Balanço dos balanços: lucro dos 5 maiores bancos cresce 3,1% no 3T23, para R$ 28,4 bi; bancos públicos ‘ganham de WO’ na expansão do crédito
O impulso veio do Itaú Unibanco, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, bancos que apresentaram crescimento de resultados no período, em grande parte graças às receitas com crédito

O lucro dos cinco maiores bancos brasileiros cresceu 3,1% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 28,416 bilhões, segundo dados compilados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
O impulso veio do Itaú Unibanco, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que apresentaram crescimento de resultados no período, em grande parte graças às receitas com crédito.
Em um trimestre marcado pela inflexão dos índices de inadimplência, porém, o crédito mostrou tendências diferentes em cada banco. A Caixa apresentou o mais acelerado crescimento de carteira, de 11,7%, puxado pelos desempenhos do crédito para o agronegócio (+29,9%) e para a habitação (+14,6%).
No BB, o crescimento foi de 10%, com o impulso da carteira para o agro, que teve um salto de 18,9% no período, consolidando a posição do banco como líder no crédito para o setor.
Os números contrastaram com os dos três pares do setor privado. O maior crescimento foi o do Santander, de 7,9%, enquanto o Itaú, maior banco do País, avançou 5,7% em um ano. No Bradesco, a carteira recuou 0,1% em 12 meses, com o banco originando crédito a um ritmo abaixo do normal para frear o crescimento da inadimplência.
- Leia também: Duelos dos bancões: quem leva a melhor entre Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) — e a resposta não é óbvia
Bancos públicos assumem espaço deixado por concorrentes privados no crédito
Os bancos públicos acreditam que no começo do ano que vem conseguirão manter um avanço mais forte nas operações de crédito, graças aos cortes da Selic. "[2024] É um ambiente mais benigno, com a redução da taxa de juros", disse o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Geovanne Tobias, em coletiva de imprensa na quinta-feira passada, 9. "A carteira pode crescer algo próximo a um dígito alto ou um duplo dígito baixo."
Leia Também
O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, disse nesta terça-feira, 14, que boa parte do crescimento da Caixa é fruto da redução do apetite dos outros bancos pelo crédito imobiliário, que responde por quase 70% da carteira da instituição.
Em setembro deste ano, enquanto a Caixa crescia quase 15% no setor, a concorrência tinha alta de 1,7%. Um ano antes, o placar estava em 16,4% a 13,3% para os rivais. Ou seja: enquanto os demais bancos reduziram o apetite, a Caixa o manteve.
"A demanda do crédito imobiliário ficou concentrada na Caixa, e isso nos levou a tomar algumas decisões", afirmou ele, mencionando o uso dos recursos do Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para compensar a saída de recursos da poupança, que é a maior fonte de financiamento imobiliário no País. "Se continuarmos ganhando por WO, a tendência é crescer a carteira a dois dígitos."
Retomada da concessão de crédito após o pico da inadimplência
Entre os bancos privados, as sinalizações foram de que, com o pico da inadimplência em pessoas físicas para trás, é possível retomar as concessões em linhas de crédito mais arriscadas.
No Bradesco, a expectativa é de aumentar gradativamente a originação no quarto trimestre, chegando a 2024 com as torneiras mais abertas que neste ano.
"Estaremos operando em um patamar normalizado de originação no final do quarto trimestre deste ano", disse o presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, em coletiva na última sexta, 10.
O presidente do Santander, Mario Leão, disse que o banco também espera um 2024 mais positivo que este ano, em que os sinais mais claros de melhoria de resultados apareceram no segundo semestre. "Não vamos buscar em 2024 um crescimento mais tímido que em 2023", afirmou ele.
Este crescimento, frisou, deve continuar concentrado em linhas de crédito mais garantidas, e o Santander quer equilibrar melhor as fontes de receita entre os empréstimos e a prestação de serviços. Hoje, a balança pende mais para o crédito, o que exige mais capital e gera mais risco.
No Itaú, o discurso também foi otimista, mas focado em outros fatores. O presidente do banco, Milton Maluhy, enfatizou que o objetivo é fazer com que o banco torne mais fiéis clientes que têm apenas um produto, como um cartão de crédito.
