🔴 AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs: ONDE INVESTIR EM ABRIL? CONFIRA +30 RECOMENDAÇÕES AQUI

Assim caminha a humanidade: para onde está indo o mundo um ano depois da invasão da Ucrânia pela Rússia

Continuidade da guerra aponta para nova realidade dos investimentos no futuro próximo, com aumento de gastos militares e regionalização das cadeias de suprimentos

21 de fevereiro de 2023
7:53 - atualizado às 18:30
Bandeiras da Ucrânia e da Rússia com armas, simbolizando as tensões entre os dois países
Invasão da Ucrânia pela Rússia vai completar um ano na sexta-feira. - Imagem: FabrikaPhoto/Envato

No dia 24 de fevereiro completaremos um ano da invasão russa ao território ucraniano. Para um conflito que todos pensavam já ter um ganhador claro, o trajeto até aqui se provou uma grande frustração para os russos, diante da resiliência do povo da Ucrânia e da represália internacional. Imaginava-se que seria fácil como na Crimeia, em 2014, mas as coisas nitidamente não foram por este caminho.

Podemos enumerar diversos motivos para a escalada da guerra, mas talvez um dos mais relevantes seja a influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Leste Europeu.

Invadir a Ucrânia não só revigorou a aliança militar, a qual todos entendiam como cada vez mais escanteada desde a Queda do Muro de Berlim, como também promoveu a sua expansão para o norte, para a Suécia e a Finlândia.

Putin refém da China?

Como disse o presidente norte-americano, Joe Biden, que visitou inesperadamente a capital ucraniana no feriado, quando Putin lançou seu ataque, ele imaginou lidar com uma Ucrânia fraca e um Ocidente dividido, mas o presidente russo estava redondamente enganado. Colocou-se numa posição de desvantagem, sangrou a economia de seu país e se tornou refém (dependente) da China.

Aliás, podemos ir além. Durante décadas, países ao redor do mundo reduziram seus exércitos terrestres e cortaram gastos com armamento, como artilharia, certos de que outra grande guerra terrestre era improvável na era moderna.

A ideia central era de que qualquer conflito seria de alta tecnologia e direcionado. Os soldados estariam, ao invés de armados, debruçados sobre teclados a milhares de quilômetros de distância.

Leia Também

  • O SEGREDO DOS MILIONÁRIOS: as pessoas mais ricas do Brasil não hesitam em comprar ações boas pagadoras de dividendos. Veja como fazer o mesmo neste treinamento exclusivo que o Seu Dinheiro está liberando para todos os leitores.

As lições militares da invasão da Ucrânia

A invasão da Ucrânia por Vladimir Putin mudou rapidamente esse pensamento. Agora, o que estamos vendo é uma rápida reavaliação não apenas da necessidade de aumentar os gastos com defesa, mas de qual armamento é necessário (diferentes tipos de armas, projéteis e drones).

Além das armas, deu aos exércitos globalmente muito o que refletir sobre o que deu certo para a Ucrânia e o que deu errado para a Rússia. 

Isso inclui linhas de abastecimento, estruturas de comando e controle, coleta e entrega de inteligência.

Hoje, a Ucrânia passa a desfrutar das conquistas de seu aprendizado bem-sucedido em tempo real, enquanto a Rússia começa a evitar alguns dos erros inicialmente cometidos.

Algumas conclusões importantes dessa guerra

De fato, temos algumas coisas únicas sobre o conflito na Ucrânia, mas também há algumas conclusões importantes.

Com isso, aconteça o que acontecer, o incidente abalou o cenário de segurança tanto para os vizinhos próximos da Ucrânia quanto para os países mais distantes, de uma forma que teremos reverberações por muitos anos, aprofundando provavelmente o processo de desglobalização parcial e regionalização do mundo, com os países se juntando em novas alianças e se alinhando em prol de segurança, não mais eficiente das cadeias, como foi nas últimas décadas.

Inclusive, os membros da Otan precisam aumentar seus gastos com defesa urgentemente.

Essa foi a mensagem que a cúpula com os ministros da Defesa dos Estados membros quis passar para o mundo.

Leia também

Do piso ao teto de gastos (militares)

Em 2014, na época da invasão da Crimeia pela Rússia, os países da Otan se comprometeram a aumentar seus respectivos gastos com defesa para 2% do produto interno bruto.

Ainda assim, embora muitos tenham aumentado seus gastos com equipamento militar e treinamento, a maioria dos estados da Otan ainda fica aquém do limite de 2%, incluindo Alemanha, França, Itália e Canadá (Trump tinha o hábito de criticar os membros da Otan, principalmente a Alemanha, por não pagarem sua parte). Os EUA, por outro lado, lideram o grupo, gastando 3,47% do PIB em defesa.

Por isso, enquanto a guerra devasta a Europa novamente e as tensões com a China aumentam (clique aqui para conferir o que escrevi sobre o tema recentemente), a meta de 2% da Otan, que expira no próximo ano, deve ser vista como o piso e não mais como o teto.

A Finlândia e a Suécia, ambas competindo pela entrada no bloco, gastam respectivamente 2% e 1,3% do PIB em defesa (Finlândia está mais próxima de entrar).

Aumento de gastos militares em meio à alta dos juros

Vale lembrar que isso tudo acontece enquanto estamos vivendo o momento no qual as taxas de juros e a inflação são extremamente relevantes.

Por exemplo, há mais de um ano, estávamos com uma taxa zero nos EUA, sendo que terminamos o ano passado caminhando para 5% de juro, enquanto pensávamos inicialmente que seria 1%. Todo o mundo passa hoje por uma política contracionista dura, diferente dos últimos 10 anos.

Depois de muito tempo com juros negativos, se acumularam pressões inflacionárias completamente inesperadas: a pandemia, o pós-pandemia e a guerra na Ucrânia.

Em outras palavras, os choques que vivemos recentemente devem moldar um pouco a forma como vemos o mundo daqui para a frente, com mais inflação e, consequentemente, mais juros. Um novo equilíbrio macroeconômico.

Meu entendimento é que as novas questões geopolíticas vão gerar inflação persistente e forte por muito tempo, resultado do processo de "reshoring" do Ocidente, em especial dos EUA, que não querem mais depender da China e de seus aliados (Rússia, por exemplo) — o “reshoring” traz de volta a cadeia de suprimentos para o país de origem.

Isso gera mais empregos industriais e um boom de Capex nos EUA e na Europa, assim como em países mais próximos e considerados amigos, como o Brasil e o México.

Por sinal, o processo coloca o Brasil em uma posição peculiar, uma vez que China e EUA são nossos dois principais parceiros econômicos.

O nosso país nasce como uma potência neutra para servir de pivô nessa relação, ao menos no que nos cabe.

Voltando ao assunto, a continuidade da guerra rompe cada vez mais as relações do Oriente com o Ocidente, que vai gerar pressão inflacionária persistente, mesmo que diluída no tempo, ao passo em que constrói suas novas estruturas regionalizadas.

Bem-vindos à nova realidade do mundo dos investimentos. Os vencedores em breve serão revelados, se afastando possivelmente dos vencedores da última década.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DIA 67

Trump mira na paz e acerta no ódio: o dia que Zelensky disse que Putin ia morrer

27 de março de 2025 - 19:45

Em entrevista à uma emissora francesa, o presidente da Ucrânia fala algumas vezes na morte de Vladimir Putin — coragem ou desespero?

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte

25 de março de 2025 - 6:39

Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom

20 de março de 2025 - 8:18

Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais

DIA 59

O que é bom dura pouco: Putin responde Trump com um novo ataque

19 de março de 2025 - 20:09

Um dia depois de conversar com o presidente norte-americano sobre um cessar-fogo na Ucrânia, Rússia usa drones e atinge áreas civis e um hospital

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais

19 de março de 2025 - 8:35

Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos

DIA 58

O canto da sereia (de Trump) é irresistível até para Putin

18 de março de 2025 - 20:06

O russo conversou com o republicano por telefone e deu o primeiro passo na direção de um cessar-fogo na Ucrânia, mas fez um alerta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta

18 de março de 2025 - 8:16

Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente

18 de março de 2025 - 6:28

Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia

DIA 57

Amigos & rivais: a ligação de Trump para Putin e a visita de Xi Jinping a Washington

17 de março de 2025 - 19:45

Se a vida imita a arte, o republicano é a prova disso: está tentando manter os amigos perto e os inimigos ainda mais próximos

DIA 56

As múltiplas frentes de batalha de Donald Trump

17 de março de 2025 - 11:23

Disputas comerciais, batalha contra os serviços públicos, participação indireta em conflitos no Oriente Médio e tentativa de paz pela força na Ucrânia fazem parte das várias guerras nas quais o republicano se meteu

DIA 54

A terceira grande guerra bate à porta: Trump vai abrir?

14 de março de 2025 - 19:43

Presidente norte-americano discursa no Departamento de Justiça dos EUA e fala que uma guerra global agora não teria precedentes porque seria patrocinada por armas nucleares

DIA 53

Trump golpeia, Otan se esquiva — mas até quando?

13 de março de 2025 - 19:49

Mark Rutte, chefe da aliança transatlântica, esteve na Casa Branca nesta quinta-feira (13) para tentar convencer os EUA a se manterem na linha de frente da luta pela Europa

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump

10 de março de 2025 - 20:00

Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hegemonia em disputa: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de IPCA, dados de emprego nos EUA e balanços

10 de março de 2025 - 8:14

Temporada de balanços volta a ganhar fôlego enquanto bolsas têm novo horário de funcionamento, inclusive no Brasil

DIA 49

Trump e Putin: uma amizade sem limites — até quando?

9 de março de 2025 - 16:43

O republicano rebateu críticas de que sua administração está sendo leniente com a Rússia — na avaliação dele, apesar da boa relação com o russo, há ações sendo feitas para pressionar Moscou

FROTA FANTASMA NO ALVO

Putin tem medo do que? A única coisa que pode conter a máquina de guerra da Rússia agora — e está ao alcance de Trump

8 de março de 2025 - 16:03

Enquanto o presidente norte-americano tenta um acordo de paz pouco ortodoxo na Ucrânia, economista do Brooking Institute diz qual é a única coisa que pode segurar o russo no momento

DIA 46

O grande dia para os EUA está chegando

6 de março de 2025 - 18:59

As idas e vindas de Trump sobre as tarifas e a manutenção do discurso agressivo voltam a mexer com os mercados e levam um dos maiores fundos de hedge do mundo a fazer um alerta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE

6 de março de 2025 - 8:09

Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump

POLÍTICA EXTERNA

Içando a âncora fiscal: a proposta do novo governo alemão para flexibilizar o “freio da dívida” e investir em defesa após recuo dos EUA

5 de março de 2025 - 15:01

Os partidos de centro concordaram em lançar um fundo de 500 bilhões de euros (R$ 3,1 trilhões) para investir em setores prioritários como transporte, redes de energia e habitação

ALTERNATIVA

Após discussão entre Trump e Zelensky na Casa Branca, Europa anuncia plano de paz próprio para guerra entre Rússia e Ucrânia

2 de março de 2025 - 12:48

Primeiro-ministro do Reino Unido diz que país concordou com França e Ucrânia em trabalhar num plano de cessar-fogo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar