Minha Casa Minha Vida turbinado abre janela para ofertas de ações de incorporadoras; qual empresa é a favorita para lucrar com o programa?
A MRV fechou ontem uma oferta de ações para levantar R$ 1 bilhão; dias antes, a Direcional já havia captado R$ 429 milhões em outro follow-on do setor
Por muito tempo, a janela de captação ficou fechada para as construtoras e incorporadoras da B3, com trancas seladas e vidros cobertos por pedaços de madeira cujos pregos eram reforçados a cada martelada do Banco Central na taxa básica de juros (Selic).
Mas esse cenário mudou recentemente, como mostram os últimos movimentos do setor. A MRV (MRVE3) fechou na última semana uma oferta de ações para levantar R$ 1 bilhão. Dias antes, a Direcional (DIRR3) já havia captado R$ 429 milhões em outro follow-on do setor.
Um dos fatores por trás do sucesso das operações é a expectativa de queda nos juros, que levou a uma retomada do apetite ao risco pelas ações e melhorou as perspectivas para os custos dos financiamentos imobiliários.
Mas o grande responsável pelo movimento recente é o “Minha Casa Minha Vida” (MCMV), que foi relançado pelo presidente Lula (PT) no início deste ano e recentemente ganhou limites maiores.
As novas regras do programa habitacional chegaram ao mercado armadas com um pé de cabra para retirar todas as obstruções do caminho e abrir definitivamente a janela das ofertas de ações das construtoras na B3, especialmente para as focadas no segmento de baixa renda.
Vale relembrar que entraram em vigor na semana passada as alterações anunciadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o MCMV. Entre as principais mudanças está a ampliação do valor máximo dos imóveis, que subiu de R$ 264 mil para até R$ 350 mil na faixa três, para famílias com renda de até R$ 8 mil.
Leia Também
Além disso, o governo federal incrementou o subsídio oferecido para a população de baixa renda, com ganhos de até R$ 4,4 mil mensais, e reduziu os juros nas primeiras duas faixas.
Faz sentido captar para investir no Minha Casa Minha Vida?
Na visão dos especialistas, as novidades no Minha Casa Minha Vida deram o empurrão necessário para que as construtoras aproveitem o momento mais favorável de mercado para captar recursos e equilibrar as finanças.
“Isso traz uma margem para as companhias e torna os investimentos futuros mais atrativos, com uma rentabilidade melhor. Com isso, vemos que as empresas estão fazendo uma reestruturação no balanço e recompondo o caixa para fazer frente aos investimentos do programa”, diz Rafael Quick, analista do Inter.
As maiores companhias que atuam no segmento de baixa renda já vinham lançando e vendendo a um bom ritmo dentro do MCMV, e os números devem tornar-se ainda mais favoráveis com a atualização das regras.
“Em um cenário onde a competição não está tão grande — porque, dado o juro mais alto, várias incorporadoras menores retraíram —, a demanda por moradia de baixa renda é muito alta e a capacidade de pagamento melhorou, faz sentido captar”, diz Paulo Weickert, sócio fundador da Apex Capital.
O gestor aponta ainda que, diferente de uma emissão de títulos de dívida, o levantamento de recursos via oferta de ações diminui o risco de um excesso de alavancagem financeira das empresas.
“É uma captação de dinheiro novo para investir em um setor que tem retornos bons e que está com uma dinâmica muito positiva”.
Além disso, ocorre em um momento favorável para as ações das principais empresas de baixa renda, que acumulam fortes altas neste ano. “O follow-on só se torna atrativo se as empresas estiverem operando com bons múltiplos. Ninguém vai a mercado caso esteja descontado para não ter de deixar muito dinheiro na mesa”, argumenta Quick.
*Alta acumulada das ações em 2023 até às 10h38 de 14/05 | Gráfico: Tradingview
Quais construtoras listadas devem ser as próximas a recorrer ao follow-on?
Com o cenário tão favorável para as construtoras de baixa renda, devemos ver novas ofertas de ações em breve?
