Lula quer fazer “contabilidade criativa” com pagamento de precatórios? Para o secretário do Tesouro, mudança não afeta metas fiscais para 2024
Na visão de Rogério Ceron, a proposta do governo federal não deve contaminar a discussão sobre o cumprimento das metas fiscais do novo arcabouço
Há quem diga que o governo Lula está propondo um modelo de "contabilidade criativa" com o pedido de mudança nos pagamentos de precatórios, como são chamadas as dívidas do Estado que foram reconhecidas pela Justiça.
Porém, para o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o termo representa falta de conhecimento sobre o assunto. "Quando você não tem a densidade, a profundidade para discutir o assunto, você usa esse termo", afirmou, em entrevista à GloboNews.
Na visão de Ceron, a proposta do governo federal para mudar o regime de pagamento de precatórios não deve contaminar a discussão sobre o cumprimento das metas fiscais do novo arcabouço.
"Essa discussão não contamina em absolutamente nada a questão sobre as metas fiscais para 2024. Eu até topo fazer essa discussão após o envio da proposta orçamentária, para não misturar.”
"Está muito claro na petição que ele não vai gerar qualquer tipo de espaço fiscal."
De acordo com Ceron, o governo pediu uma abertura de crédito extraordinário de R$ 95 bilhões, no "valor exato" necessário para pagar o estoque de precatórios.
Leia Também
"Justamente para não ter esse risco de alguém falar que isso é algum tipo de tentativa de abertura de espaço fiscal", ressalta o secretário.
- Leia também: EXCLUSIVO: Secretário do Tesouro quer levar green bonds ao Tesouro Direto e mostra confiança na meta de déficit zero
A proposta da União
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recorreu nesta semana ao Supremo Tribunal Federal para solicitar uma revisão na forma de pagar os precatórios.
Caso consiga uma decisão favorável do STF, a estratégia do Ministério da Fazenda é apresentar um pedido de abertura de crédito extraordinário ao Congresso para pagar todo o valor atrasado, avaliado em R$ 95 bilhões.
O montante considera os R$ 65 bilhões de precatórios acumulados e não pagos, além da previsão para os pagamentos de 2024.
Segundo o Broadcast, a Fazenda afirma que a quitação do estoque não era esperada e, como se trata de uma despesa extraordinária, deve ser liberada do limite do novo arcabouço fiscal.
Dessa forma, o governo poderia arcar com o pagamento sem infringir as regras fiscais.
A União ainda pede que haja uma mudança na forma de classificar a dívida. O valor do principal da dívida — o montante inicial tomado como empréstimo — será tratado como uma despesa primária e entrará na lista de gastos submetidos ao teto do arcabouço a partir de 2025.
Já o que for ligado ao pagamento de juros será tratado como despesa financeira, conforme as regras do Fundo Monetário Internacional (FMI).
- VEJA TAMBÉM: Há ‘salvação’ para a Casas Bahia (BHIA3)? Analistas indicam outra ação do varejo que pode se beneficiar da derrocada de VIIA3. Confira:
Como funciona a proposta do governo Lula sobre os precatórios
Durante um evento organizado pela Warren Rena nesta quarta-feira, 27, Rogério Ceron explicou como funciona a conta proposta pelo governo.
A proposta da União tenta evitar que a abertura de crédito extraordinário para pagamento de precatórios crie espaço fiscal extra para mais gastos em 2024.
Basicamente, a abertura de crédito extraordinário usada para quitar o principal da dívida será a diferença entre o estoque de “principal” para quitar e a dotação — a verba prevista como despesa e destinada a fins específicos — de R$ 66,5 bilhões já prevista no orçamento de 2024.
Confira o exemplo usado por Ceron:
Se, do estoque total de R$ 112 bilhões de precatórios, R$ 80 bilhões forem de principal, a dotação de R$ 66 bilhões no orçamento de 2024 será abatida desse total. Nesse caso, seria necessário um crédito extraordinário de R$ 14 bilhões para quitar o restante.
"Eu tenho uma necessidade de apenas R$ 14 bilhões de primário como crédito extraordinário e o restante como despesa financeira", exemplificou o secretário.
“O crédito extraordinário vai ser dividido em duas naturezas distintas: o crédito extraordinário para despesa financeira e o crédito extraordinário para despesa primária."
Com essa conta de dedução, Ceron afirma que o resultado será neutro.
*Com informações de Estadão Conteúdo.
Agenda econômica: IPCA-15 e dados do Caged são destaques no Brasil; no exterior, PIB e PCE dos EUA dominam semana com feriado
Feriado do Dia de Ações de Graças nos EUA deve afetar liquidez dos mercados, mas agenda econômica conta com dados de peso no exterior e no Brasil
Com lucro em alta, dividendos mais do que triplicam no 3T24. Confira quem foram as vencedoras e perdedoras da safra de resultados na B3
Os proventos consolidados de empresas da bolsa brasileira chegaram a R$ 148,5 bilhões em setembro, um salto de 228% comparado ao 3T23, de acordo a Elos Ayta Consultoria
Ação da CBA ganha fôlego na bolsa e sobe quase 6% após venda de participação da Alunorte; chegou a hora de incluir CBAV3 na carteira?
A siderúrgica se desfez da participação acionária na companhia, de 3,03%, por R$ 236,8 milhões para a Glencore
Ações da Petrobras (PETR4) saltam até 6% na bolsa e lideram altas do Ibovespa; analistas enxergam espaço para dividendos ainda maiores em novo plano estratégico
O detalhamento do plano estratégico 2025-2029 e um anúncio complementar de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários impulsionam os papéis da petroleira hoje
Por que a JBS (JBSS3) anunciou um plano de investimento de US$ 2,5 bilhões em acordo com a Nigéria — e o que esperar das ações
O objetivo é desenvolver um plano de investimento de pouco mais de R$ 14,5 bilhões em cinco anos para a construção de seis fábricas no país africano
Vitória da Eletronuclear: Angra 1 recebe sinal verde para operar por mais 20 anos e bilhões em investimentos
O investimento total será de R$ 3,2 bilhões, com pagamentos de quatro parcelas de R$ 720 milhões nos primeiros quatro anos e um depósito de R$ 320 milhões em 2027
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial
A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson
Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país
Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar
Bolsonaro pode ser preso? PF indicia ex-presidente, Braga Netto e mais 35 em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado
As penas previstas para o caso são de 4 a 12 anos de prisão na investigação sobre golpe de Estado, 4 a 8 anos de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
O pacote de corte de gastos sai ou não sai? Haddad dá previsão sobre anúncio das medidas e Rui Costa conta o que será preservado
As principais medidas já haviam sido apresentadas a Lula, mas a equipe econômica estava esperando finalizar um acordo com o Ministério da Defesa; reuniões continuam na tarde desta quinta-feira (21)
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais
Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países
Polícia Federal: general preso imprimiu plano de execução de autoridades no Palácio do Planalto
PF divulgou que o general reformado Mário Fernandes deu o nome de Planejamento ao arquivo impresso
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Devendo e apostando: 29% dos inadimplentes jogaram em bets para ganhar dinheiro rápido, diz Serasa
Estudo mostra que 46% dos inadimplentes na base da Serasa já apostaram pelo menos uma vez na vida