CEO da Allos conta por que a maior administradora brasileira de shoppings decidiu “encolher” após negócio bilionário; ALSO3 dá adeus à bolsa hoje
Apenas neste mês, a companhia se desfez de participações em quatro shoppings e vai embolsar um total de R$ 742 milhões
A maior administradora de shoppings brasileira está de cara nova na bolsa. Esta terça-feira (24) marca o último dia de negociação das ações ALSO3 na bolsa brasileira. O antigo ticker da também antiga Aliansce Sonae dará lugar a ALOS3 — código que combina com o novo nome da companhia, Allos.
A mudança da marca e do ticker na B3 acontece após a aquisição da brMalls. O negócio na casa de R$ 6,6 bilhões formou um grupo composto por 62 shoppings localizados em 40 municípios nas cinco regiões do Brasil.
Mas depois de crescer, a Allos decidiu passar por uma espécie de “regime”. Apenas neste mês, a companhia se desfez de participações em quatro shoppings e vai embolsar um total de R$ 742 milhões.
Para entender a estratégia da empresa, eu conversei com Rafael Sales, CEO da Allos. Na companhia desde 2014, o executivo participou do processo de expansão via aquisições e agora também está à frente no portfólio de ativos.
“Nós queremos ser a empresa que tem os principais destinos de compras, de entretenimento e lazer em todos os países, cidades e mercados em que atuamos”, afirmou ele em entrevista ao Seu Dinheiro.
A estratégia de reciclagem de portfólio na Allos
Mas, afinal, se o objetivo é ser o maior nome do setor, por que a Allos desfez-se de participações em quatro ativos após a incorporação da brMalls?
Leia Também
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Vale relembrar que a empresa vendeu 43% do Boulevard Shopping Bauru e toda sua participação no shopping Jardim Sul, de 60%, para o fundo imobiliário Hedge Brasil Shopping (HGBS11) por R$ 444,4 milhões no início de outubro.
Menos de uma semana depois, a companhia anunciou que se desfez também de 75% do Boulevard Shopping Campos e 36,7% do Santana Parque Shopping para um comprador não identificado por R$ 297,9 milhões.
“Nossa estratégia de desinvestimentos é focada em shoppings que estão em regiões já muito maduras ou cuja propriedade em si, seja pelo tamanho do empreendimento ou pela relevância daquele mercado, não permita que o ativo seja um grande atrator de fluxo”, afirmou Salles.
Para onde vai o dinheiro levantado com vendas?
Além de otimizar o portfólio, o CEO da Allos conta que as vendas também fazem parte da postura da empresa quanto à alocação de capital. “Acabamos de fazer um grande investimento na fusão com a brMalls e o balanço da empresa se alavancou.”
A empresa encerrou o segundo trimestre deste ano com uma dívida líquida de R$ 4,5 bilhões. A relação entre o indicador e o Ebitda (medida usada pelo mercado da capacidade de geração de caixa de uma empresa) foi de 2,4x.
No último balanço antes da fusão, no quarto trimestre do ano passado, esse número era 0,6x, o menor do setor. O executivo destaca, porém, que o aumento da alavancagem não afetou o custo da dívida da empresa, que está em CDI + 0,8%, contra CDI + 2,8% na brMalls pré-fusão.
“Já fizemos uma redução importante de 200 pontos-base, o que é mais do que tínhamos nos proposto a reduzir até o final do ano. Com a venda desses shoppings, poderemos eventualmente pagar dívidas um pouco mais caras e diminuir ainda mais o custo de endividamento.”
Allos: investindo no próprio taco
Outro potencial destino dos milhões levantados com desinvestimentos são as iniciativas de retorno aos acionistas.
Logo após a primeira venda, a companhia anunciou um programa de recompra para adquirir até 5% do capital em circulação no mercado. Os 26,6 milhões de papéis serão recomprados até 10 de outubro do próximo ano.
E tudo isso é possível graças ao patamar em que são negociados os shoppings da carteira: “Nós estamos vendendo esses ativos em um valuation muito maior do que o preço que nossas ações negociam hoje em bolsa”, afirma o CEO.
As transações ocorreram a cap rates de 7,6% a 9%, enquanto a empresa negocia a cerca de 14% na B3. O indicador, que em português corresponde à taxa de capitalização, mede o retorno de um investimento imobiliário por meio da relação entre a receita gerada pelo ativo e o preço de venda — quanto maior a cifra obtida pelo vendedor, menor o cap rate.
“Com isso, mostramos que mesmo os shoppings que não são tão relevantes quanto os principais no nosso portfólio estão valendo muito mais no mercado privado do que mostra o mercado de ações.”
Na visão do executivo, essa é uma oportunidade de arbitrar o valor real e percebido dos ativos ao mesmo tempo em que a empresa recompra as ações a um valuation relativo muito menor e, portanto, com desconto.
Ações da Allos sobem 38% no ano
É verdade que a companhia está descontada se considerado o período pré-pandemia — as ações ALSO3 negociavam no patamar de R$ 50 em janeiro de 2020 —, mas registra uma boa performance neste ano.
Os papéis sobem 38% desde janeiro, alta superior à das poucas concorrentes diretas na bolsa brasileira — onde restaram as ações Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11) — e à do Ibovespa. Veja abaixo:
Para o CEO, o desempenho é um reconhecimento do trabalho da empresa no processo de incorporação da brMalls.
