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Jasmine Olga
Jasmine Olga
É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
JOGO DE TABULEIRO

No tabuleiro de ‘War’ dos frigoríficos, Minerva (BEEF3) leva a melhor e pode subir mais de 60%; ações da BRF (BRFS3) caem 7%

Analistas do Banco Santander apontam que a atuação internacional de algumas empresas acaba desfavorecendo as projeções para os papéis dessas companhias.

Jasmine Olga
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6 de fevereiro de 2023
17:05 - atualizado às 10:39
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Imagem: Shutterstock

As empresas brasileiras do setor de proteínas prezam pela diversificação de seus portfólios, com investimentos consistentes ao longo dos últimos anos. Essa pulverização global anima e eleva as possibilidades, mas parece que, no momento, nem todas as regiões geográficas aparecem com boas opções — o que acaba diferenciando, e muito, as expectativas para os principais frigoríficos do país. 

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (06), analistas do Banco Santander apontam, no entanto, que no presente momento, a atuação internacional de algumas empresas acaba desfavorecendo as projeções para os papéis dessas companhias. 

É o caso da JBS (JBSS3), hoje com grande exposição ao mercado de proteínas norte-americano. Com isso, a expectativa dos analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata é de que os próximos trimestres continuem difíceis para a empresa. 

O banco de investimentos diz gostar da variedade da empresa no momento, mas os problemas encarados nos Estados Unidos pressionam os resultados. No país, o mercado de proteína sofre com a redução do rebanho de gado, o que leva a uma menor margem da subsidiária americana, já que existe apenas um espaço limitado para aumentar os preços da carne vendida. 

Além disso, outro problema regional é uma oferta maior do que a desejável de aves, o que mais uma vez afeta os preços de mercado. O setor de suínos dos EUA também exerce suas pressões, com o preço por cabeça subindo. 

No Brasil, a empresa também conta com uma produção excedente mais uma vez pressionando as margens do negócio. Mas isso não significa que os analistas tenham dúvidas sobre a capacidade da gestão. Muito pelo contrário. 

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O Santander acredita que a JBS segue sendo uma empresa de qualidade "premium". No entanto, existem muitos fatores negativos no radar que possibilitariam uma melhora nos ganhos no futuro recente. 

Assim, a recomendação para os papéis JBSS3 é neutra, com um corte no preço-alvo de R$ 22,50 — contra os R$ 32,80 anterior. 

Na bolsa, a reação dos investidores é negativa. As ações do frigorífico recuam quase 2%. Acompanhe a nossa cobertura de mercados

Minerva (BEEF3): A favorita

Enquanto a forte exposição da JBS no mercado americano preocupa, a estratégia recente de aquisições e diversificação da Minerva são apontadas como pontos positivos pelos analistas do banco, o que levou a uma elevação do preço-alvo de R$ 20 para R$ 23, com um potencial de alta de quase 70%. 

Para o banco de investimentos, o forte posicionamento da companhia na América Latina é a chave para o sucesso, uma vez que, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, os impactos das adversidades são mais neutros na região, e o ciclo do gado no Brasil segue mais favorável. 

Os analistas destacam que o patamar atual dos preços dos papéis é atrativo, com a companhia sendo negociada com um desconto de até 15% com relação à sua média histórica. Além disso, as aquisições recentes e outras oportunidades estudadas na Austrália e na América do Sul devem ajudar a geração de caixa futura.

BRF (BRFS3) e Marfrig (MFRG3)

Outras duas empresas que também possuem perspectivas negativas no curto e médio prazo são a BRF (BRFS3) e a Marfrig (MRFG3). 

Para os analistas, a BRF segue em processo de reestruturação e "virada", em busca de uma atividade mais rentável, mas as pressões nos custos e a divulgação pouco clara sobre os planos estratégicos futuros dificultam. "O mercado deve começar a precificar as melhorias apenas quando os benefícios da execução começarem a ser sentidas". 

Com uma produção excedente de aves, as margens da BRF devem ser desafiadoras. E, apesar do desconto de 22% no preço das ações com base na média histórica, o banco decidiu cortar o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 9. 

Os investidores reagem negativamente na bolsa, com os papéis da BRF liderando as perdas do dia no Ibovespa. Por volta das 16h, as perdas eram de mais de 7%, a R$ 7,13. 

Já a Marfrig, "empresa-mãe" da BRF, também deve seguir com resultados fracos nos próximos trimestres, com uma contração nas margens do seu braço de negócios americano, ainda que a sua operação na América Latina deva apresentar melhorias.

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