Mesmo com câmbio travado, dólar dispara na Argentina e paralelo vale o dobro da cotação oficial
Enquanto o dólar oficial era negociado na casa dos 365,50 pesos, o dólar blue atingiu a marca de 790 pesos na tarde desta quinta-feira (17) — a máxima histórica da cotação

Os dias não tem sido nada fáceis para os nossos vizinhos. A Argentina vem passando por uma das piores crises de sua história e precisou travar o preço do dólar a pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar estancar a sangria dos cofres públicos.
O câmbio foi fixado em 350 pesos por dólar por 90 dias, de acordo com o Banco Central da Argentina (BCRA). No entanto, estamos falando de uma das cotações oficiais da moeda norte-americana no país.
Isso porque, diferentemente do Brasil de hoje, a Argentina usa múltiplas cotações de dólar. Uma delas, o chamado “dólar blue”, é o que mais se aproxima dos preços negociados no mercado.
Ele também funciona para calcular a defasagem que existe entre os preços praticados oficialmente e extraoficialmente.
Nesta quinta-feira (17), enquanto o dólar oficial era negociado na casa dos 365,50 pesos, o dólar blue atingiu a marca de 790 pesos por volta das 15h50, a máxima histórica da cotação — uma diferença de 424,5 pesos.
Por lá, a moeda norte-americana fechou o dia de negociações em 750 pesos para venda e 760 pesos para compra. Na semana, o dólar subiu 155 pesos, de acordo com o La Nación.
Leia Também
A DINHEIRISTA — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça?
Por que o dólar disparou na Argentina mesmo assim?
O preço do dólar flutua com a lei da oferta e demanda e os cofres portenhos vivem uma escassez da moeda norte-americana. Sem dinheiro para negociar internacionalmente, o país se afundou na inflação.
O congelamento de preços é um mecanismo que já foi muito utilizado ao longo da história da economia argentina para tentar frear os movimentos de alta. Entretanto, o efeito mais comum é empurrar as negociações para o mercado paralelo, como é o caso do dólar blue.
Também é preciso dizer que a moeda dos Estados Unidos é considerada um refúgio em momentos de incertezas, como é o caso atual da Argentina.
Além dos problemas econômicos, o país passa por uma polarizada corrida eleitoral — e um futuro incerto é tudo que nossos vizinhos não precisam.
Eleições argentinas…
As eleições primárias argentinas chegaram ao fim no último sábado (23) e os candidatos que irão concorrer às eleições de 22 de outubro deste ano já estão definidos.
Javier Milei, o candidato de extrema-direita pelo partido La Libertad Avanza, foi o principal destaque das Paso (sigla em espanhol para Primárias Internas Simultâneas e Obrigatórias).
O candidato recebeu 30,04% dos votos, sendo o mais votado das Paso, superando a chapa Juntos por El Cambio, de Patricia Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta, que receberam 16,98% e 11,29% respectivamente, totalizando 28,27% para o partido.
No terceiro lugar, o governista e atual ministro da Economia, Sérgio Massa, ficou com 27,27%. O desempenho do representante do peronismo foi considerado bastante fraco nessa disputa.
- Está preparado para os próximos 6 meses do ano? Os repórteres do Seu Dinheiro entrevistaram dezenas de profissionais do mercado financeiro para saber quais são os investimentos mais indicados para o 2º semestre. Veja AQUI o que eles falaram.
… E o efeito disso no dólar e na economia
Apesar de ser um candidato com posicionamentos excêntricos, ao estilo “linha-dura” da extrema-direita, Milei é visto com bons olhos pelo mercado financeiro argentino por seu viés liberal de redução da participação do Estado na economia.
Isso se refletiu em uma disparada do índice Merval, o equivalente ao Ibovespa brasileiro.
No mesmo dia, o dólar deu um salto pelo travamento feito pelo BCRA, mas também foi garantida uma reunião junto ao FMI para um debate sobre a dívida do país com o fundo.
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor
Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro
Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras
Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
“Liquidem agora”, ordena Milei. A decisão da Argentina que deve favorecer o Brasil
A determinação do governo argentino pode impactar os preços globais de commodities agrícolas e beneficiar as exportações brasileiras no curto prazo
Malbec World Day: 10 rótulos para apreciar o vinho favorito dos brasileiros
De passaporte francês e alma argentina, a uva ainda é uma das mais cultivadas da Argentina e ganha cada vez mais adeptos por aqui
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.