Depois de despencar 50% no ano, Meliuz (CASH3) já vale menos que a posição de caixa — e o BTG vê oportunidade; ação dispara hoje na B3
Nos cálculos do BTG, o caixa atual da empresa de cashback deve superar em 25% o valor de mercado da companhia, de atualmente R$ 518,77 milhões

O Méliuz (CASH3), empresa de cashback que abriu o capital na B3 em 2020, parece ter encontrado uma escada para tentar sair do fundo do poço — ao menos, no pregão desta terça-feira (26).
Depois de atingirem as mínimas do ano nesta semana, as ações CASH3 operam em alta de 5,83% nesta terça-feira, negociadas a R$ 6,35.
A empresa tenta recuperação hoje após perder quase metade de seu valor de mercado, com desvalorização de 48% no acumulado de 2023. Para fins de comparação, o Ibovespa avança 5% no ano.
A saída do índice Ibovespa e as preocupações com a saúde financeira de alguns importantes clientes de comércio eletrônico pesam sobre as ações do Méliuz.
Mas o cenário não mudou desde então. Então o que motivou a disparada dos papéis hoje?
A melhora do sentimento foi impulsionada por um relatório do BTG Pactual, que revelou uma visão mais otimista para o futuro da empresa.
Leia Também
“Vemos a liquidação [das ações CASH neste ano] como exagerada”, escreveram os analistas, em relatório.
O excesso de caixa do Méliuz (CASH3)
O desempenho positivo das ações do Méliuz (CASH3) nesta terça-feira está muito relacionado aos números operacionais da companhia, segundo o banco.
Nos cálculos do BTG, a empresa está com dinheiro sobrando na conta.
O documento do banco revela que o caixa da empresa de cashback deve superar em 25% o valor de mercado da companhia, atualmente na casa dos R$ 520 milhões.
Isso porque o Méliuz fechou a venda da plataforma de tecnologia financeira Bankly para o Banco BV por R$ 210 milhões em junho de 2023.
Nas contas do banco de investimentos, assim que a operação for aprovada, o Méliuz terá uma posição de caixa de aproximadamente R$ 600 milhões.
Para o BTG, essa posição de caixa seria “desproporcionalmente alta” para uma empresa que em breve estancaria sua queima de caixa, como é o caso do Méliuz.
Méliuz vai “imitar” o GetNinjas?
Agora, a administração da empresa discute o que fazer com o excesso de caixa.
O Méliuz já declarou os planos de distribuir os R$ 210 milhões levantados com a venda do Bankly aos acionistas.
A distribuição resultaria em um rendimento de dividendos (yield) de aproximadamente 45%.
Vale destacar que a empresa ainda não decidiu como fará essa distribuição. Isto é, por meio de redução de capital, recompra de ações ou dividendos. E tudo isso depende da aprovação dos acionistas.
No entanto, ainda não está claro o que a companhia planeja fazer com os cerca de R$ 400 milhões restantes no caixa.
“Com ou sem pagamentos de dividendos mais elevados, o valuation ainda parece assimétricamente atrativo, dependendo do nível de crescimento do GMV nos próximos anos”, afirmam os analistas, em relatório.
Recentemente, o GetNinjas decidiu devolver milhões aos acionistas justamente por não ter o que fazer com o dinheiro captado na oferta de ações, em 2021.
Vale lembrar que o GetNinjas e o Méliuz estrearam na bolsa brasileira na mesma época, na última abertura da janela de IPOs na B3.
“Ainda que em uma escala diferente, talvez algo semelhante possa acontecer com Méliuz”, ressalta o BTG.
- VEJA TAMBÉM: JCP (Juros Sobre Capital Próprio) pode acabar em breve; entenda por que e veja onde investir para poder continuar recebendo proventos de empresas da Bolsa.
O que esperar das ações CASH3
Na visão do BTG Pactual, o valuation da empresa ainda parece atraente com base no negócio independente da Méliuz e na alta posição de caixa.
O banco manteve a recomendação de compra para as ações CASH3 e fixou um preço-alvo de R$ 10 para os próximos 12 meses, implicando em um potencial de alta de 66,6% em relação à cotação no último fechamento.
“As ações podem não ter gatilhos de curto prazo, mas a avaliação atual proporciona uma vantagem decente, desde que o negócio não entre em colapso”, destacam os analistas.
Para os economistas, a elevada posição de caixa do Méliuz ainda oferece uma “almofada” se as coisas correrem mal.
Relembre o que aconteceu com o Méliuz (CASH3)
Se você for acionista do Méliuz (CASH3), talvez analisar o gráfico do desempenho histórico das ações da empresa de cashback seja semelhante a assistir um filme de terror.
Mas o que aconteceu com a companhia desde o IPO? Recapitulemos, então, para cerca de três anos atrás.
Logo antes de abrir capital na bolsa brasileira, o Méliuz dependia de sua geração de caixa para sustentar o crescimento futuro.
Acontece que a companhia não possuía grandes valores em mãos, o que levava a uma grande cautela para evitar a queima de caixa.
A empresa estreou na B3 em novembro de 2020, na última janela de IPOs da bolsa. Na época, o cenário de juros baixos, mercado altista e dinheiro barato parecia a combinação ideal para a chegada de novatas na bolsa.
Após o IPO, o Méliuz elevou gastos com marketing pago, triplicou o número de funcionários e aumentou as iniciativas em cashback.
Não bastassem os gastos operacionais, a companhia ainda aumentou significativamente o consumo de caixa com aquisições, incluindo o Bankly, a Picodi e outros negócios menores.
E então, o mercado se deteriorou. Com taxas de juros crescentes, não demorou para o apetite dos investidores por histórias de crescimento de baixa rentabilidade, como Méliuz, despencar.
Em um ambiente adverso, o Méliuz foi obrigado a recalcular rota e focar novamente na geração de lucros.
Por isso, a empresa cortou o cashback e despesas com marketing, além de demitir mais de 20% do quadro de funcionários e vender alguns de seus ativos.
Nesse sentido, a empresa anunciou a venda do Bankly e iniciou uma parceria com o BV focada em serviços financeiros.
Vale (VALE3) garante R$ 1 bilhão em acordo de joint venture na Aliança Energia e aumenta expectativa de dividendos polpudos
Com a transação, a mineradora receberá cerca de US$ 1 bilhão e terá 30% da nova empresa, enquanto a GIP ficará com 70%
Trump preocupa mais do que fiscal no Brasil: Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus, escolhe suas ações vitoriosas em meio aos riscos
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, fala sobre a alta surpreendente do Ibovespa no primeiro trimestre e quais são os riscos que podem frear a bolsa brasileira
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY