🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.
MIRA LA PLATA

Crônica de um calote anunciado? Argentina firma novo plano para pagar dívida com o FMI e desafia o próprio histórico de má pagadora

Com o acordo, a Argentina terá acesso a US$ 7,5 bilhões do fundo — mas apenas na terceira semana de agosto

Renan Sousa
Renan Sousa
28 de julho de 2023
16:59 - atualizado às 16:05
Argentina X Dólar país enfrenta escassez de reservas
Imagem: Montagem Seu Dinheiro

A crise econômica na Argentina ganhou um novo capítulo. O ministro da Economia e principal candidato da situação à presidência do país, Sergio Massa, anunciou que firmou um novo acordo para o pagamento da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta sexta-feira (28).

A notícia foi recebida pelos jornais locais com otimismo e preocupação. O acordo finaliza uma das negociações mais longas entre o país vizinho e o FMI, iniciados em 2018, ainda durante a presidência de Mauricio Macri.

Com o acordo, a Argentina terá acesso a US$ 7,5 bilhões do fundo — mas apenas na terceira semana de agosto. Porém, o dinheiro não chegará a tempo de pagar os débitos com o fundo, que vencem entre o final de julho e o começo do mês que vem, na casa dos US$ 2,6 bilhões.

Assim, Massa recorrerá a uma modalidade de empréstimo emergencial com organizações multilaterais — entre elas, a Corporación Andina de Fomento (CAF) — no valor de US$ 1 bilhão.

  • Sua carteira de investimentos está adequada para o 2º semestre do ano? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e totalmente gratuito com indicações de ativos para os próximos seis meses. Confira na íntegra, clicando aqui.

O montante seria garantido por outros créditos da Argentina com o FMI. Se você está confuso com a tomada e concessão de dinheiro, não se preocupe: as negociações internacionais entre o país e o fundo são extremamente complexas — bem como os problemas de caixa dos nossos vizinhos.

Em linhas gerais, o acordo conseguiu garantir que o governo entregue as contas públicas relativamente mais ajustadas para a gestão seguinte. Afinal, junto com o anúncio, Massa lançou oficialmente sua candidatura à presidência.

Leia Também

Uma das bandeiras mais importantes para a candidatura do ministro da Economia argentino será o controle das contas públicas. Resta saber se o plano dará certo até as eleições, marcadas para 22 de outubro.

O acordo da Argentina com o FMI

O dinheiro do FMI não irá entrar de mão beijada no país. Um dos compromissos estipulados pelo fundo diz respeito à obrigação de fortalecer as reservas internacionais e manter a meta de déficit fiscal — isto é, dos gastos do governo — em até 1,9% do PIB para este ano.

Além disso, o FMI exigiu a intensificação das ações para conter cotações paralelas do dólar — este é tratado como objetivo prioritário do governo. Atualmente, o país tem mais de 19 taxas oficiais, fora as extraoficiais.

A depreciação do peso, outra medida exigida pelo fundo, foi mantida no pacote. O FMI disse que será necessário "conter o crescimento da massa salarial", atualizar as tarifas de energia e "reforçar o controle de gastos por meio de assistência social mais direcionada e maior racionalização das transferências correntes às províncias e empresas estatais”.

VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!

Já vi essa história antes…

Diz o ditado que o papel aceita tudo. O plano pode parecer exequível pela Argentina, mas nunca é demais relembrar que o país tem um extenso histórico de calote de suas dívidas. 

