🔴 GANHOS DE ATÉ R$ 1.000 POR HORA? ESTE MÉTODO PODE GERAR RENDA DE 7 DÍGITOS POR MÊS – CONHEÇA

Um começo de agosto amargo: entendendo a engasgada do Ibovespa

Ibovespa acaba de emplacar a maior sequência de quedas desde 1984, mas tendência de valorização parece preservada

15 de agosto de 2023
6:41 - atualizado às 9:10
imagem mostra setas de queda e alta entrelaçadas, indicando volatilidade dos mercados e da bolsa
Imagem: Shutterstock

O mês de agosto tem se mostrado desafiador para os ativos brasileiros até o momento. Ontem, testemunhamos uma série de dez quedas consecutivas no Ibovespa.

Trata-se de um feito sem precedentes para o índice (a maior sequência negativa desde fevereiro de 1984).

Anteriormente, o recorde era de nove sessões consecutivas de queda, registrado em 12 de agosto de 1998, pouco antes da Crise da Rússia (houve outra sequência de nove quedas em 1995).

É interessante notar, no entanto, que nas ocasiões anteriores, as quedas foram consideravelmente mais profundas do que a desvalorização acumulada de cerca de 4% em agosto de 2023 (atingindo mais de 20% em cada período no passado).

Mas o Ibovespa não deveria ter disparado com o corte da Selic?

Curiosamente, essa virada para um cenário mais pessimista ocorreu logo após o início do ciclo de cortes da taxa Selic em agosto, com uma redução de 50 pontos-base.

Esse movimento era amplamente considerado por muitos como um possível impulsionador significativo para o desempenho positivo de nossa bolsa.

Leia Também

Fica a dúvida: a tendência de alta teria se esgotado?

Já adianto que acredito não ser o caso. 

Do ponto de vista estrutural, existe uma notável correlação entre o ciclo de redução da taxa Selic e o desempenho do Ibovespa.

Historicamente, as ações têm demonstrado uma tendência a valorizar-se durante os períodos de afrouxamento monetário.

Ao analisar os seis ciclos mais recentes de flexibilização da política monetária, é evidente que a média de aumento acumulado durante esses períodos foi de aproximadamente 35%.

Podemos observar esse padrão de comportamento a seguir, com uma atenção especial voltada para as fases de 12 e 24 meses após o início do ciclo de cortes.

Fonte: Santander, Helius e Bloomberg.

Desempenho do Ibovespa costuma piorar após o primeiro corte

Outro aspecto intrigante é que, de acordo com a tendência atualmente em curso, é comum observar que o mês em que o primeiro corte da taxa Selic acontece geralmente traz consigo uma diminuição no desempenho do Ibovespa. 

É compreensível que diversos fatores disruptivos tenham se agregado nas últimas semanas, começando pela temporada de divulgação de resultados, que encerrou ontem (é importante lembrar que, a longo prazo, o valor das ações é fundamentado nas tendências operacionais e financeiras das empresas).

Embora a temporada de resultados tenha, em geral, apresentado resultados positivos, as reações variadas entre os investidores têm tendência a gerar instabilidade.

Além disso, o mês de agosto traz consigo a discussão orçamentária. Com a mudança de poder em direção ao Legislativo nos anos recentes, é evidente que há demandas crescentes por emendas parlamentares, em um momento de fragilidade das finanças públicas do Brasil, quando já está claro o desafio de alcançar as metas fiscais.

Incertezas sobre solução para déficit no orçamento

Ocorre, porém, que o buraco fiscal parece estar mais embaixo.

Existe uma considerável incerteza sobre como será resolvido o déficit no orçamento. Quando o próprio problema não pode ser claramente definido, torna-se significativamente mais complexo avaliar o risco e realizar estimativas precisas.

Se, por exemplo, a meta estabelecida não fosse atingida, mas houvesse um plano sólido e tangível para estabilizar a trajetória da relação de endividamento (dívida sobre PIB), não estaríamos enfrentando desafios substanciais.

Entretanto, essa não parece ser a situação atual.