Existia uma dúvida sobre se a fusão seria bem conduzida, e a integração, bem implementada. Ao longo deste primeiro semestre, apresentamos resultados que mostraram que não só conseguimos entregar números alinhados à promessa que fizemos aos acionistas quando propusemos a compra, mas que também provam que essa nova companhia consegue ser o principal parceiro dos grandes operadores de lojas do Brasil e atrair muito mais produtos, projetos e inovação para os nossos shoppings.
Rafael Sales, CEO da Allos
Oncoclínicas (ONCO3): Goldman Sachs faz cisão da participação na rede de oncologia e aumenta especulações sobre venda
Após quase uma década desde que começou a investir na empresa, o mercado passou a especular sobre o que o Goldman pretende fazer com a participação na companhia
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
Allos (ALOS3) fecha acordo para venda de fatia dos shoppings Carioca, Tijuca e Plaza Sul e vai embolsar R$ 393 milhões
Segundo a companhia, a transação dá sequência ao plano de desinvestimentos divulgado em 13 de maio deste ano
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Itaú no topo, Santander e Bradesco remando e Banco do Brasil na berlinda: o que esperar dos lucros dos bancões no 3T24
De modo geral, cenário é favorável para os resultados dos bancos, com a economia aquecida impulsionando o crédito; veja as projeções dos analistas
Sob pressão, Cosan (CSAN3) promove mudanças no alto escalão e anuncia novos CEOs em busca da virada — mas ações continuam em queda na B3
Apesar da desvalorização dos papéis do grupo na bolsa em 2024, é quase consenso entre analistas e gestores que as perspectivas para a companhia são positivas
Acionistas da Multiplan (MULT3) aprovam compra de fatia de fundo canadense e a participação de todos os investidores na empresa deve crescer; entenda
A companhia vai recomprar parte das ações detidas por um fundo canadense que é acionista da empresa há 18 anos, mas decidiu vender toda sua participação em 2024
“A Petrobras (PETR4) continua uma pechincha”: gestor da Inter Asset revela 5 ações para investir na bolsa até o fim de 2024
Para Rafael Cota, as ações PETR4 continuam “muito baratas” — mesmo que a companhia seja hoje avaliada em mais de R$ 500 bilhões
Afinal, o que o Drex vai mudar na minha vida? Veja duas aplicações do ‘real digital’ que vão te ajudar a poupar dinheiro
Ainda, saiba se a “criptomoeda do banco central” sairá no tempo esperado, e se a saída de Campos Neto do BC influenciará no cronograma
Mercado Livre (MELI34) tem “bilhões de dólares para conquistar” com receita de mídia nos próximos cinco anos, diz diretor
Na avaliação de Mario Meirelles, diretor sênior do Mercado Ads Brasil, a parceria com players externos, como o Disney+, será essencial para o crescimento da divisão de publicidade
Na nova ‘corrida do ouro’ do varejo, Mercado Livre larga na frente no ‘retail media’, mas as concorrentes brasileiras prometem reagir
O mercado de publicidade é visto como uma nova fonte de receita para o varejo — mas as brasileiras encontram-se ainda muitos passos atrás na busca por território no mercado local
Após aquisição do Rio Sul, Iguatemi (IGTI11) mira as “joias de coroa” em negociações para compra dos shoppings Pátio Paulista e Higienópolis
Companhia confirmou acordo de exclusividade com a Brookfield; valor estimado da transação pode chegar a R$ 3 bilhões
Com alta da Selic, BTLG11 é destronado e um fundo imobiliário de papel é o novo favorito do mês; confira o FII mais recomendado para outubro
A classe dos FIIs de papel é a que mais tem a ganhar com o aperto na taxa, já que o rendimento de parte dos títulos está diretamente relacionado aos juros
Multiplan (MULT3) fecha acordo milionário com o XPML11 para venda de fatia em shopping no interior de São Paulo
A companhia, atualmente dona de 100% do JundiaíShopping, negociou a alienação de 25% do ativo por pouco mais de R$ 251 milhões
Vale (VALE3) destrona Itaú e se torna a ação mais recomendada para investir em outubro. A China não é mais pedra no caminho da mineradora?
Com resultados robustos e o otimismo em relação à China, a Vale se tornou a ação queridinha para este mês; veja o ranking com indicações de 12 corretoras
Vamos (VAMO3): os três motivos por trás da queda de 11% desde o anúncio da reestruturação; ação recua na B3 hoje
A Vamos deverá se fundir com a rede de concessionárias Automob, que também é controlada pela Simpar — e o plano de combinação das operações gerou ruídos entre investidores
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Exclusivo: Mercado Livre ainda está no meio da curva de crescimento — e desta vez não vai abrir mão da rentabilidade, diz cofundador
Ao Seu Dinheiro, Stelleo Tolda revelou que quer manter o ritmo de crescimento na América Latina — e Mercado Pago e iniciativas em inteligência artificial são pontos centrais da estratégia
Kinea revela 8 ações “de excelência” ainda atraentes para investir na bolsa e escapar do “marasmo” do Ibovespa
Ao Seu Dinheiro, Ruy Alves, gestor da Kinea, avalia que oito papéis devem se sair bem nos próximos meses mesmo com o desempenho mediano da bolsa brasileira
O que pensam os “tubarões” do mercado que estão pessimistas com a bolsa — e o que pode abrir uma nova janela de alta para o Ibovespa
Após o rali em agosto, grandes gestoras do mercado aproveitaram para mexer nas posições de seus portfólios — e o sentimento negativo com a bolsa brasileira domina novas apostas dos economistas