É difícil prever qual será a próxima companhia a optar por aumentar o capital próprio e diminuir a dívida. Mas os movimentos estão ligados ao ritmo de expansão que as construtoras adotarão daqui para a frente.
“As empresas que saírem na frente em termos de volume de investimentos conseguirão melhor poder de compra na barganha por terrenos futuros e abocanharão uma parcela maior dos recursos disponíveis para o “Minha casa, Minha vida”, cita o analista do Inter.
Para o gestor da Apex, o follow-on é essencial para apenas um nome do setor B3: “Das listadas, quem precisava mesmo de capital era a MRV, que é uma das empresas de baixa renda mais alavancadas. Então, se vierem novas ofertas, é mais pela oportunidade do que por necessidade de caixa.”
MCMV pode ser a redenção da Tenda (TEND3)?
Já outro gestor ouvido pelo Seu Dinheiro cita a Tenda (TEND3) — que enfrentou problemas de endividamento recentemente e teve de renegociar com credores — como uma das principais candidatas a ser a próxima na fila das ofertas de ações na B3.
“A Tenda é a mais alavancada das incorporadoras. A empresa teve todos os problemas que já conhecemos de dívidas, estouro de custo de obras e prejuízos e eu acredito que ela vá fazer uma oferta pois precisa dos recursos.”
Vale destacar que as ações da Tenda são um dos destaques da construção civil, acumulando uma alta de mais de 216% neste ano. Mas isso depois de perderem mais de 70% do valor nas mínimas na bolsa.
“A Tenda tem conseguido ter maior controle sobre os custos e vem buscando a rentabilidade. O MCMV deve ajudar, porque a construtora consegue trabalhar nas faixas um e dois, onde outras não chegam. Mas entendemos que a companhia surfou um otimismo para o setor inteiro: como ela estava bem espremida, vindo de uma série de de fatores negativos, uma notícia positiva faz bastante efeito sobre as ações”
Rafael Quick, analista do Inter
As construtoras mais preparadas para lucrar com o MCMV
Se a Tenda ainda pode demorar para se recuperar completamente dos efeitos da inflação e dos juros sobre as margens para aproveitar o novo Minha Casa Minha Vida, a MRV não deve ter o mesmo problema, segundo Paulo Weickert.
“Dado o tamanho e o histórico da companhia, eu acredito que a MRV é a companhia melhor posicionada para aproveitar o momento. Todas as construtoras do segmento econômico irão se beneficiar, mas a MRV tem tudo para ser o grande destaque”, diz o gestor da Apex.
Vale relembrar que a companhia mineira divulgou no início do mês uma prévia operacional que agradou analistas e investidores. A incorporadora registrou o melhor trimestre de vendas líquidas da história no segmento de incorporação.
O Valor Geral de Vendas (VGV) foi de R$ 2,2 bilhões e 9.765 unidades comercializadas no primeiro trimestre. Trata-se de um aumento de 22% em relação aos três meses imediatamente anteriores e alta de 48% frente ao mesmo período do ano passado.
Já o analista do Inter cita a Direcional (DIRR3) como favorita. “A construtora conseguiu apresentar uma margem bruta equilibrada mesmo durante o ciclo de alta de custos, o que já é uma vantagem competitiva.”
Rafael Quick cita ainda o modelo de recebimento de pagamentos da companhia — 70% do valor do imóvel durante a construção e 30% após a entrega das chaves — como outro ponto positivo.
“Vemos que a geração de caixa da companhia é mais constante, então gostamos da tese e entendemos que, com as mudanças no programa habitacional, Direcional tende a crescer e está bem posicionada hoje para surfar essa onda do Minha Casa Minha Vida.”
