Javier Milei cancela ingresso da Argentina nos Brics a poucos dias da entrada do país no bloco
Além de estar em uma profunda crise econômica, a Argentina ainda precisa lidar com o acirramento das tensões sociais após as primeiras medidas do mandato de Milei
O anúncio de que o Brics, bloco econômico composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em inglês), iria expandir seu número de participantes aconteceu em agosto deste ano. Entre os nomes, a Argentina era o único da América do Sul, por ser a segunda maior economia da região.
Contudo, o cenário eleitoral mudou tudo e o novo presidente do país, Javier Milei, acaba de anunciar que a Argentina não fará mais parte do bloco.
A carta, endereçada aos cinco líderes dos Brics, destaca que “a política externa [do bloco] difere em muitos aspectos do presente governo”.
O comunicado da Casa Rosada ainda afirma que o governo vai prezar pelos laços bilaterais entre os países, uma antiga promessa de campanha de Milei.
Assim, o Brics terá apenas cinco novos membros a partir de 1º de janeiro de 2024, passando a contar com a participação de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
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A Argentina de Milei — em menos de 20 dias
O economista de 53 anos assumiu oficialmente a presidência da Argentina no último dia 10 deste mês. Menos de um mês depois, Milei coleciona uma série de medidas que afetaram o dia a dia da população.
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Após a retirada de uma série de benefícios e subsídios, alguns produtos chegaram a dobrar de preço. O dólar oficial chegou a disparar 54%, atingindo o patamar de 800 pesos, mais próximo da cotação blue, aquela que é mais próxima de um preço real da moeda.
Com isso, as previsões para a inflação no país superam os 200% até o final de 2023.
Ao mesmo tempo, as centrais sindicais também anunciaram uma série de greves no início de 2024. Por sua vez, Milei ameaçou cortar benefícios sociais de quem paralisar as avenidas das cidades — chegando a dizer que iria cobrar os revoltosos pelo efetivo policial destacado para conter as manifestações.
Sendo assim, a Argentina, além de estar em uma profunda crise econômica, ainda precisa lidar com o acirramento das tensões sociais.
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