Dólar paralelo na Argentina volta a subir após governo “descongelar” cotações oficiais antes da eleição
O governo argentino liberou apenas parcialmente o câmbio, em um sistema chamado crawling peg, que limita as intervalo de oscilações e visa impedir impede a disparada de preços
A Argentina está a menos de uma semana das eleições presidenciais e uma nova escalada do dólar promete acirrar ainda mais as tensões entre os candidatos. A divisa do peso argentino com a moeda norte-americana voltou a se aproximar dos patamares históricos mais elevados.
De acordo com o portal Ámbito, o dólar blue — como é chamada a cotação paralela e mais próxima da realidade — é negociado em alta de 8,11%, a 950 pesos. Já o preço do dólar oficial, aquele congelado pelo governo em agosto, avança menos, a 353 pesos. O governo havia anunciado que descongelaria as cotações há quase quatro meses.
Vale ressaltar que o país possui diversas cotações da moeda norte-americana, sendo as mais famosas o dólar blue e o dólar oficial. A primeira por se aproximar do que seria o preço real praticado — já a segunda é aquela utilizada pela indústria e serviços.
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Argentina libera o câmbio — pero no mucho
O governo argentino liberou apenas parcialmente o câmbio, em um sistema chamado crawling peg. Assim, as cotações ficam limitadas a um intervalo de oscilações, o que impede uma disparada brusca dos preços.
Contudo, esse mecanismo funciona apenas para o dólar oficial. De acordo com o secretário de política econômica argentino, Gabriel Rubinstein, os ajustes serão de 3% ao mês, a partir desta quarta-feira (15).
A ideia do governo é evitar uma desvalorização maior do peso e conter uma disparada ainda maior da inflação. De acordo com dados do Banco Central da Argentina (BCRA), a inflação de outubro avançou 8,3%, acumulando alta de 142,7% em 12 meses.
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As projeções apontam que a inflação deva terminar o ano na casa dos 185%.
E quem será o próximo presidente?
Os candidatos Javier Milei (oposição, do La Liberdad Avanza) e Sergio Massa (governista, do Unión por la Patria) se enfrentam no segundo turno das eleições presidenciais no próximo domingo (19).
As pesquisas de intenção de votos são inconclusivas, com uma margem apertada de diferença entre ambos. O mais recente debate entre os candidatos pode influenciar no resultado enquanto a guerra de narrativas segue nas redes sociais.
O próximo presidente da Argentina toma posse no dia 10 de dezembro.
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