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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
PLANO DE SUCESSÃO

Este jardineiro pode virar bilionário logo e motivo surpreende: herdeiro de império de luxo quer adotá-lo

O bilionário herdeiro da Hermés, Nicolas Puech, está planejando adotar formalmente seu “ex-jardineiro e faz-tudo” como filho

Camille Lima
Camille Lima
7 de dezembro de 2023
14:06 - atualizado às 13:57
O império bilionário de luxo Hermès
O império bilionário de luxo Hermès - Imagem: Divulgação

Um jardineiro de 51 anos está prestes a entrar para o seleto grupo de bilionários — e não por um negócio de sucesso ou por alguma inovação na jardinagem, mas sim por ser adotado por um herdeiro de 80 anos.

Isso poderia facilmente se tratar da trama inverossímil de um livro de ficção ou série da Netflix. Mas o que é a ficção perto da realidade?

O bilionário neto do fundador do império de varejo de luxo Hermès, Nicolas Puech, quer adotar formalmente seu “ex-jardineiro e faz-tudo” como filho, de acordo com o jornal suíço Tribune de Genève.

Puech é herdeiro da quinta geração de Thierry Hermès, que fundou a grife de luxo há quase dois séculos, em 1837.

Vale lembrar que a Hermès é a terceira maior empresa da Europa e está avaliada em aproximadamente 206,35 euros atualmente, o que equivale a algo próximo de R$ 1,092 trilhão, nas cotações atuais.

Solteiro e sem filhos, Puech renunciou ao conselho de administração da marca em 2014, em meio a uma confusão com a LVMH. Entretanto, o bilionário permanece sendo o principal acionista da empresa e é dono de 5,7% da empresa.

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Desse modo, a fortuna do herdeiro da Hermès hoje é estimada em aproximadamente US$ 11,2 bilhões (R$ 55 bilhões) pela revista Forbes.

Segundo o jornal suíço, Puech estaria planejando passar cerca de metade de sua herança para o antigo funcionário, o que renderia cerca de US$ 5,6 bilhões (R$ 27,5 bilhões).

A agência italiana Sky TG24 informou que o bilionário já teria entregado ao homem de 51 anos as chaves de uma propriedade em Marraquexe, no Marrocos, e de uma mansão em Montreux, Suíça. Juntos, os imóveis somam 5,5 milhões de euros (R$ 29,12 milhões).

Os obstáculos para os planos do bilionário 

Como parte de seu plano de sucessão, o Nicolas Puech teria contratado uma equipe jurídica para acompanhá-lo no processo de repassar sua riqueza para o ex-jardineiro. A Tribune de Genève não revelou a identidade do funcionário, mas apurou que ele é casado e tem dois filhos.

Apesar de seu plano de sucessão, Puech enfrenta obstáculos para conseguir entregar a fortuna ao ex-jardineiro por meio da adoção.

Isso porque adotar um adulto na Suíça — onde o bilionário mora atualmente — é um processo complexo.

Segundo as autoridades suíças, algumas das condições da adoção de um adulto (mesmo casado) por pais adotivos que não possuam descendentes na Suíça incluem:

  • Quando o adulto é portador de necessidades especiais, físicas ou mentais, que exijam cuidados constantes e os pais adotivos tenham cuidado do indivíduo, por no mínimo, um ano;
  • Quando os pais adotivos educaram e cuidaram do indivíduo por, no mínimo, um ano, enquanto ele era menor de idade;
  • Quando a pessoa que você pretende adotar houver morado com os pais adotivos por, no mínimo, um ano.

Não bastasse o desafio legal da adoção, Puech ainda precisaria voltar atrás de um compromisso filantrópico para ceder sua fortuna bilionária ao ex-jardineiro.

Segundo o Tribune de Genève, o bilionário já havia prometido deixar sua riqueza à fundação Isócrates, criada em 2011 pelo próprio herdeiro para combater a desinformação, como parte de um plano de sucessão do executivo.

O secretário-geral da Isócrates, Nicolas Borsinger, afirmou ao jornal suíço que, caso Puech realmente consiga deixar a fortuna para o ex-jardineiro, se tratará de uma “anulação repentina e unilateral de um acordo de sucessão, feita através de um ato que deve ser considerado nulo e sem efeito”.

A fundação ainda disse à AFP que foi recentemente informada do desejo do fundador de anular o pacto de sucessão, mas não que tinha conhecimento de qualquer possibilidade de acordos alternativos.

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