Dias melhores virão para a Americanas (AMER3)? Não tão rápido. Confira os próximos passos da recuperação judicial
Em meio ao imbróglio judicial, a Americanas poderá passar um ano sem ser cobrada por seus credores. Entenda o que acontece agora

Depois de passar por potencialmente a pior semana de seus 94 anos de vida, a Americanas (AMER3) tenta ecoar no pedido de recuperação judicial um clássico de Rita Lee:
"Eu juro que dias melhores virão."
Mas, no que depender do processo protocolado e aceito pela Justiça na quinta-feira (19), a empresa ainda passará por muitos momentos de aflição.
Agora que a recuperação judicial já está correndo, pairam algumas dúvidas sobre a condição da Americanas.
A empresa faliu? Vai demitir funcionários? Fechar lojas? Nesta matéria, vamos explicar os próximos passos de um processo que costuma se estender por muito tempo além do esperado.
Leia também:
- No coração da Faria Lima, um dia perfeitamente (a)normal na Americanas Express
- CVM se une à Polícia Federal e MPF para investigar rombo contábil na Americanas (AMER3); autarquia já abriu sete processos sobre a varejista
- Americanas (AMER3) é excluída do Ibovespa e outros índices da B3 após protocolar recuperação judicial
"Segunda-feira vou mudar meu destino"
Bom, em primeiro lugar, vale destacar que, por ter entrado em recuperação judicial, a Americanas será excluída de todos os índices de mercado - inclusive do Ibovespa. Mas a ação continua sendo negociada normalmente na bolsa.
Leia Também
A varejista também ficará blindada de cobranças de seus credores por 180 dias. Esse prazo, vale ressaltar, pode ser prorrogado por mais 180 dias em caráter excepcional - e apenas uma vez, segundo a Lei 14.112/2020.
Assim, a Americanas agora tem 60 dias para apresentar um plano de reestruturação que precisa abarcar todas as medidas principais a serem tomadas para recuperar a companhia.
Uma das mais importantes passa por saber de onde virá a injeção de capital, já que a quebra de confiança gerada pelo caso limita a oferta de crédito.
E, pelo rumo que a disputa tomou nos poucos dias que separam a descoberta do rombo contábil do pedido de recuperação judicial, não parece que os bancos estarão dispostos a dar essa colher de chá à Americanas.
"Será que eu nasci pra sofrer?"
Dessa forma, é tanto possível quanto provável que essa injeção venha dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Também existe a possibilidade de levantar dinheiro se desfazendo de ativos que estejam debaixo do chapéu do grupo e foram comprados recentemente, como o Grupo Uni.co. e o Hortifruti Natural da Terra, ambos adquiridos em 2021.
Mas a parte mais dura deve ser, na verdade, reduzir os passivos. Isto porque esse passo envolverá negociações importantes com os credores, como estender o prazo de vencimento das dívidas e até mesmo cortar o tamanho delas, além de rever as taxas praticadas.
Mais do que isso, a redução dos passivos também pode passar por um corte de custos da operação da rede varejista. E sim, isso incluiria demissão de funcionários e fechamento de lojas.
Vale destacar que hoje o grupo conta com 3.600 estabelecimentos comerciais espalhados pelo País e estima ser responsável pela geração de mais de 100 mil empregos diretos e indiretos.
"Papel de boba só se for em Hollywood"
Depois de apresentado o plano, existe um prazo de 30 dias para que os credores se manifestem contra. Caso o plano seja rejeitado, pode ser concedido um prazo para que os credores apresentem um plano próprio.
Mas, caso isso não aconteça, a Americanas terá até 150 dias para convocar uma assembleia de credores para aprovar o plano. Uma vez aprovado, ele tem de ser colocado em prática.
Se tudo correr dentro da normalidade, o processo inteiro deve levar de dois a três anos. Mas vale destacar que o sentimento de incredulidade expressado pelos credores da Americanas nesses últimos dias indica que as coisas não devem correr sem alguns embates.
E, se formos olhar para um exemplo recente de recuperação judicial truncada, a da Oi (OIBR3) demorou seis anos para ser concluída.
Trump preocupa mais do que fiscal no Brasil: Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus, escolhe suas ações vitoriosas em meio aos riscos
No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, o sócio-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, fala sobre a alta surpreendente do Ibovespa no primeiro trimestre e quais são os riscos que podem frear a bolsa brasileira
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump
O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”
O e-commerce das brasileiras começou a fraquejar? Mercado Livre ofusca rivais no 4T24, enquanto Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia apanham no digital
O setor de varejo doméstico divulgou resultados mistos no trimestre, com players brasileiros deixando a desejar quando o assunto são as vendas online
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre