Governo separa R$ 15 bilhões para “limpar o nome” de quem deve aos bancos, mas o Desenrola segue enrolado; Haddad diz o que falta
Programa de renegociação de dívidas foi anunciado durante a campanha eleitoral
Anunciado durante a campanha eleitoral, o programa Desenrola, focado em renegociação de dívidas das famílias de baixa renda, parece continuar enrolado.
Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo já reservou recursos entre R$ 11 e R$ 15 bilhões para o programa, mas ele ainda não foi lançado porque dependeria do setor privado.
"Precisamos aproximar credor de devedor para que o governo entre dando subsídio para a população de baixa renda conseguir o desconto mais alto que o mercado puder dar", disse a deputados durante sessão conjunta de comissões na Câmara.
O ministro disse que o sistema operacional do programa está em desenvolvimento. A medida provisória do programa já foi encaminhada para a Casa Civil.
"Assim que o sistema operacional estiver pronto vamos deflagrar o programa. Nunca o Estado brasileiro entrou para equilibrar dívidas das pessoas", disse.
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Não desenrola
O anúncio oficial do programa tem sofrido com sucessivos adiamentos devido a dificuldades técnicas no desenvolvimento da ferramenta. Na terça-feira (16), a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, disse que o lançamento do programa está previsto para o final do primeiro semestre e o início do segundo.
“É uma questão de desenvolvimento de uma ferramenta tecnológica, de uma clearing que una credores e devedores. A complexidade está no desenvolvimento mesmo”, disse Tarciana.
Ela destacou que, independentemente do Desenrola, o Banco do Brasil aumentou as renegociações no primeiro trimestre e conseguiu recuperar R$ 2,5 bilhões.
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Nesta semana, o Valor Econômico publicou uma reportagem dizendo que os principais entraves para o lançamento do Desenrola são o desenvolvimento tecnológico e o compartilhamento de informações por birôs de crédito sem que isso prejudique os negócios dessas empresas.
A reportagem aponta que diversas pessoas envolvidas na elaboração do programa veem alta complexidade no projeto e desconfiam da promessa de lançá-lo em julho. O desenho do programa envolve um limite de R$ 5 mil para dívidas contraídas até 31 de dezembro de 2022 e alcançaria até 70 milhões de pessoas.
Com informações do Estadão Conteúdo.
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