Obrigado, Lula? Vendas de carro zero chegam a 115 mil unidades após programa de incentivo do governo
Ainda que tenha ficado conhecido como “programa do carro popular”, após o incentivo, a procura por automóveis mais caros também cresceu
Após o programa de incentivo do governo ao "carro novo", as vendas de veículo zero atingiram a marca dos 115 mil automóveis em menos de um mês, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
A declaração foi feita nesta quinta-feira (6) durante reunião que marca a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
"O programa automotivo foi um sucesso em poucas semanas, foram R$ 500 milhões de crédito tributário para pessoa física", disse Alckmin.
Vale destacar que, ainda que tenha ficado conhecido como "programa do carro popular", após o incentivo governamental, a procura por automóveis mais caros também cresceu.
"Foi interessante porque mesmo os carros acima de R$ 120 mil aumentaram muito a venda, porque despertou o interesse das pessoas para procurarem as revendas."
No discurso, Geraldo Alckmin ainda fez um balanço das medidas já tomadas pelo governo federal e avaliou o cenário brasileiro com uma "precoce" desindustrialização do país.
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O programa do "carro novo"
O programa lançado pelo governo no início do mês para baratear a compra de automóveis tinha como objetivo atenuar a crise em um setor que responde por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa.
“O programa apoia a indústria automobilística ao mesmo tempo que facilita o acesso ao carro novo e alimenta o comércio de carros usados”, afirma o vice-presidente do país e titular do MDIC, Geraldo Alckmin.
Nos carros, os descontos patrocinados pelo governo vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil e são válidos para veículos novos com preços de mercado até R$ 120 mil. As montadoras podem aplicar descontos adicionais por conta própria, como vem ocorrendo.
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Além do carro popular
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio de Serviços (MDIC), que coordena a iniciativa, também destinou recursos para caminhões e ônibus. Nesse caso, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
A iniciativa foi ampliada após a grande adesão dos consumidores, elevando em R$ 300 milhões o orçamento para subsidiar descontos nos veículos, para R$ 800 milhões.
Inicialmente, os planos do ministério previam o encerramento do crédito quando os recursos disponíveis se esgotassem. Mas a ampliação da verba original, de R$ 1,5 bilhão, ocorre na esteira da alta procura pela frota, especialmente pelas pessoas físicas.
Vale destacar que a atualização passou a incluir pessoas jurídicas, como as locadoras de veículos, entre os contemplados.
Com isso, o incentivo do governo provavelmente deve ser usado em grande parte para vendas diretas, que atendem majoritariamente as locadoras, segundo análise do Valor Econômico.
Desse modo, os descontos da etapa adicional não ficarão disponíveis para o consumidor, que poderá se beneficiar da 'ajudinha' apenas se as montadoras mantiverem os descontos no varejo por conta própria.