🔴 SAVE THE DATE – 25/11: MOEDA COM POTENCIAL DE 30.000% DE VALORIZAÇÃO SERÁ REVELADA – VEJA COMO ACESSAR

Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
A RESPOSTA VEIO AÍ

Entre a cruz e a espada, Fed sobe juros apesar da crise bancária — entenda uma das decisões mais importantes do BC dos EUA

O dot plot, como é conhecido o famoso gráfico de pontos com as projeções do Fomc sobre os juros, mostra mais uma elevação ainda este ano

Carolina Gama
22 de março de 2023
15:03 - atualizado às 20:06
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, com as sedes de dois bancos dos EUA como pano de fundo
Com a inflação sendo controlada, Powell passou de ‘falcão’ para ‘pombo’, diz analista Enzo Pacheco; veja quais ações americanas comprar. - Imagem: Montagem Seu Dinheiro/Brenda Silva

A recente turbulência no sistema bancário desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank (SVB) colocou o Federal Reserve (Fed) entre a cruz e a espada: combater a inflação ou prevenir mais falências de bancos? Nesta quarta-feira (22), o banco central norte-americano deu uma resposta e elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (pp), colocando-a na faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano. 

A decisão veio em linha com as expectativas do mercado. Os traders esperavam que o Fed mantivesse o foco na inflação, com 86% das apostas na elevação que o BC dos EUA entregou hoje, de acordo com dados compilados pelo CME Group.

Agora, 56,5% dos traders enxergam a chance de mais uma elevação de 0,25 pp na reunião de maio, enquanto 43,4% acreditam em uma alta de 0,50 pp no próximo encontro.

Talvez por isso a reação inicial do mercado tenha sido positiva. Em Wall Street, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq, que operavam de lado, passaram a subir. Por aqui, o Ibovespa operou em baixa logo depois da decisão.  

Na visão dos especialistas, uma pausa na escalada dos juros poderia não apenas fazer os preços dispararem novamente, mas também enviar sinais errados ao mercado sobre a fraqueza do Fed no combate à inflação — mas nem por isso a decisão de hoje está livre de riscos, já que a taxa mais alta foi um dos gatilhos para o colapso do SVB.

O que diz o comunicado

Os investidores em todo o mundo estavam em busca do posicionamento do Fed sobre a situação dos bancos do país.

Leia Também

No comunicado com a decisão, a autoridade monetária reafirma que o sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente, mas alerta sobre os problemas que derivam do colapso recente dos bancos regionais.

"Acontecimentos recentes devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos é incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação", diz a comunicado.

Sobre a decisão em si, o Fed reconhece que a inflação continua elevada e que o mercado de trabalho segue aquecido, com baixa taxa de desemprego — deixando a porta aberta para o ciclo de aperto monetário continuar.

"O Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", diz o comunicado.

Ainda assim, o BC dos EUA reforça que os futuros aumentos de juros levarão em conta o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômico-financeiros.

Powell entra em cena

Meia hora após a decisão ser anunciada, o presidente do Fed, Jerome Powell, entrou em cena na também aguardada coletiva para explicar melhor o aumento dos juros.

Como é tradição, ele iniciou a coletiva lendo um comunicado que reforçou que o sistema bancário norte-americano segue resiliente e que o Fed está pronto para agir para apoiar o sistema financeiro caso seja necessário.

"O sistema bancário está seguro, os depósitos foram estabilizados na última semana", disse ele, reconhecendo, no entanto, que os recentes casos de falência devem ter algum efeito — ainda que limitado — sobre a economia norte-americana e também na restrição do crédito.

Powell reconheceu ainda que dias antes desta reunião acontecer, os membros do comitê de política monetária cogitaram uma pausa no aumento dos juros para avaliar os efeitos dos problemas nos bancos regionais dos EUA. Ele, no entanto, disse que a decisão unânime de hoje teve como foco a inflação.

"A política monetária está focada nas questões macroeconômicas. O Fed tem instrumentos para ajudar os bancos e manter a liquidez no sistema", afirmou. "A inflação ainda tem um longo caminho a percorrer para que se alinhe com a meta de longo prazo de 2%", acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de corte de juros, já que as projeções de hoje indicaram uma taxa terminal em 5,1%, Powell foi enfático: "O corte de juros não é nosso cenário-base".

Uma reunião incomum

A reunião de dois dias do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) aconteceu em um ambiente tomado pela incerteza — algo incomum tão perto de uma decisão, já que os membros do Fomc normalmente telegrafam suas intenções com antecedência.

Para se ter uma ideia, na semana anterior ao colapso do SVB, Powell chegou a dizer aos congressistas que esperassem que o aumento dos juros fosse rápido e furioso por causa da inflação e dos dados econômicos mais quentes do que o esperado.

Naquele momento, as declarações de Powell consolidaram as expectativas dos traders de que um aperto monetário de 0,50 pp era inevitável na reunião de hoje. A falência do Silicon Valley Bank — que ocorreu, em parte, por causa da elevação dos juros do Fed — mudou essas expectativas.

  • Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.

A falência no caminho do Fed

O Fed poderia decidir interromper o ciclo de aperto monetário em nome de evitar mais estresse no sistema bancário — imediatamente após a implosão do Silicon Valley Bank, o governo agiu para socorrer os clientes do banco e assegurar aos norte-americanos que o dinheiro estava seguro nos bancos do país.

Depois do colapso do SVB e do Signature Bank, outras corridas e falências bancárias ainda não se concretizaram. O First Republic Bank precisou de ajuda, mas segue com as portas abertas.

Ainda assim, alguns economistas apontam para consequências contínuas — como a venda do Credit Suisse para o UBS — como um sinal de quanto estresse a alta de juros do Fed já causou ao sistema financeiro.

Juros: o que vem por aí

O Fed vem subindo o juro desde março do ano passado. Tudo começou com um aperto de 0,25 pp, tirando a taxa de praticamente zero para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano. 

Depois, o banco central norte-americano subiu em 0,50 pp e, a partir de junho de 2022, resolveu fazer uma marcação mais agressiva à inflação: subiu a taxa básica em 0,75 pp por quatro vezes seguidas. 

O BC dos EUA colocou o pé no freio das elevações mais bruscas em dezembro do ano passado, mas se manteve acelerando e entrou em 2023 com um aumento de 0,25 pp e se manteve assim agora. 

A cada três meses o Fed divulga, junto com a decisão de política monetária, projeções para os juros e para a economia. A última vez que essas previsões foram apresentadas foi em dezembro

De acordo com o dot plot — o gráfico de pontos que traz as expectativas individuais dos membros do comitê —, a taxa terminará 2023 em 5,1% — a mesma previsão feita em dezembro. Isso significa que os juros estarão na faixa entre 5,00% e 5,25%, o que implica em mais um aumento neste ano.

Confira abaixo o gráfico de pontos do Fed de março:

Fonte: Federal Reserve - março de 2023

O Fed entre a cruz e a espada

Ao escolher o combate à inflação com uma alta de 0,25 pp do juros, o Fed não só colocou o estresse sobre o sistema bancário em segundo plano como potencializou as chances de colocar a economia dos EUA em recessão. 

Alguns especialistas acham que ainda há uma chance de os EUA conseguirem estabilizar sua economia sem entrar em recessão, enquanto outros argumentam que uma recessão é inevitável se o Fed quiser atingir sua meta de inflação de 2% no longo prazo. 

Diante de tantos impasses, a reunião de hoje ganhou importância ainda maior, já que veio acompanhada das projeções econômicas. 

Confira abaixo a atualização da mediana das previsões feitas pelo Federal Reserve:

PIB dos EUA

  • 2023: 0,4% de 0,5% previstos em dezembro
  • 2024: 1,2% de 1,6% previstos em dezembro
  • 2025: 1,9% de 1,8% previstos em dezembro
  • Longo prazo: mantido em 1,8%

Inflação medida pelo PCE

  • 2023: 3,3% de 3,1% previstos em dezembro
  • 2024: mantido em 2,5%
  • 2025: mantido em 2,1%
  • Longo prazo: mantido em 2,0%

Taxa de desemprego

  • 2023: 4,5% de 4,6% previstos em dezembro
  • 2024: mantido em 4,6%
  • 2025: 4,6% de 4,5% previstos em dezembro
  • Longo prazo: mantido em 4,0%

O que os especialistas acharam da decisão

Para James Orlando, diretor e economista sênior da TD Economics, a decisão de hoje foi uma das mais controversas que o Fed teve que tomar, já que quando a inflação era o único foco no ano passado, aumentar os juros era a única opção. Agora que a estabilidade do sistema financeiro foi trazida à tona, o BC dos EUA teve que seguir uma linha tênue.

"Ao aumentar os juros ao mesmo tempo em que concentra a declaração nos riscos que isso pode trazer é uma forma de reconhecer o fluxo do estresse do mercado financeiro na economia em geral", disse Orlando.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, ressalta o tom mais favorável ao afrouxamento monetário (dovish) do comunicado do Fed e aposta em uma alta de 0,25 pp na reunião de maio.

"O Fomc deve vir com mais uma alta de 0,25 pp na reunião de maio, já que revisou suas projeções em relação ao PCE de 2023 para 3,3%. Com isso, deve continuar combatendo a inflação, deixando claro que esse trabalho ainda não acabou, mesmo com os possíveis impactos no custo de crédito para as famílias e empresas norte-americanas — o que pode começar a enfraquecer a atividade econômica nos EUA", afirmou Fernandes.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

O CÉU É O LIMITE?

Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil

18 de novembro de 2024 - 17:16

Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

DO ROXO AO VERMELHO

Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street 

15 de novembro de 2024 - 18:01

O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário

ALÍVIO NO BOLSO

Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar

15 de novembro de 2024 - 17:31

A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa

OS PLANOS DO BB

Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025 

15 de novembro de 2024 - 17:02

Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem

15 de novembro de 2024 - 16:16

Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro

BOLSA NA SEMANA

Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa  na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?

15 de novembro de 2024 - 13:21

A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos

VAI CORTAR A LINHA?

Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?

15 de novembro de 2024 - 10:04

Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira

15 de novembro de 2024 - 9:32

Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações

SEXTOU COM O RUY

Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações

15 de novembro de 2024 - 8:00

Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar