e transporte no exterior; além de importação de mercadorias.
*Com informações do Âmbito Financiero e do La Nación
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