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Flavia Alemi
Flavia Alemi
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pela FIA. Trabalhou na Agência Estado/Broadcast e na S&P Global Platts.
Prejuízo

No vermelho, São Carlos (SCAR3), empresa de imóveis de Lemann, vende mais de R$ 250 milhões em ativos – e não vai parar tão cedo

Em três meses, a companhia já levantou mais receita com a venda de ativos do que no ano passado inteiro

Flavia Alemi
Flavia Alemi
11 de maio de 2023
10:53 - atualizado às 10:15
O bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann
O bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann - Imagem: Valéria Gonçalves/Estadão Conteúdo

A São Carlos Empreendimentos (SCAR3), empresa de investimento e administração de imóveis que nasceu no bojo das Lojas Americanas, de Jorge Paulo Lemann, vendeu mais de R$ 250 milhões em ativos no primeiro trimestre. E vem mais por aí.

As receitas provenientes da "reciclagem de ativos", como a empresa se refere, entram no resultado contábil, mas são excluídas do cálculo recorrente. Portanto, a São Carlos teve lucro contábil de R$ 15,1 milhões, mas aumentou o prejuízo recorrente no primeiro trimestre em 71,9%, para R$ 34,9 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também se contraiu 5,5%, passando para R$ 41,5 milhões.

Os resultados da companhia mostram que houve aumento das despesas administrativas, ao mesmo tempo em que as taxas de vacância física e financeira dos imóveis em seu portfólio se elevaram. Houve, assim, uma redução da receita com locações.

Nas despesas, o principal detrator do resultado foi a vertical Best Center, focada no desenvolvimento e administração de centros de conveniência. Esse braço teve um aumento de 30,2% nas despesas, que alcançaram R$ 5,6 milhões.

Já as taxas de vacância se elevaram tanto na comparação anual quanto na trimestre. De acordo com a São Carlos, o aumento é explicado pela venda de imóveis 100% ocupados e pela rescisão parcial de um cliente corporativo no segmento Office. As taxas de vacância física e financeira do portfólio encerraram o 1T23 em 22,8% e 23,9%, respectivamente.

Assim, as receitas com locações caíram 6% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 64,8 milhões. A queda foi parcialmente mitigada com a receita de serviços, que aumentou quase seis vezes ante o 1T22, para R$ 2,4 milhões.

Vendas de imóveis

As receitas provenientes da "reciclagem de ativos" somaram R$ 256,6 milhões.

A empresa detalhou que em fevereiro concluiu a venda do Edifício Jardim Europa, uma torre de escritórios com 9.001 m² de área bruta locável, por R$ 150 milhões. Em março, celebrou um contrato de compra e venda do Edifício Leblon Green por R$ 91 milhões.

Na vertical Best Center, a empresa vendou lojas de rua de Cornélio Procópio, no Paraná, e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, além de um centro de conveniência em São Paulo, capital.

Vale destacar que nos cálculos do segundo trimestre haverá também o efeito de vendas realizadas em abril, que somam R$ 167,4 milhões. Isto significa uma reciclagem intensa do portfólio da companhia, que, em apenas quatro meses de 2023 já levantou mais receita com a venda de ativos do que durante o ano passado inteiro.

Quem é o que faz a São Carlos

A São Carlos iniciou suas operações m 1989 como uma empresa controlada pela Lojas Americanas. Ela atuava com o objetivo de apoiar a expansão da varejista pelo Brasil por meio do desenvolvimento de shoppings.

Dez anos depois, a companhia se separou da Americanas e abriu capital na antiga Bovespa. O negócio mudou para investimentos em edifícios corporativos. Em 2011, a empresa começou a investir também em centros de conveniência, com a subsidiária Best Center.

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