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Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.
MAL DE SAÚDE

Depois de JP Morgan e Bradesco rebaixarem ações da Hapvida (HAPV3), BofA também corta recomendação e preço-alvo; papéis caem 11% na bolsa

O banco americano também cortou a recomendação de “compra” para “neutro”. O preço-alvo também foi reduzido de R$ 10 para R$ 6

Renan Sousa
Renan Sousa
9 de janeiro de 2023
14:21 - atualizado às 14:46
foto de prédio da Hapvida (HAPV3)
Prédio da Hapvida - Imagem: Divulgação

Na última sexta-feira (06), os investidores da Hapvida foram pegos por dois relatórios diferentes que fizeram as cotações dos papéis HAPV3 terem um desempenho negativo no pregão. Tanto o Bradesco quanto o JP Morgan rebaixaram as ações da companhia de saúde de “compra” para “neutro”. O novo golpe na empresa veio nesta segunda-feira (09) do Bank of America (BofA). 

Agora, o banco americano também cortou a recomendação de “compra” para “neutro”. O preço-alvo também foi reduzido de R$ 10 para R$ 6.

No pregão desta segunda-feira (09), as ações caíram 11,02%, negociadas a R$ 4,20. 

Em relação às cotações atuais, a alta potencial ainda é de 31%. Entretanto, a expectativa com o futuro da empresa é altamente cautelosa. 

Hapvida (HAPV3) e a dança das cadeiras após fusão

O BofA entende que a fusão da Hapvida com a NotreDame afetou significativamente o resultado da empresa. A deterioração do balanço desde então preocupa os analistas.

Mais do que isso, a necessidade de uma reestruturação com um verdadeiro xadrez no alto escalão de comando também é um fator de preocupação. Irlau Machado, executivo que esteve à frente do Grupo NotreDame Intermédica por oito anos, renunciou ao cargo de Co-CEO em novembro passado.

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Veja como ficou a dança das cadeiras para 2023:

Fonte: BofA Global Research

Como principais desafios, o BofA destaca a necessidade de expansão nacional, adaptação à novas estratégias de negócios — ainda que o relatório destaque o sucesso da atual — e melhor gestão de recursos humanos dentro da própria empresa, focando na atuação em regiões diversificadas do país.

A tal da “taxa de perda médica”

O relatório ainda destaca que o MLR (sigla em inglês para Medical Loss Ratio, uma unidade de medida para avaliar as despesas médicas dos clientes) deve pressionar o resultado das empresas de saúde em 2023. 

Isso porque os custos do setor não acompanharam os valores dos planos com a mesma velocidade entre 2020 e 2021. Esse período foi marcado pela pressão nos sistemas de saúde em virtude da pandemia de covid-19. 

E a visão do banco americano é de que as empresas de saúde de modo geral devem manter a base de segurados e não provocar reajustes muito bruscos, como aconteceu em 2022. 

“Vemos desafios importantes para a Hapvida no curto e médio prazo, como a integração da empresa ao grupo NotreDame, grande rotatividade gerencial, capacidade de repasse de preços e retorno das margens históricas”, destaca o relatório.

Preço/lucro da Hapvida deve cair

Entre os indicadores da companhia de saúde, dá-se destaque para o lucro por ação (EPS).

Em 2021 e 2022, o EPS caiu 55,6% e 41,7% respectivamente. Já para 2023 e 2024, é esperado uma alta de 128,6% e 87,5% para cada ano. 

Ao mesmo tempo, o P/E — índice preço/lucro, usado para avaliar se uma ação está cara ou barata — deve cair de 67,4 vezes em 2022 para 29,5 vezes em 2023 e 15,7 vezes até o final de 2024.

Por fim, as receitas da Hapvida devem crescer 129,6% em 2023, após sentirem um recuo de 56,7% em 2021 e 40,8% em 2022. As vendas devem subir com menos intensidade, apenas 18%, no ano que se inicia.

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