Na bolsa, evite histórias com fortes emoções, como a CVC (CVCB3); o tédio é o melhor amigo dos investimentos
Turnarounds bem sucedidos são exceção; casos como o da CVC (CVCB3), cheios de reviravoltas, podem trazer muita dor de cabeça ao investidor

Dizem que toda boa estória, que seja capaz de prender a atenção de qualquer um, precisa despertar diferentes emoções. Do início ao fim, é necessário que existam momentos de dificuldade, tristeza, alegria, raiva, êxtase — e que esses sentimentos consigam sair do personagem e atingir rapidamente o espectador.
Imagine uma estória na qual o personagem principal vive uma vida pacata, sem grandes acontecimentos, problemas, aventuras e nem problemas financeiros. Bem, é melhor que você não seja o autor: muito provavelmente, as pessoas dormiriam lendo o seu livro.
Deve ser por isso que ninguém se interessa muito por empresas como Alupar (ALUP11) e Telefônica Brasil (VIVT3). Essas são boas companhias — muito boas, na verdade. Seus balanços são sólidos, seus resultados são extremamente estáveis; mas, sem um café forte, é provável que você durma lendo os releases trimestrais, dada a monotonia.
Isso é ruim? Definitivamente, não!
Na verdade, Warren Buffett disse certa vez que investir deveria ser tão chato quanto observar a tinta secar ou a grama crescer. São justamente os negócios chatos que costumam ser os melhores investimentos, por ter maior previsibilidade de geração de caixa e capacidade de pagar dividendos.
Aliás, as duas companhias citadas acima — Alupar e Telefônica Brasil — fazem parte da série Vacas Leiteiras. Mas eu sei que você não está aqui para dormir. Você gosta de emoção, não é mesmo?
Leia Também
CVC (CVCB3): o turnaround
Quando as pessoas vão investir, elas não querem monotonia. Elas normalmente vão atrás de boas histórias, em empresas que passaram por momentos de tristeza, mas que estejam "prestes" a dar a volta por cima e entregar um final feliz para seus acionistas.
O problema é que, diferente dos filmes, as histórias de superação que terminam com final feliz na bolsa são muito mais raras (ou demoradas) do que você imagina.
Há cerca de três anos, um novo "filme" começava na bolsa — CVC: o turnaround.

Leonel Andrade assumiu a CVC no primeiro semestre de 2020 com um objetivo: salvar a companhia que tinha acabado de ser acusada de fraudes e, para piorar, foi arrasada pela chegada da pandemia.
Você pode imaginar que no meio deste filme tivemos intrigas, fortes variações de resultados, inúmeros fatos relevantes, fofocas corporativas nos portais de notícias financeiras, e por aí vai.
A única coisa que não tivemos foi um final feliz: nesta semana, Leonel deixou o cargo de CEO da CVC — o diretor financeiro (CFO) já tinha renunciado ao cargo algumas semanas antes.

É muito importante lembrar que Leonel Andrade é um gestor competente, com vasto currículo no mundo corporativo, o que mostra que os problemas da CVC são muito mais profundos do que os "espectadores" imaginavam. Ao comprar CVCB3 no início de 2020, eles estavam crentes de que chegariam a um final feliz.
Na bolsa, histórias emocionantes raramente têm um final feliz
A história da CVC é muito importante porque mostra que, no mundo corporativo, os turnarounds são muito mais raros do que pode parecer. Uma companhia é um organismo complexo, com mecanismo e cultura própria, e normalmente não entra em uma crise por poucos motivos. Muitas vezes os problemas são vários e difíceis de identificar.
Além disso, lembre-se que, enquanto a gestão tenta identificar esses problemas, a companhia precisa continuar pagando salários, renegociando dívidas e tocar um negócio listado em bolsa como se nada estivesse acontecendo. Não é nada fácil!

A parte boa é que, apesar de raros, esses turnarounds acontecem, como o caso da Eneva — a antiga MPX, de Eike Batista. E, apesar de raros, eles trazem grandes valorizações: afinal de contas, quanto maior o risco, maior o retorno potencial associado.
A melhor parte é que podemos estar diante de um período interessante para essas empresas em dificuldades. Se a taxa Selic realmente começar a cair e a economia voltar a crescer, o ambiente começará a se tornar muito mais favorável para essas companhias com problemas operacionais e de endividamento.
Na verdade, na série Microcap Alert encontramos uma empresa em recuperação de resultados, depois de três anos abalada pela pandemia.
Os números operacionais já melhoraram muito e tendem a continuar evoluindo — o que limita bastante o downside em nossa visão —, mas ainda precisamos de uma queda da taxa Selic para que a nossa tese se solidifique. Isso fará com que as despesas com juros caiam drasticamente e essa geração de caixa seja direcionada para o próprio acionista.