Dessa maneira, apesar de termos controlado a inflação (como evidenciado pela qualidade dos detalhes do IPCA divulgados na última sexta-feira, embora o índice geral tenha excedido as expectativas), a atividade econômica tenha superado as previsões e as taxas de juros tenham declinado, o cenário não é dos mais favoráveis.

Isso ocorre porque o arcabouço fiscal, que afastou a ameaça de uma crise fiscal no Brasil desde o final de março, contribuindo para um aumento na disposição ao risco, parece estar enfrentando dificuldades na Câmara.

E dado que o governo optou por realizar um ajuste fiscal com base em receitas, isso tem gerado uma significativa incerteza econômica.

VEJA TAMBÉM — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça? Veja em A Dinheirista

Quem vai pagar a conta?

O Centrão mantém a postura de atrasar a votação do projeto na Câmara, aguardando a concretização de uma reforma ministerial que reforçaria o poder desse bloco dentro do cenário político.

O presidente Lula, até o momento, não apresentou indicações claras sobre como resolver essa questão complexa.

De maneira simultânea, a tramitação da Reforma Tributária, atualmente em discussão no Senado, também parece estar enfrentando obstáculos e pode impor desafios para certos setores, apesar das potenciais melhorias que traria ao sistema tributário brasileiro no longo prazo.

Além disso, para adicionar mais complexidade, o governo lançou um Novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) com abrangência de gastos que superam a marca de R$ 1 trilhão.

A conta parece não fechar.

Geralmente, em situações assim, os bancos são convocados para arcar com as consequências, o que justifica a recente queda do setor bancário, que tem um peso significativo no Ibovespa, além dos resultados financeiros abaixo do esperado.

Leia também

Cenário internacional não ajuda o Ibovespa

Outros dois fatores relevantes estão relacionados ao cenário internacional.

O primeiro deles diz respeito aos desafios enfrentados pelo setor de construção na China.

No fim de 2022, havia uma expectativa de que a China sairia da pandemia de Covid-19 em uma posição mais fortalecida em comparação a outras regiões do globo. 

Entretanto, ao contrário dessa previsão, a economia chinesa encontrou dificuldades devido à contínua implementação de políticas rigorosas de "Covid-zero".

Mesmo após o relaxamento dessas medidas, a atividade econômica no país permaneceu consideravelmente abaixo das projeções durante esse período.

Atualmente, a recuperação econômica chinesa está enfrentando novos entraves, principalmente devido ao agravamento da crise no setor imobiliário.

Os dados mais recentes provavelmente indicarão apenas um leve indício de retomada do crescimento.

Além disso, a grande empresa imobiliária Country Garden anunciou a suspensão da negociação de quase uma dúzia de títulos no mercado local.

Apesar das tentativas de Pequim de atrair mais investimento estrangeiro por meio de incentivos fiscais, essa abordagem parece não ser suficiente para enfrentar os desafios persistentes.

Esse cenário tem um impacto negativo nas commodities, especialmente na Vale, empresa que possui uma participação significativa no Ibovespa, contribuindo para prejudicar o desempenho geral do índice.

O segundo ponto deriva da política de preços da Petrobras.

Após o aumento dos preços do petróleo, verifica-se que há uma defasagem considerável em relação aos valores internacionais nos polos Petrobras, chegando a 25% para a gasolina e 28% para o diesel, conforme apontado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Nos círculos do mercado financeiro, está surgindo uma expectativa crescente sobre a possibilidade de um iminente ajuste nos preços dos combustíveis pela empresa estatal. Isso é resultado do fato de que os preços dos derivados permanecem defasados devido à elevação do preço do petróleo.

É amplamente reconhecido que um reajuste é necessário, uma visão enfatizada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na semana passada, durante o lançamento do Novo PAC.

No entanto, a tarefa de comunicar essa notícia impopular está gerando um impasse, especialmente em relação ao presidente Lula.

O atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, parece inclinado a implementar o aumento nos preços, mas a decisão ainda não foi tomada.