Ao longo da história, nossos vizinhos já deram oito calotes, a saber:

  • 1827: Dez anos após a independência, a Argentina se abriu para o comércio exterior e vendeu títulos da dívida em Londres para financiar a emancipação da Espanha — que nunca foram pagos aos credores. Foram mais de três décadas até a quitação dos débitos;
  • 1890: A Argentina se endividou para construir a infraestrutura do país, com a criação de linhas de trens e cidades “expoentes do progresso”, como Buenos Aires. Entretanto, uma queda no preço das commodities naquele ano fez o país suspender o pagamento da dívida e entrar em moratória, recorrendo mais uma vez ao dinheiro inglês para pagar os novos credores;
  • 1951: Os reflexos do golpe militar de 1930 fez com que o país tivesse 8 presidentes em 20 anos. (Parece muito? Veja o que aconteceu em 2001.) Aquele período também foi marcado pela política de substituição das importações, fechando a economia para o comércio internacional — e, consequentemente, para um default (termo técnico de calote);
  • 1956: A política de Juan Perón, chamada de peronismo, começou com a eleição do presidente em 1946. Porém, um segundo golpe militar em 1955 mergulhou a economia (agora com uma presença maior do Estado) em incertezas. No mesmo ano, foi criado o Grupo de Paris, para evitar uma moratória generalizada.
  • 1982: Mais uma vez recorrendo aos bancos ingleses, a ditadura argentina quintuplicou a dívida externa do país, de US$ 8 bilhões para US$ 46 bilhões. O choque dos juros nos EUA somado com a crise nos países latinoamericanos fez com que a Argentina e outros 11 países da região dessem calote, inclusive o Brasil;
  • 1989: Os reflexos dos problemas econômicos deixados pelos militares continuaram e no mesmo ano da moratória, Carlos Menem foi eleito. Ele foi responsável pela criação do “plano Real” argentino, chamado Plano Cavallo. Entretanto, a inflação galopante e a dívida crescente fizeram Menem deixar o governo com o país novamente em recessão e o peso ainda mais desvalorizado;
  • 2001: Naquele ano, a crise argentina havia encolhido o PIB do país em dois terços. No fim de 2001, a Argentina teve cinco presidentes em duas semanas e declarou o que foi, na época, a maior moratória de todos os tempos: o pagamento de US$ 95 bilhões da dívida foi suspenso;
  • 2014: Sob a presidência de Cristina Kirchner, o governo não quitou o pagamento de juros sobre as suas dívidas após um juiz americano determinar que a Argentina só poderia pagar credores após honrar seus débitos com o grupo de investidores. A disputa legal foi encerrada em 2016, Mauricio Macri pagou todos os credores e, assim, o país pode novamente buscar financiamento externo.

A mão que afaga… A nova crise da Argentina

O ex-presidente Maurício Macri também foi responsável por uma nova tomada de empréstimo junto ao FMI, à época de US$ 57 bilhões, em 2018. Por diversas vezes, analistas internacionais estimaram que a Argentina daria um novo calote internacional.

Inclusive, a atual vice-presidente do país, Cristina Kirchner, defendeu a moratória. Entretanto, as primeiras negociações chegaram no valor de US$ 50 bilhões, em razão de dificuldades fiscais.

Em março de 2022, o presidente atual Alberto Fernández fez uma renegociação deste acordo com o fundo, no valor de US$ 45 bilhões.

O afrouxamento da dívida se deve às intensas negociações de Sergio Massa com o fundo e ao entendimento do FMI de que a seca impediu o pagamento dos credores.

*Com informações do La Nación, Clarín, Bloomberg e Reuters.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

MANDE SUA PERGUNTA!

Aposentadoria por invalidez garante o perdão de dívidas? Minha esposa está inadimplente e quero resolver a situação

17 de novembro de 2024 - 8:00

Leitor quer saber se benefício previdenciário pode livrar a esposa de dívidas que ela fez antes do casamento

EMBOLOU O MEIO DE CAMPO

Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20

16 de novembro de 2024 - 9:11

Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA

13 de novembro de 2024 - 8:09

Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar

A CRONOLOGIA DA DESACELERAÇÃO

A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos

12 de novembro de 2024 - 18:39

Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021

SUECOS VÃO ÀS COMPRAS

Como um acordo entre o Brasil e a Suécia deve impulsionar as vendas da Embraer (EMBR3)

10 de novembro de 2024 - 14:02

De acordo com a carta de intenções, a FAB irá comprar caças suecos Gripen, enquanto os europeus irão adquirir as aeronaves C-390 Millennium da Embraer

A PARADA É DURA

Trump, Milei e Musk juntos: o encontro do trio está mais próximo do que você pensa

8 de novembro de 2024 - 19:58

O presidente argentino será o primeiro líder a ser recebido pelo republicano; saiba quando eles vão se reunir e onde

MERCADOS HOJE

Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia

7 de novembro de 2024 - 18:15

Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026

6 de novembro de 2024 - 20:01

Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal

SONHO PARA UNS, PESADELO PARA OUTROS

Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA

6 de novembro de 2024 - 15:19

Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano

MARATONA DE LEILÕES

Ganhou (n)a Loteria: por R$ 600 milhões e valorização de 130%, governo de São Paulo leiloa loteria estadual

1 de novembro de 2024 - 16:33

Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o valor será convertido para a construção de dois novos hospitais, em Birigui e em Itapetininga

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O Brasil vai virar a Argentina?

28 de outubro de 2024 - 20:01

Em conversas raras que acontecem sempre, escuto de grandes investidores: “nós não olhamos para o macro. Somos buffettianos e, portanto, só olhamos para o micro das empresas.”

DE OLHO NAS REDES

Nome sujo: se meu marido for parar no Serasa, eu vou junto? Por que tomar cuidado na hora de casar com negativados

28 de outubro de 2024 - 15:30

O maior temor de muitos brasileiros é acumular dívidas e acabar com o CPF negativado no Serasa e SPC. No entanto, há uma situação ainda mais preocupante do que ter o nome sujo por causa de suas próprias dívidas: ser afetado por débitos que não são seus. Esse fantasma parece assombrar vários espectadores do quadro […]

DE OLHO NAS REDES

“A esquerda morreu”: o que Lula precisa fazer para se reeleger em 2026 e onde o discurso se perdeu, segundo Felipe Miranda

28 de outubro de 2024 - 14:08

O segundo turno das eleições municipais consolidou o que já vinha sendo desenhado desde antes do primeiro turno: a força da centro-direita no país.  Não dá para esquecer que o resultado das urnas em 2024 é um indicativo de como deve ser a corrida para a presidência em 2026 — e as notícias não são […]

AQUECENDO OS MOTORES

Azul consegue nova rodada de empréstimos de R$ 2,85 bilhões em acordo com credores; ações AZUL4 saltam quase 10% na bolsa hoje

28 de outubro de 2024 - 8:13

Em comunicado enviado à CVM, a companhia aérea celebrou a captação de novos recursos junto aos credores no valor de até US$ 500 milhões

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Eleições Goiânia 2024: Sandro Mabel (União) confirma favoritismo e vence Fred Rodrigues (PL); veja o resultado

27 de outubro de 2024 - 16:54

Apoiado por Ronaldo Caiado, Mabel venceu candidato de Jair Bolsonaro em eleição bem dividida na capital de Goiás

MANDE SUA DÚVIDA!

A dama e o vagabundo: quem está no Serasa suja o nome do cônjuge? Saiba quando a relação com um inadimplente pode se tornar uma cilada

27 de outubro de 2024 - 7:55

É possível ser negativado ou ter os bens penhorados porque o cônjuge ou companheiro está inadimplente? Quatro leitores da Dinheirista tiveram essa dúvida

VISÃO 2030

Vale (VALE3) em tempos de crise na China e preço baixo do minério: os planos do novo CEO Gustavo Pimenta após o resultado que agradou o mercado

25 de outubro de 2024 - 16:15

Novo CEO fala em transformar Vale em líder no segmento de metais da transição energética, como cobre e níquel; ações sobem após balanço do 3T24

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo incerto, nada resolvido: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho e dificultam a vida do Ibovespa em dia de agenda vazia

23 de outubro de 2024 - 8:10

Fora alguns balanços e o Livro Bege do Fed, investidores terão poucas referências em dia de aversão ao risco lá fora

Revisão otimista

FMI eleva projeção de crescimento do Brasil neste ano, mas corta estimativa para 2025; veja os números

22 de outubro de 2024 - 15:30

Projeções do FMI aparecem na atualização de outubro do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar