BC mede impacto de calote da Americanas nos bancos e testa cenário de “corrida bancária”
Apesar da capacidade dos bancos de absorver as perdas, os problemas na Americanas deixaram sequelas, de acordo com o BC

A revelação do rombo contábil na Americanas (AMER3) e o pedido de recuperação judicial da varejista provocaram estrago nos balanços dos bancos. Mas não o suficiente para colocar em risco o sistema financeiro. Essa é conclusão do Banco Central, de acordo com o relatório de estabilidade financeira.
Para medir os impactos do caso Americanas, o BC conduziu um teste de estresse específico considerando o calote da companhia e da rede de fornecedores que dependem mais da varejista, que tem como acionistas de referência os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
“O resultado desse teste demonstra impacto irrelevante na solvência do sistema bancário”, escreveu o BC, no relatório divulgado na manhã desta quarta-feira.
Agora, os bancos negociam um plano de recuperação que envolva a injeção de dinheiro novo de Lemann e seus sócios. Eles já toparam colocar até R$ 12 bilhões na companhia.
Apesar de os bancos demonstrarem capacidade de absorver as perdas, os problemas na Americanas deixaram sequelas. O caso provocou aumento no custo do crédito via mercado de capitais e uma postura mais rigorosa nas operações de “risco sacado”, de acordo com o BC.
“A materialização de risco deve permanecer elevada no médio prazo. As provisões aumentaram e permanecem acima das perdas esperadas”, de acordo com o relatório, que a autoridade monetária publica a cada semestre.
Leia Também
Bancos têm liquidez para enfrentar corrida bancária?
O Banco Central também conduziu testes de estresse do sistema financeiro envolvendo outros cenários, incluindo o de uma corrida bancária. Até pouco tempo atrás essa seria uma hipótese remota, mas vale lembrar que vários bancos nos Estados Unidos passaram recentemente por uma situação do tipo.
O BC não faz menção específica à crise nos EUA, mas conclui que os bancos brasileiros têm capacidade para suportar, no curto prazo, eventuais saídas de caixa para honrar chamadas de margens e garantias.
Além de manterem liquidez suficiente, as instituições ainda possuem acesso a linhas do próprio BC em caso de necessidade, de acordo com o relatório.
O relatório também indica que os bancos têm condições de liquidez e de capital para carregar posições com títulos mantidos a vencimento. E isso sem a necessidade de se desfazerem antecipadamente desses ativos, mesmo em cenários de estresse de saída de recursos.
Vale lembrar que essa foi justamente a origem da crise que levou à quebra do Sillicon Valey Bank (SVB) nos EUA. Em meio à onda de saques, o SVB precisou desfazer às pressas e com grande prejuízo de títulos que mantinha na carteira, o que amplificou a crise no banco.
Ainda que veja o sistema financeiro brasileiro protegido, o relatório de estabilidade do BC não projeta um cenário dos mais otimistas para os bancos.
“A rentabilidade deve continuar pressionada no médio prazo, considerando a perspectiva de atividade econômica mais fraca em 2023, menor crescimento do crédito e inadimplência e inflação elevadas.”
Leia a íntegra do relatório de estabilidade financeira do BC
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
JP Morgan eleva avaliação do Nubank (ROXO34) e vê benefícios na guerra comercial de Trump — mas corta preço-alvo das ações
Para os analistas do JP Morgan, a mudança na avaliação do Nubank (ROXO34) não foi fácil: o banco digital ainda enfrenta desafios no horizonte
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Ação da Vale (VALE3) chega a cair mais de 5% e valor de mercado da mineradora vai ao menor nível em cinco anos
Temor de que a China cresça menos com as tarifas de 104% dos EUA e consuma menos minério de ferro afetou em cheio os papéis da companhia nesta terça-feira (8)
Trump dobra a aposta e anuncia tarifa de 104% sobre a China — mercados reagem à guerra comercial com dólar batendo em R$ 6
Mais cedo, as bolsas mundo afora alcançaram fortes ganhos com a sinalização de negociações entre os EUA e seus parceiros comerciais; mais de 70 países procuraram a Casa Branca, mas a China não é um deles
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Minerva prepara aumento de capital de R$ 2 bilhões de olho na redução da alavancagem. O que muda para quem tem ações BEEF3?
Com a empresa valendo R$ 3,9 bilhões, o aumento de capital vai gerar uma diluição de 65% para os acionistas que ficarem de fora da operação
BRB vai ganhar ou perder com a compra do Master? Depois de S&P e Fitch, Moody’s coloca rating do banco estatal em revisão e questiona a operação
A indefinição da transação entre os bancos faz as agências de classificação de risco colocarem as notas de crédito do BRB em observação até ter mais clareza sobre as mudanças que podem impactar o modelo de negócios
Sem medo do efeito Trump: Warren Buffett é o único entre os 10 maiores bilionários do mundo a ganhar dinheiro em 2025
O bilionário engordou seu patrimônio em US$ 12,7 bilhões neste ano, na contramão do desempenho das fortunas dos homens mais ricos do planeta
FII PVBI11 cai mais de 2% na bolsa hoje após bancão chinês encerrar contrato de locação
Inicialmente, o contrato não aplicava multa ao inquilino, um dos quatro maiores bancos da China que operam no Brasil, mas o PVBI11 e a instituição chegaram a um acordo
Sem aversão ao risco? Luiz Barsi aumenta aposta em ação de companhia em recuperação judicial — e papéis sobem forte na B3
Desde o início do ano, essa empresa praticamente dobrou de valor na bolsa, com uma valorização acumulada de 97% no período. Veja qual é o papel
Ibovespa chega a tombar 2% com pressão de Petrobras (PETR4), enquanto dólar sobe a R$ 5,91, seguindo tendência global
O principal motivo da queda generalizada das bolsas de valores mundiais é a retaliação da China ao tarifaço imposto por Donald Trump na semana passada
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
“Não vou recuar”, diz Trump depois do caos nos mercados globais
Trump defende que sua guerra tarifária trará empregos de volta para a indústria norte-americana e arrecadará trilhões de dólares para o governo federal
Disputa aquecida na Mobly (MBLY3): Fundadores da Tok&Stok propõem injetar R$ 100 milhões se OPA avançar, mas empresa não está lá animada
Os acionistas Régis, Ghislaine e Paul Dubrule, fundadores da Tok&Stok, se comprometeram a injetar R$ 100 milhões na Mobly, caso a OPA seja bem-sucedida
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo
O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara
O combo do mal: dólar dispara mais de 3% com guerra comercial e juros nos EUA no radar
Investidores correm para ativos considerados mais seguros e recaculam as apostas de corte de juros nos EUA neste ano
Mark Zuckerberg e Elon Musk no vermelho: Os bilionários que mais perdem com as novas tarifas de Trump
Só no último pregão, os 10 homens mais ricos do mundo perderam, juntos, em torno de US$ 74,1 bilhões em patrimônio, de acordo com a Bloomberg