Leilão de transmissão: Eletrobras, Engie, e Cteep vencem, mas quem não levou também sai ganhando
Temor de que os lances no leilão de transmissão fossem agressivos demais não se confirmou — pelo menos entre as empresas com ações na B3
Com R$ 15,7 bilhões em investimentos, o primeiro leilão de transmissão de energia do governo Lula confirmou a expectativa de grande disputa.
Mas o temor de que os lances fossem agressivos demais a ponto de comprometer a rentabilidade dos projetos não se confirmou — pelo menos entre as empresas com ações na B3.
Eletrobras (ELET3; ELET6), Engie (EGIE3) e Cteep (TRPL4) arremataram lotes no leilão que aconteceu desta sexta-feira. Das três, quem se deu melhor foi a Engie, com uma relação risco-retorno razoável e uma taxa interna de retorno positiva, de acordo com o JP Morgan.
No caso da Eletrobras, os analistas do banco consideraram que a taxa de retorno do projeto arrematado é inferior aos 14% da companhia.
Ou seja, a ex-estatal provavelmente faria melhor negócio se distribuísse dividendos aos acionistas ou fizesse um programa de recompra de ações. De todo modo, o JP Morgan considerou o resultado neutro para a Eletrobras.
Outras empresas, como a Neoenergia (NEOE3), até chegaram a dar lances, mas não levaram. Mas trata-se de uma "derrota positiva", já que demonstra uma maior disciplina de capital pela companhia, de acordo com o JP Morgan.
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O mesmo vale para a Alupar (ALUP3), que como não venceu nenhum lote poderá distribuir dividendos mais gordos no futuro, segundo os analistas.
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Os números do leilão de transmissão
Os lotes leiloados nesta sexta-feira na B3 preveem a construção, operação e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão. Além de subestações com capacidade de transformação de 400 megavolt-ampères (MVA).
As empresas que venceram o leilão ofereceram um deságio médio de 50,97% sobre as receitas anuais previstas (RAP), o que representa uma taxa interna de retorno de 6,1%.
As empresas vencedoras que não possuem capital aberto na B3 foram as que ofereceram os lances mais agressivos. A grande surpresa veio do Consórcio Gênesis, que levou o lote 1 ao oferecer um deságio de 66%, com uma taxa de retorno estimada em apenas 1,9%.
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