Enquanto esperamos por esse desfecho, a pressão do risco de interferência política volta a se fazer sentir, exacerbando o ambiente em Brasília.

Principalmente após a correção, as ações brasileiras seguem consideradas baratas (agora, retornando aos 116 mil pontos), quando comparadas com as dos mercados desenvolvidos que, em sua maioria, estão avaliadas em patamares elevados.

Além disso, existem poucas opções viáveis entre outros mercados emergentes (com exceção do México). Por isso, a tendência de valorização parece estar preservada, mesmo que possa não ser um movimento linear e direto.

  • Se a Bolsa ainda não começou a decolar, é sinal de que dá tempo de comprar ações enquanto elas estão custando muito abaixo de sua média histórica. Confira a seleção de 10 ativos que estão baratos e possuem gatilhos para valorizar bastante nos próximos meses, segundo a Empiricus Research. Relatório gratuito disponível aqui.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PREÇO JUSTO?

Inter (INBR32) projeta Ibovespa a 143.200 mil pontos em 2025 e revela os setores que devem puxar a bolsa no ano que vem

21 de novembro de 2024 - 18:45

Mesmo com índice pressionado por riscos econômicos e valuations baixos, o banco estima que o lucro por ação da bolsa deve crescer 18%

RANKING DE PROVENTOS

Vale (VALE3) é a nova queridinha dos dividendos: mineradora supera Petrobras (PETR4) e se torna a maior vaca leiteira do Brasil no 3T24 — mas está longe do pódio mundial

21 de novembro de 2024 - 17:59

A mineradora brasileira depositou mais de R$ 10 bilhões para os acionistas entre julho e setembro deste ano, de acordo com o relatório da gestora Janus Henderson

MAS VOCÊ NÃO É TODO MUNDO...

Regulação do mercado de carbono avança no Brasil, mas deixa de lado um dos setores que mais emite gases estufa no país

21 de novembro de 2024 - 16:53

Projeto de Lei agora só precisa da sanção presidencial para começar a valer; entenda como vai funcionar

A FAVORITA DO BANCO

‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA

21 de novembro de 2024 - 15:10

A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento

PÉ NO CHÃO

“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 13:19

Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital

GUERRA DOS MIL DIAS

A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear

21 de novembro de 2024 - 13:04

No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote

21 de novembro de 2024 - 8:23

Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa

DE COADJUVANTE A PROTAGONISTA

Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente

21 de novembro de 2024 - 6:09

Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade

PAPEL ATRAENTE

É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA

19 de novembro de 2024 - 18:17

O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025

EM ROTA DE COLISÃO?

Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo

19 de novembro de 2024 - 14:28

O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo

19 de novembro de 2024 - 8:02

Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio

ANOTE NO CALENDÁRIO

A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional

19 de novembro de 2024 - 7:02

É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos

O CÉU É O LIMITE?

Rali do Trump Trade acabou? Bitcoin (BTC) se estabiliza, mas analistas apontam eventos-chave para maior criptomoeda do mundo chegar aos US$ 200 mil

18 de novembro de 2024 - 17:16

Mercado de criptomoedas se aproxima de uma encruzilhada: rumo ao topo ou a resultados medianos? Governo Trump pode ter a chave para o desfecho.

PÉ NO ACELERADOR

Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação

18 de novembro de 2024 - 13:31

Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial

18 de novembro de 2024 - 12:27

O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 8:07

Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil

18 de novembro de 2024 - 7:03

A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias

SD Select

Seu Dinheiro abre carteira de 17 ações que já rendeu 203% do Ibovespa e 295% do CDI desde a criação; confira

17 de novembro de 2024 - 12:00

Portfólio faz parte da série Palavra do Estrategista e foi montado pelo CIO da Empiricus, Felipe Miranda

ANTES DA CÚPULA

No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental

16 de novembro de 2024 - 15:56

Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula

NÃO TEVE B3, MAS OS GRINGOS OPERARAM

Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva

15 de novembro de 2024 - 18:10

Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar