Não é só o Campos Neto! Bancos começam a revisar projeções para inflação após Petrobras (PETR4) subir preço dos combustíveis
Ontem, o Itaú Unibanco e a Warren Rena revisaram as estimativas para o IPCA no fim do ano
O coro de projeções de uma inflação maior devido ao aumento nos preços dos combustíveis pela Petrobras (PETR4) cresceu. Além do chefe do Banco Central, os bancos agora entoam o cântico de estimativas mais altas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Na tarde de ontem, o Itaú Unibanco revisou a estimativa para o índice no fim do ano, de 4,9% para 5,1%.
O banco calcula que o reajuste da gasolina deve gerar um impacto de 0,32 ponto na inflação do país neste ano, enquanto o do diesel deve responder por uma alta adicional de 0,02 ponto.
"O movimento veio acima da nossa expectativa de curto prazo, que embutia um reajuste menor na gasolina, próximo de 5%", disse o banco.
Outra instituição que reviu seus números para o IPCA foi a Warren Rena. Os analistas elevaram as projeções de 4,6% para 5%.
Vale lembrar que, ainda ontem, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o reajuste afetaria a inflação em 0,40 ponto porcentual entre agosto e setembro.
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"Hoje teve um aumento grande em combustíveis, que tem impacto na inflação. O impacto da gasolina (na inflação) é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje", afirmou o chefe do BC, em evento na terça-feira.
A alta nos combustíveis que mexe com a inflação
A decisão sobre os combustíveis que deve mexer com a inflação do país foi anunciada ontem. A Petrobras informou que vai elevar o preço da gasolina e do diesel nas suas refinarias a partir desta quarta-feira (16).
O preço da gasolina será elevado em 16,2%, para R$ 2,93 por litro, enquanto o valor do diesel passará por uma alta de 25,8%, para R$ 3,80 por litro.
A atual direção da Petrobras vinha sendo criticada por retardar o repasse de aumento de custos com a compra do petróleo para os preços no mercado nacional.
Em maio, a empresa abandonou o antigo modelo de PPI (Preço de Paridade de Importação), que acompanhava a oscilação de valores internacionais.
Ontem, a estatal afirmou que a Petrobras estava no "limite da sua otimização operacional", tornando "necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis" para garantir reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a petroleira.
Porém, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), mesmo com o reajuste, os preços mantêm defasagem com o exterior.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse na noite desta terça-feira que o reajuste anunciado pela estatal é "justo" e que a política de preços da companhia está sendo "eficiente" no combate à volatilidade dos preços do diesel e do petróleo.
"A gente fez um ajuste justo. Acho que passou no teste a política de preços, porque muitas pessoas eram céticas: 'enquanto estamos baixando, está tudo bem, mas quando subir, será que a Petrobras vai fazer um ajuste necessário, será que ela vai perder, será que ela vai deixar dinheiro na mesa?' Não fizemos isso", afirmou Prates, em entrevista à GloboNews.
O presidente da estatal afirmou ainda que a política de preços da companhia tem o objetivo de segurar a volatilidade, e não necessariamente o preço dos combustíveis.
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