Os acenos de Campos Neto ao governo Lula no Roda Viva
Campos Neto defende regime de metas de inflação, mas sinaliza intenção de construir pontes com Lula e seus ministros

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, aproveitou o centro do Roda Viva para colocar água na fervura do embate público entre a autoridade monetária e o governo.
Na entrevista levada ao ar no fim da noite de segunda-feira pela TV Cultura, Campos Neto defendeu o regime de metas de inflação ao mesmo tempo em que sinalizou a intenção de construir pontes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Vou fazer de tudo para aproximar o Banco Central do governo", disse ele, mas “sempre com uma atitude independente”.
Bolsonarista infiltrado?
Visto pelo Palácio do Planalto como uma espécie de bolsonarista infiltrado, Campos Neto procurou negar qualquer viés político na atuação do BC. Afirmou estar à frente de uma instituição de Estado, não de governo.
Em relação ao fato de ter ido votar em outubro vestindo uma camisa da seleção brasileira - símbolo do qual se apropriaram os eleitores de Jair Bolsonaro -, Campos Neto foi evasivo. Disse que todo mundo está aprendendo, inclusive ele.
Apesar do episódio e do fato de ter se aproximado de integrantes do governo anterior, o presidente do BC assegurou nunca ter participado de nenhum ato político a favor de Bolsonaro.
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Sobre os incômodos manifestados pelo novo governo pelas mensagens da autoridade monetária, Campos Neto respondeu que fez alertas em todas as atas sobre os problemas fiscais, inclusive quando a equipe econômica era comandada pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Campos Neto defende regime de metas
Alvo de duras críticas por causa da manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, Campos Neto foi enfático nos comentários contra mudanças nas metas de inflação. Segundo ele, o regime em vigor desde 1999 funciona e eventuais alterações reduziriam a flexibilidade do BC.
Para o presidente do BC, também é importante que as regras não mudem no meio do jogo. Ao mesmo tempo, declarou-se contra um projeto de lei que demandaria unanimidade no Conselho Monetário Nacional (CMN) para eventuais alterações no regime de metas.
Campos Neto desmentiu rumores de que teria proposto mudança nas metas de inflação e argumentou que a medida não traria nenhum ganho de credibilidade. O que ocorreu, segundo ele, foram discussões para o aprimoramento do regime de metas, visando à sua eficiência.
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Ponte com Haddad
O presidente do Banco Central disse concordar com os pedidos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quanto à harmonização entre as políticas monetária e fiscal.
"Em termos de harmonização, concordo 100% com o ministro Haddad, mesmo porque se de um lado você está estimulando e de outro está esfriando, você tem um processo que gera alguma ineficiência", afirmou Campos Neto.
Ele explicou que a ideia de harmonização é buscar uma conversa entre a atuação monetária e fiscal. "Se há fiscal mais enquadrado, a parte monetária é mais fácil de ser feita", pontuou.
Mais contato com Lula
Com mandato até dezembro de 2024, Campos Neto disse durante a entrevista que ainda não tem nenhuma reunião agendada com Lula, mas que gostaria de ter outra oportunidade para poder explicar a razão pela qual os juros estão altos.
Para ele, é importante que o BC e o Palácio do Planalto trabalhem conjuntamente e afirmou já ter marcado reunião com vários ministros, com a intenção de trabalhar em harmonia e um ambiente colaborativo em prol da sociedade.
"Gostaria de ter mais tempo para explicar a agenda do BC, principalmente o social, que a gente tem aí fator comum que é a grande preocupação com o social", disse ele.
Boa vontade
Campos Neto disse que a expectativa de convergência da inflação em direção à meta, que estava no cenário-base do Copom até dezembro, pode voltar com a apresentação do novo arcabouço fiscal, desde que seja claro, e avanço da reforma tributária.
Questionado sobre o que deveria ser feito no campo fiscal, esquivou-se. "Seria deselegante", afirmou. "Só há um mês de governo, precisa ter boa vontade."
Campos Neto à disposição do Congresso
O presidente do BC também afirmou que vai atender aos convites do Congresso para explicar o nível atual da Selic no País.
Disse estar disposto a explicar "quantas vezes for necessário" o motivo dos juros altos do País. "É meu trabalho, vou quantas vezes precisar."
A gravação do Roda Viva começou às 17h da segunda-feira, quando a B3 ainda estava aberta. Como os presentes mantiveram os celulares desligados durante a entrevista, a repercussão no mercado é esperada para hoje.
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