Onde investir no 2º semestre: Após rali do bitcoin (BTC), analistas indicam seis criptomoedas para o final de 2023
Confira também a nova classe de criptomoedas que podem ser a “galinha dos ovos de ouro” para os próximos meses
Não é incomum ouvir em uma descontraída conversa de elevador que “o ano passou voando”. Já estamos na segunda metade de 2023 e, para os investidores em criptomoedas, mais seis meses assim seriam ótimos. Afinal, o bitcoin (BTC) emplacou uma alta de mais de 70% nesse período.
Esse “renascimento” do bitcoin não tem muitos segredos. A perspectiva de melhora macroeconômica foi, sem dúvidas, o pilar que sustentou a disparada das cotações.
Com o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) sinalizando um fim para o aperto monetário e a entrada de investidores institucionais mais intensa perto do final do semestre, o BTC conseguiu retomar patamares de preço mais altos.
Há, porém, uma pedra no meio do caminho chamada regulação. Ela tem nome e endereço: é a Securities and Exchange Commission (SEC) — a CVM dos Estados Unidos.
A xerife do mercado norte-americano realizou uma verdadeira cruzada contra empresas do setor de criptomoedas, inclusive aqueles regulados pelo mercado de capitais norte-americano.
Binance e Coinbase entraram na mira de Gary Gensler, o chefe da SEC, em um imbróglio que não deve terminar tão cedo.
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Mas, em linhas gerais, o próximo semestre tende a repetir o primeiro, ainda que dificilmente o bitcoin volte a apresentar altas tão expressivas no curto prazo. Confira a seguir os principais destaques para os meses que virão — com direito a indicações de seis criptomoedas pelos especialistas:
Saiba mais sobre as previsões para o cenário econômico no segundo semestre nas primeiras matérias da série Onde Investir, publicada pelo Seu Dinheiro:
- Cenário macro
- Bolsa
- Renda fixa
- FII e imóveis (você está aqui)
- Bitcoin e criptomoedas (você está aqui)
- Investimentos no exterior
Renascimento do bitcoin e a volta das criptomoedas
O Longo Inverno Cripto de 2022 “limpou” o mercado de alguns projetos ruins. Na visão dos analistas, protocolos e criptomoedas que não provaram sua tese de investimento simplesmente saíram pela porta dos fundos e desapareceram com a escassez de recursos das venture capitals (VCs).
Segundo dados do Cryptorank, o número de rodadas de investimento no setor de criptomoedas caiu drasticamente desde o começo do ano.
Colocando em perspectiva, o número de rodadas caiu 98% em relação às máximas. Março deste ano foi um mês atípico em virtude do surgimento da febre com a Inteligência Artificial (IA), o que explica o frenesi dos investidores naquele período.
Mas a reabertura da China no início do ano após a pior fase da covid-19 e as sucessivas falências dos chamados bancos regionais nos Estados Unidos impulsionaram as cotações.
“Os dois eventos geraram uma intensa injeção de liquidez nos mercados, o que valorizou o mercado de criptomoedas”, afirma Valter Rebelo, analista de criptomoedas da Empiricus. No caso dos bancos, o Fed precisou intervir para evitar um efeito dominó — e uma quebradeira generalizada.
Vale lembrar que, durante o período de lockdowns na pandemia, os bancos centrais pelo planeta realizaram diversas rodadas de estímulos, o que fez o bitcoin atingir as máximas históricas em novembro de 2021, a US$ 68.789,63.
O cenário macro continuou pressionando as cotações ao longo do primeiro semestre, mas o BTC conseguiu reverter a tendência de queda e registrou uma forte valorização no período, lembra o analista.
O que esperar do bitcoin e das demais criptomoedas
A expectativa geral é de que não haja tantos gatilhos para novas altas do bitcoin até o final de 2023, apesar da melhora marginal da economia global. Isso porque o setor continuará de olho no avanço regulatório em todo mundo, especialmente nos Estados Unidos.
Analistas do setor não acreditam que haverá uma proibição declarada às criptomoedas. No entanto, a SEC pode dificultar e muito o desenvolvimento e o crescimento de empresas no ramo de ativos digitais.
Rebelo destaca, do lado positivo, que os sucessivos pedidos de grandes empresas para oferecerem produtos relacionados a criptomoedas nos EUA devem gerar algum impacto nas cotações no segundo semestre.
“A gente vai ter uma grande procura [das empresas] para o oferecimento de ETFs e fundos de criptomoedas. A expectativa é de manutenção da demanda, ou seja, o preço tem chances de subir”, diz.
É claro, sempre pode aparecer um “cisne negro” — no jargão do mercado, um evento imprevisível com potencial de fazer os preços dispararem ou caírem. Infelizmente, a resposta só o tempo dará.
Além do bitcoin, existe um segmento dentro do mercado cripto que pode ser a próxima galinha dos ovos de ouro: as criptomoedas relacionadas à segunda camada (layer 2 ou L2).
Onde investir no segundo semestre: construindo um mundo novo
Recapitulando, as blockchains nas quais as criptomoedas são construídas são classificadas por camadas (layers): algumas são desenhadas para terem algo construído em cima delas (layer 0 ou layer 1) e outras são aplicações nessas redes (layer 2, 3, etc).
Para simplificar um pouco, pense no seu celular: o sistema operacional — iOS, Android — seria uma camada anterior aos aplicativos que você tem instalado — dos seus bancos, redes sociais e por aí vai.
Uma mesma blockchain pode exercer diferentes funções, dependendo de como for analisada. Essa categorização, portanto, não deve ser tomada como regra imutável.
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Sem mais delongas…
As apostas para o segundo semestre estão justamente nos aplicativos construídos na rede, como explica Rafael Castaneda, fundador do canal Casta Cripto e ex-analista da Mercurius Crypto.
Se você é um iniciante, tanto Castaneda quanto Rebelo indicam começar pelo básico: bitcoin e ethereum.
Ainda que boa parte da alta das principais criptomoedas do mercado em 2023 já tenha acontecido, são os projetos mais consolidados do mercado em seus respectivos segmentos — de moedas e desenvolvimento de projetos — e precisam ser a maior parcela da carteira de qualquer investidor em cripto.
Além do bitcoin, quais criptomoedas são boas apostas?
Já dentro dos projetos de L2 existe uma infinidade de propostas, desde aplicativos úteis para o uso de criptomoedas do dia a dia até protocolos de escalabilidade da rede.
Confira a seguir alguns dos projetos que os analistas recomendam para o segundo semestre:
- Bitcoin (BTC): O “arroz com feijão” dos investimentos em cripto. A maior criptomoeda do planeta é uma escolha certa para qualquer carteira de investimentos em ativos digitais — o “padrão ouro” desse mercado. Além disso, ocorrerá o halving da criptomoeda, o que deve destravar ainda mais valor (leia mais abaixo);
- Ethereum (ETH): É a principal expoente do ramo de L2 e a maior rede para criação de novos projetos da atualidade. Mesmo outras blockchains desenvolvem Ethereum Virtual Machine (EVM, em inglês), que são protocolos compatíveis com a rede do ethereum e permitem que aplicativos rodem em cima dessa blockchain;
- Polygon (MATIC): Uma das principais concorrentes da rede do ethereum, a Polygon apresentou um roadmap (roteiro de atualizações e desenvolvimento do protocolo) novo, contando com protocolos de escalabilidade (no jargão técnico, os zk rollpus) e EVM, além de ser um projeto com as cotações bastante descontadas. Desde as máximas históricas, no ápice do bull market de 2021, o preço do token mATIC recuou 77%, o que abre oportunidades, na visão dos analistas;
- Chainlink (LINK): O “oráculo” do mercado de criptomoedas já era uma das apostas lá em 2021 e vem apresentando uma série de atualizações que mantiveram a preferência dos analistas, mesmo em 2022, durante o Longo Inverno. Mas os desenvolvedores da Chainlink querem expandir o leque de atuação e o ecossistema da criptomoeda, o que é visto com bons olhos no setor;
- Uniswap (UNI): O principal protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) e o mais consolidado no mercado — isto é, com maior liquidez — segue como uma das indicações para o próximo semestre. Dentro de um portfólio diversificado, o investimento em DeFi é essencial para a exposição nesse novo segmento da economia, ainda que poucos projetos estejam com seu modelo de negócios solidificado. A Uniswap é um deles; e
- GMX (GMX): Em linhas gerais, o protocolo de exchange descentralizada (DEX, na sigla em inglês) serve para negociação de contratos de DeFi. A geração de receitas desse protocolo, somada a um cronograma de atualizações e novidades sustentáveis, dá margem para um crescimento sustentável e inclusão de novos mecanismos de fluxo de caixa, como o staking.
Uma espiadela em 2024: destrave de preços
Ainda que o segundo semestre só tenha cenários previsíveis e os cisnes brancos dominem, os próximos meses devem preparar terreno para o ano seguinte, quando ocorrerá o halving do bitcoin.
Esse “evento” nada mais é do que a queda da recompensa dos mineradores pela validação dos blocos da rede do BTC. Em linhas gerais, a cada quatro anos, esse pagamento é reduzido pela metade.
Se a tendência dos últimos anos se confirmar, o bitcoin tem potencial de disparar em 2024. No ano do último halving, em 2020, o BTC valorizou 304%; no anterior, 2016, a alta foi de 123%.
Por fim, um contraponto
Há quem acredite, porém, que o halving não deva ser tudo isso. No passado, esse corte no “pagamento” dos mineradores influenciava diretamente na liquidez do bitcoin e, consequentemente, nos preços.
Atualmente, com mais de 90% dos BTCs já em circulação, a recompensa dos mineradores influencia marginalmente no desempenho do mercado.
Em outras palavras, a expectativa é de que o halving tenha um efeito mais psicológico nos investidores do que prático — isto é, a alta pode ser marginal.
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