Em seu IPO, a companhia valia quatro vezes mais do que hoje, e a materialização desse cenário faria com que as ações recuperassem uma boa parte dessas perdas.
Se quiser conferir essa indicação e a lista completa com as Microcaps com maior potencial de valorização, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Michael Klein de volta ao conselho da Casas Bahia (BHIA3): Empresário quer assumir o comando do colegiado da varejista; ações sobem forte na B3
Além de sua volta ao conselho, Klein também propõe a destituição de dois membros atuais do colegiado da varejista
Ex-CEO da Americanas (AMER3) na mira do MPF: Procuradoria denuncia 13 antigos executivos da varejista após fraude multibilionária
Miguel Gutierrez é descrito como o principal responsável pelo rombo na varejista, denunciado por crimes como insider trading, manipulação e organização criminosa
Em busca de proteção: Ibovespa tenta aproveitar melhora das bolsas internacionais na véspera do ‘Dia D’ de Donald Trump
Depois de terminar março entre os melhores investimentos do mês, Ibovespa se prepara para nova rodada da guerra comercial de Trump
Trump Media estreia na NYSE Texas, mas nova bolsa ainda deve enfrentar desafios para se consolidar no estado
Analistas da Bloomberg veem o movimento da empresa de mídia de Donald Trump mais como simbólico do que prático, já que ela vai seguir com sua listagem primária na Nasdaq
Mais valor ao acionista: Oncoclínicas (ONCO3) dispara quase 20% na B3 em meio a recompra de ações
O programa de aquisição de papéis ONCO3 foi anunciado dias após um balanço aquém das expectativas no quarto trimestre de 2024
Ainda dá para ganhar com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11)? Não o suficiente para animar o JP Morgan
O banco norte-americano rebaixou a recomendação para os papéis BBAS3 e BPAC11, de “outperform” (equivalente à compra) para a atual classificação neutra
Casas Bahia (BHIA3) quer pílula de veneno para bloquear ofertas hostis de tomada de controle; ação quadruplica de valor em março
A varejista propôs uma alteração do estatuto para incluir disposições sobre uma poison pill dias após Rafael Ferri atingir uma participação de cerca de 5%
Tanure vai virar o alto escalão do Pão de Açúcar de ponta cabeça? Trustee propõe mudanças no conselho; ações PCAR3 disparam na B3
A gestora quer propor mudanças na administração em busca de uma “maior eficiência e redução de custos” — a começar pela destituição dos atuais conselheiros
Adeus: Oi começa a retirar redes de cobre de telefonia, que serão vendidas como sucata
Telefônica tem o compromisso de vender todo o cobre das redes subterrâneas para a V.tal, do BTG Pactual. Rede aérea será vendida depois.
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Não é a Vale (VALE3): BTG recomenda compra de ação de mineradora que pode subir quase 70% na B3 e está fora do radar do mercado
Para o BTG Pactual, essa mineradora conseguiu virar o jogo em suas finanças e agora oferece um retorno potencial atraente para os investidores; veja qual é o papel
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de mais de R$ 2 bilhões em dividendos; veja quem tem direito e quando a bolada cai na conta
Além dos proventos, empresa anunciou também grupamento, seguido de desdobramento das suas ações
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Não existe almoço grátis no mercado financeiro: verdades e mentiras que te contam sobre diversificação
A diversificação é uma arma importante para qualquer investidor: ajuda a diluir os riscos e aumenta as chances de você ter na carteira um ativo vencedor, mas essa estratégia não é gratuita
Após virar pó na bolsa, Dotz (DOTZ3) tem balanço positivo com aposta em outra frente — e CEO quer convencer o mercado de que a virada chegou
Criada em 2000 e com capital aberto desde 2021, empresa que começou com programa de fidelidade vem apostando em produtos financeiros para se levantar, após tombo de 97% no valuation
Tarifas de Trump derrubam montadoras mundo afora — Tesla se dá bem e ações sobem mais de 3%
O presidente norte-americano anunciou taxas de 25% sobre todos os carros importados pelos EUA; entenda os motivos que fazem os papéis de companhias na América do Norte, na Europa e na Ásia recuarem hoje
JBS (JBSS3) pode subir 40% na bolsa, na visão de Santander e BofA; bancos elevam preço-alvo para ação
Companhia surpreendeu o mercado com balanço positivo e alegrou acionistas com anúncio de dividendos bilionários e possível dupla listagem em NY
CEO da Americanas vê mais 5 trimestres de transformação e e-commerce menor, mas sem ‘anabolizantes’; ação AMER3 desaba 25% após balanço
Ao Seu Dinheiro, Leonardo Coelho revelou os planos para tirar a empresa da recuperação e reverter os números do quarto trimestre
Em reviravolta, ações da CVC (CVCB3) deixam a ponta negativa do Ibovespa e chegam a subir 6%. Afinal, o resultado do 4T24 é positivo ou negativo?
A empresa saiu das maiores quedas do Ibovespa para as maiores altas, com o mercado avaliando se os pontos negativos foram maiores do que os positivos; saiba o que fazer com as ações agora
Oncoclínicas (ONCO3) fecha parceria para atendimento oncológico em ambulatórios da rede da Hapvida (HAPV3)
Anunciado a um dia da divulgação do balanço do quarto trimestre, o acordo busca oferecer atendimento ambulatorial em oncologia na região metropolitana de São Paulo