Fundo imobiliário RCRB11 fecha contrato com a V.tal, empresa controlada pelo BTG (BPAC11); veja quanto pode render cada cota
O contrato de locação foi firmado dois meses após a compra pelo fundo da laje vaga, em setembro deste ano
“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24
O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Gestor da Itaú Asset aposta em rali de fim de ano do Ibovespa com alta de até 20% — e conta o que falta para a arrancada
Luiz Ribeiro é responsável pelas carteiras de duas famílias de fundos de ações da Itaú Asset e administra um patrimônio de mais de R$ 2,2 bilhões em ativos
Fiagro RURA11 explica o que fez os dividendos caírem 40% e diz quando deve voltar a pagar proventos maiores a seus 89 mil cotistas
De acordo com o relatório gerencial do fundo, o provento será reduzido durante três meses, contados a partir de outubro
Capitânia pede assembleia para discutir troca na gestão do XPPR11, fundo imobiliário gerido pela XP
A Capitânia propõe que a XP seja substituída pela V2 Investimentos na função, casa que atualmente conta com quatro FIIs no portfólio
BTLG11 de volta ao topo: alta da Selic abre oportunidade para comprar o fundo imobiliário favorito para novembro com desconto
Apesar de ter sentido o “efeito Selic” na bolsa, o BTG Pactual Logística não deve ser tão impactado nas frentes operacionais e de receita
Moura Dubeux (MDNE3) anuncia os primeiros dividendos de sua história após trimestre recheado de recordes; CEO diz que meta é “não parar mais” de pagar proventos
Cumprindo a promessa feita aos investidores de distribuir proventos ainda em 2024, a incorporadora depositará R$ 55 milhões na conta dos acionistas em 22 de novembro
Magazine Luiza (MGLU3) “à prova de Selic”: Varejista surpreende com lucro de R$ 102 milhões e receita forte no 3T24
No quarto trimestre consecutivo no azul, o lucro líquido do Magalu veio bem acima das estimativas do mercado, com ganhos da ordem de R$ 35,8 milhões
Ações da Tenda (TEND3) disparam 7% na bolsa após balanço com recordes históricos e guidance de resultados turbinado
A atualização do guidance, com números revisados para cima, era amplamente aguardada pelo mercado e é bem-recebida pelos investidores hoje
Oncoclínicas (ONCO3): Goldman Sachs faz cisão da participação na rede de oncologia e aumenta especulações sobre venda
Após quase uma década desde que começou a investir na empresa, o mercado passou a especular sobre o que o Goldman pretende fazer com a participação na companhia
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Fundo imobiliário TRBL11 anuncia dividendos menores e cotas recuam na bolsa; veja o que afeta os proventos
O FII comunicou que pagará R$ 0,62 por cota neste mês, uma queda de cerca de 27% ante à distribuição de outubro.
Ações da EZTec (EZTC3) disparam 9% e lideram Ibovespa após lucro triplicar e construtora anunciar dividendos; é hora de comprar os papéis?
Um dos combustíveis para a disparada é o lucro líquido da companhia, que saltou 239% e ficou em R$ 132,6 milhões no terceiro trimestre
O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas
Vale a pena atualizar o valor do imóvel na declaração de IR na tentativa de pagar menos imposto? Fizemos as simulações
Contribuintes podem atualizar valor de imóvel até 16 de dezembro, recolhendo menos IR, mas medida pode não ser tão benéfica quanto parece
Alta de 75% nos dividendos: Fundo imobiliário do Itaú anuncia que proventos devem subir após venda de CRI com ganho milionário
O CRI vendido era uma das maiores posições do portfólio, equivalendo a cerca de 5,95% do patrimônio líquido
As regras do ITBI vão mudar de novo: reforma tributária abre nova possibilidade de cobrança do imposto para compra e venda de imóveis
O contribuinte que antecipar o pagamento para a data da assinatura da escritura no cartório pagará uma alíquota menor
Log (LOGG3) dobra lucro no 3T24 e CEO ainda vê amplo espaço para crescer, mas cenário macro preocupa
Empresa de galpões logísticos mantém planos de expansão, mas juro menor e cumprimento do arcabouço fiscal ajudariam negócio, diz CEO da Log
Financiar imóvel ficará mais difícil? Novas regras de financiamento pela Caixa entram em vigor a partir desta sexta (1º); entenda o que muda
O banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional da instituição deve superar o orçamento aprovado para 2024