O foco continuará na média e na alta renda. "Tem uma base de milhões de clientes no banco que poderiam ter completude de oferta, inclusive nos segmentos 'core' [de clientes de média e alta renda]", afirmou Maluhy, em coletiva de imprensa na semana passada.
Um discurso comum dos três bancos privados foi o de que o segmento de baixa renda terá de ser repensado, com uma estrutura de custos sensivelmente menor.
Na divulgação de resultados da Caixa, o tema apareceu, mas de outro modo. O novo presidente do banco público, Carlos Vieira, disse que a instituição não só seguirá focada nessa faixa da população como a levará ao mercado de capitais. "A Caixa foi o primeiro banco a trazer a baixa renda para a bancarização, e será o primeiro banco a trazer a baixa renda para o mercado de capitais", disse ele.
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Itaú (ITUB4), de novo: ação é a mais recomendada para abril — e leva a Itaúsa (ITSA4) junto; veja outras queridinhas dos analistas
Ação do Itaú levou quatro recomendações entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro; veja o ranking completo
Rodolfo Amstalden: Nos tempos modernos, existe ERP (prêmio de risco) de qualidade no Brasil?
As ações domésticas pagam um prêmio suficiente para remunerar o risco adicional em relação à renda fixa?
As tarifas de Trump: entenda os principais pontos do anúncio de hoje nos EUA e os impactos para o Brasil
O presidente norte-americano finalmente apresentou o plano tarifário e o Seu Dinheiro reuniu tudo o que você precisa saber sobre esse anúncio tão aguardado pelo mercado e pelos governos; confira
Três museus brasileiros estão entre os 100 mais visitados em 2024, mas nenhum deles é o MASP
Pesquisa feita pelo jornal especializado The Art Newspaper mostra que 2024 parece ter sido a volta aos níveis “normais” de visitações para muitos museus
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Cogna (COGN3) mostra ao investidor que terminou o dever de casa, retoma dividendos e passa a operar sem guidance
Em meio à pandemia, em 2020, empresa anunciou guidances audaciosos para 2024 – que o mercado não comprou muito bem. Agora, chegam os resultados
Trump-palooza: Alta tensão com tarifaço dos EUA força cautela nas bolsas internacionais e afeta Ibovespa
Donald Trump vai detalhar no fim da tarde de hoje o que chama de tarifas “recíprocas” contra países que “maltratam” os EUA
O Brasil pode ser atingido pelas tarifas de Trump? Veja os riscos que o País corre após o Dia da Libertação dos EUA
O presidente norte-americano deve anunciar nesta quarta-feira (2) as taxas contra parceiros comerciais; entenda os riscos que o Brasil corre com o tarifaço do republicano
O Super Bowl das tarifas de Trump: o que pode acontecer a partir de agora e quem está na mira do anúncio de hoje — não é só a China
A expectativa é de que a Casa Branca divulgue oficialmente os detalhes da taxação às 17h (de Brasília). O Seu Dinheiro ouviu especialistas para saber o que está em jogo.
Lucro do Banco Master, alvo de compra do BRB, dobra e passa de R$ 1 bilhão em 2024
O banco de Daniel Vorcaro divulgou os resultados após o término do prazo oficial para a apresentação de balanços e em meio a um negócio polêmico com o BRB
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado
SP–Arte 2025: ingressos, programação e os destaques da maior feira de arte da América Latina
Pavilhão da Bienal será ocupado com mostras de artistas brasileiros e estrangeiros contemporâneos e históricos dos séculos 20 e 21
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Últimos dias para se inscrever na Tenaris, Shopee, Ingredion, Dürr e Aon; confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
Agenda econômica: Payroll, balança comercial e PMIs globais marcam a semana de despedida da temporada de balanços
Com o fim de março, a temporada de balanços se despede, e o início de abril chama atenção do mercado brasileiro para o relatório de emprego dos EUA, além do IGP-DI, do IPC-Fipe e de diversos outros indicadores
Impasse no setor bancário: Banco Central deve barrar compra do Banco Master pelo BRB
Negócio avaliado em R$ 2 bilhões é visto como ‘salvação’ do Banco Master. Ativos problemáticos, no entanto, são entraves para a venda.
Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso
Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano.